sábado, 21 de junho de 2014

Mistério Maldito

Tudo está no lugar, nada foi mexido, somente a poeira está tomando conta. Os móveis permanecem intocados e o assoalho, com uma camada de poeira, espera por uma limpeza que nunca vai acontecer. Os quartos, com as lindas camas, estão arrumados do mesmo jeito como foi deixado. No rastro das lembranças, o ar do tempo assume o controle da casa, que outrora foi a residência da alegria, do vício e de uma estranha felicidade. Ao passar pela mansão, pintada na cor branca, ninguém entendia os motivos que levaram os moradores a largarem tudo. Desapareceram para sempre, só permaneceu a beleza de uma linda morada. Projeto sonhado, imaginado por todos de uma família esquisita, mas feliz ao seu modo. Hoje, aos poucos, está desaparecendo, jogada nos braços da destruição. A ação do tempo, a magia das noites e dos dias estão tornando a residência da alegria e das grandes festas, que contagiavam a elite e a cidade inteira, numa mansão da escuridão, talvez de uma podridão eterna. Sem mais nem menos, ela foi abandonada, largada para ser consumida por famílias inteiras de cupins, que trabalham para tornar o belo em coisa feia e melancólica. Os cristais e louças, importados da Europa, estão na cristaleira, adquirida nas lojas finas da Rússia, esperam para ser usados mais uma vez pelos festeiros da casa. A adega, com seus vinhos finos, comprados na década de 80 nos vinhedos de Portugal e Espanha, não foram consumidos, estão envelhecendo junto com a casa. Ao lado da adega, a grande biblioteca, com três mil livros, todos catalogados por ordem de autor. Ontem, local de reunião e acertos de compra e venda, hoje, ninho de ratos. Os transeuntes, que às vezes param para observar a lenta agonia da mansão, ouvem vozes, gemidos de sensualidade profunda, gritos e sussurros. Lá de dentro vem um aroma gelado, frio esquisito, que acaba expulsando as pessoas que teimam em tentar entender os motivos de tamanho mistério, ou fazer parte de uma festa das sombras. As corujas, aves solitárias e protetoras das longas noites escuras, voam de um lado para outro, tentando cuidar do belo jardim, que pouca coisa restou. Mas não adianta, elas sabem e conhecem os motivos do desaparecimento dos proprietários e o porquê do silêncio e da tristeza estarem transformando a linda casa na morada da escuridão Certo dia, Dário, um senhor com várias dezenas de misteriosa experiência nas costas, parou em frente ao portão da casa, olhou para os lados e disse: nem tudo que brilha aos olhos dos homens reflete a verdade, existe muita coisa feia atrás de um par de olhos ou de uma consciência... Nesse momento, passou em frente uma jovem, que vendo aquele Senhor parado em frente ao portão perguntou: - O que o senhor está fazendo parado na frente dessa misteriosa casa? - Estou pensando... O que levou os moradores dessa bonita mansão desaparecerem tão de repente, deixando tudo para trás. – disse Dário com os seus olhos pretos, que escondiam imagens de um passado vergonhoso, tentando atrair a jovem para seu plano maligno... - Alguma coisa de estranho deve ter acontecido, porque ninguém deixa alguma coisa de valor e vai embora. – acrescentou a jovem, com imensa vontade de participar de um enredo repleto de magias. Dário, no fundo, sabia de tudo e tinha um plano, esperado há muito tempo para ser executado. Ele trabalhou na construção da mansão. Conhecia todas as dependências, e sabia que muitas delas, revelava o perfil dos proprietários. Várias vezes perguntava ao mestre de obras por que tantas saídas e entradas secretas, mas nunca obteve resposta. Exceto ele, os demais operários eram colombianos, pessoas que não conversavam, apenas cumpriam ordens. Tinha uma imensa ânsia escondida por trás da sua aparente tranquilidade... Aos 68 anos de idade, Dário trabalhou a vida inteira em obras e, de todas, a mansão era a mais misteriosa. Em muitas ocasiões recebia bronca por fazer tantas perguntas. Durante todos esses anos viveu com muita dificuldade, passou fome e viu a sua família perecer em corredores de hospitais sem poder fazer nada. Esses acontecimentos tornaram Dário um homem com aparência doce, mas com uma alma dura, igual pedra de fundo de rio. Já Vera, recém formada em Direito, tinha na essência, veia investigadora. Desde a construção da casa até as grandes festas que os proprietários faziam, muitas perguntas se formavam na mente da jovem. Ela mesma, quando estudante, foi convidada para participar de uma festa na casa. Não aceitou porque uma amiga sua tinha ido numa festa no último ano e fez alguns comentários de que sexo e droga rolaram solto. No fundo, também possuía um intenso desejo de ter dinheiro, casar com um homem rico e poderoso. Não gostava de rezar e muito menos acreditava em Deus, achava isso uma grande perda de tempo. - Concordo com você. Existem coisas estranhas. Eu procurei saber, mas ninguém quis falar