domingo, 25 de dezembro de 2011

A Estrada Fatal

Parece que foi ontem Na cama daquele motel Num motel à beira da estrada Esperando por um casal de amantes Que fizemos amor pela primeira vez Parece que o tempo não passou Ainda sinto o teu perfume Espalhado pelo meu corpo Foi tão louco o nosso encontro Que às vezes me pego Pensando que ainda estou nos teus braços Toda vez que o vento Uiva levando as folhas espalhadas pela estrada Deixo a imaginação viajar E por incrível que pareça Ela pousa sempre ao lado da tua imagem Num belvedere de uma estrada De todas as amantes da minha vida Você foi a única que veio subitamente Permaneceu por um determinado tempo Não cobrou nada Apenas degustou o que tem de melhor Entre dois amores A infinita cumplicidade amorosa Foi na estrada Que encontrei você Na estrada que aprendi a te amar Foi também no descanso de uma estrada Que descansei a minha paixão E foi numa estrada Que vi você pela última vez Quando sinto saudades dos teus beijos Quando o meu coração aperta Quando a solidão dos meus desejos me toma conta Pego o meu carro e procuro uma longa estrada Quanto mais percorro essa estrada Mais sinto a tua forte presença Porque foi numa perigosa estrada Durante uma grande tempestade Que você deixou este mundo E foi morar na eterna estrada celestial

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Chão e a Cama

O Chão é a cama para o amor urgente, O amor não espera ir para a cama. Sobre o tapete no duro piso, a gente compõe de corpo a corpo a última trama. E para repousar do amor, vamos para a cama! (Autor: Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mosquito Morreu

Amilton Alexandre, o "Mosquito", amante da liberdade e da verdade, foi encontrado morto na sua residência ontem de tarde. Ele era blogueiro e escrevia no "Tijoladas do Mosquito". Segundo Instituto Geral de Pericia, que acaba de concluir relatório sobre as circunstâncias da trágica morte do jornalista, "99% tratar-se de suicidio". Os técnicos não encontraram qualquer indicio de homicidio. De qualquer maneira foi aberto pela Secretária de Segurança Pública do Estado, inquérito policial para saber a verdade. Conheci Mosquito no final da década de 70 na trincheira oposicionista. Militávamos no movimento de esquerda que combatia a ditadura militar. Pertencemos a uma geração que sofreu profundamente a angústia de viver num regime ditatorial. Ele sempre foi inquieto e combativo. Bateu sem piedade as falcatruas efetuadas pelos poderosos e denunciou violentamente a corrupção que se alastra em todos os recantos do Brasil. Sempre tive por ele um grande respeito e admiração. Segundo Celso Martins, no "Sambaqui na Rede2", outro gigante do jornalismo e dos embates políticos, "é irresistível a tentação em descrer que ele tenha se auto-passado. Somos levados por um impulso inominado a crer na mão dolosa de outrem a arriar a corda no pescoço do Mosquito. Se porventura o sinistro laço foi por ele obrado e ajeitado, isso tem relação direta com a forte pressão a que vivia submetido por conta de denúncias formuladas, com ou sem fundamento." Celso fáz ainda uma inteligente observação sobre a atividade do jornalista Mosquito: "Ele foi envolvido por uma corriola do gênero, encarregada de fornecer meias denúncias, informações pela metade, armadilhas sutis. “Bota que eu garanto!”, e ele punha, escancarada e malcriadamente. Novo no ramo, mas querendo ser jornalista, e de fato tinha um faro (raro) de repórter, um raciocínio rápido, conhecimento técnico em Administração e certa erudição, lhe faltou a experiência para saber que o tapinha nas costas de hoje é a senha do tabefe na face mais tarde. E foi dessa forma que nosso fraternal Mosquito se viu apoiado por meia dúzia de sinceros e evitado pelas dezenas de integrantes das maltas da maledicência. Os mesmos que nesses momentos podem estar brindando com taça nos ambientes de “vítimas” ou “alvos” do Mosquito." Mesmo assim ainda é cedo para tirar alguma conclusão sobre as verdadeiras circunstâncias da trágica morte do Mosquito. Acredito que o tempo vai falar através do vento da sincera justiça e muitas coisas ainda falarão sobre a sua vida. Que o Arquiteto do Universo ambale a alma e acalme e a sua dor. .

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Estação das Folhas Mortas - Anna Karenina

Quando chegar a estação das folhas mortas estarei lembrando de ti. MEU ETERNO AMOR. levantarei meus olhos ao alto das montanhas eternas acharei consolo. acharei chão onde eu possa pisar sem medo dos animais rastejantes que podem me ferir vestirei minha túnica ,esvoaçante de alegrias a saudade já não me faz refém comerei dos frutos ,que plantei pleitearei minha verdade,perante o segredo da vida... enxugarei as lágrimas ,que por ventura me afloram nos olhos seguirei minha estrada. de amargura. mas que agora ,já não mais é... estarei nos braços das arvores centenárias o meu carvalho jogará seus galhos para que eu possa me apoiar cantarei a melodia branca,das folhas amareladas pelo sol sentirei em minha alma um eterno arrebol e levarei meus passos em direção as campinas

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sonhos de Uma Vida

Eu ainda quero ter uma terra para viver Acordar bem cedo Junto com o sol Revirar o solo Plantar sementes Que um dia irão florescer Sentir o cheiro da terra Cultivar um grande pomar E nos finais de tarde De um belo domingo ensolarado Embaixo de uma bergamoteira Descascar uma fruta Olhando as águas de um riacho passar Ainda quero viver o resto dos meus dias Vivendo numa terra que seja minha Que me dê fruto e alegria Que eu possa ter um terreiro cheio de galinha Saborear ovos fritos Misturado com feijão e farinha Não quero morrer na cidade Onde qualidade de vida não se tem Quero adormecer na sombra de um ipê Ouvindo e sonhando com os cantos dos pássaros Ainda quero ouvir o grito do quero-quero Cuidando do seu ninho Deixar de lado o barulho dos carros Ficar escutando o cair das águas De uma linda cachoeira Peço ao Pai do Céu Que não faça nenhum escarcéu Apenas dê para mim o lugar que imagino ser O repouso de um velho guerreiro Que quer somente um grande terreiro Onde possa viver entre pedras e árvores Aguardando o derradeiro do meu ser

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...