nada. E você, por que está interessada nesse mistério? – perguntou Dário com uma ponta de interesse em colocar logo a jovem no seu plano diabólico. - Quero seguir a carreira policial, mais precisamente de delegada. Eu sinto no ar que tem algo de errado. Quem sabe seja o meu primeiro trabalho. O futuro a Deus pertence. – revelou Vera, que já estava pensando em adentrar nos portões da casa. - Parece que você pretende entrar na casa? – perguntou Dário. - Estou pensando em fazer isso. – respondeu Vera, muito ansiosa. - Mas não agora. Tem que ser de noite. E se prepare, pois será preciso muita coragem. – ponderou Dário, com profundo interesse em descobrir alguns segredos da casa e pegar algo muito precioso. - Eu já ouvi falar várias coisas sobre as festas que aconteciam nessa casa. Tenho uma amiga que nunca mais se aprumou na vida. Era uma moça simples, honesta e de caráter, com um lindo corpo, desejada por muitos homens. Hoje vive nas esquinas vendendo o corpo e parece que está metida com drogas e magia negra. Mudou completamente a vida. Tudo aconteceu depois de alguns finais de semana, ao participar de festas a convite de Rodrigo, filho mais velho do proprietário. - Quem sabe a gente convida ela para nos acompanhar na visita? – perguntou Dário. - Ela não quer nem ouvir falar na casa branca. Chega a mudar de fisionomia. Vamos deixar assim. Eu e o Senhor vamos fazer a investigação. – ponderou Vera. Naquela noite não foi possível fazer a visita, pois caiu uma forte chuva com vento. Resolveram ir no sábado à noite. Era vinte horas quando Dário e Vera entraram pelo portão da casa. No momento em que o portão se abriu, um gemido foi ouvido. Vera parou e olhou para Dário, dizendo: - A coisa vai ficar difícil, temos que ter coragem. – disse Vera, com ar assustado. - Eu falei para você. É só o começo. – assinalou Dário, demostrando certo receio, mas no fundo já conhecia todos os caminhos das sombras... Os dois deram uma volta na casa para fazer uma averiguação mais completa. Foi neste instante que o mistério da casa começou a ser mostrado. No fundo do jardim, ao lado da piscina, existia parte de terra remexida, sinal de que ali tinha sido feito um grande buraco. Cada passo que era dado na imensa propriedade, vozes, gemidos e gargalhadas eram ouvidas. O céu estrelado, de repente, ficou sem nenhuma estrela. Ar de tristeza e agonia tomou conta e tanto Vera quanto Dário, por várias vezes, tentaram voltar, mas uma força estranha não deixava. Parece que eles estavam entrando no reino encantado das sombras. Alguma situação estava para acontecer e somente os dois estavam autorizados pelas sombras a continuar o trabalho de investigação. No final da morada, num canto do terreno, havia uma grande pedra e sobre ela estava uma coruja preta, que com seu canto apontava para o local exato que deveriam cavar. Logo que ficaram de frente com a terra remexida perceberam que ali tinha sido feito um grande buraco. - O que devemos fazer agora? – perguntou Vera. - Não sei, mas parece que devemos pegar ferramentas e cavar para saber o que está enterrado. – respondeu Dário, mostrando o tempo todo certo desconhecimento da principal razão de suas buscas. - Durante duas horas eles cavaram um grande buraco. Para espanto deles, cinco caixões apareceram, sendo dois pequenos e três grandes. Uma dúvida surgiu: chamar a polícia ou continuar a busca. Acontece que, pela lei, eles não poderiam nem ter entrado na propriedade e muito menos fazer escavações. A noite e o silêncio estavam contribuindo para o trabalho que realizavam. Abriram os caixões e encontraram três corpos de adultos e dois de crianças. Todos tinham sido executados com vários tiros na cabeça. Ao lado do corpo de uma criança tinha uma sacola repleta de dólares. Com isso o mistério aumentou. - O que vamos fazer agora? Esse dinheiro era dessa família? – questionou Vera, totalmente confusa e amedrontada. - Primeiro, jamais devemos falar para alguém e segundo, não devemos enterrar o dinheiro. Vamos dividir e colocar terra em cima de tudo. – ponderou Dário, com profunda e incontida alegria, porque seu plano estava sendo executado com inteligência, e ainda usando uma jovem ingênua. - Então vamos fazer isso e vamos embora. – disse Vera, preocupada com os últimos acontecimentos. Tudo aconteceu conforme Dário havia idealizado. O mais interessante é que eles nem chegaram a entrar na casa. O tempo passou, o velho Dário viveu mais uns dez anos, viajando de um lugar para outro com os dólares divididos com Vera. Já Vera, resolveu guardar o dinheiro. Ela ficou preocupada que alguém viesse atrás dele. A casa continuava se deteriorando. No inverno seguinte da ida deles à casa, Vera foi novamente ao local e, para sua surpresa, o buraco tinha sido reaberto e os corpos retirados. Alguém esteve lá à procura de alguma coisa. E os corpos? O que foi feito deles? Por esse motivo ela não gastou nenhum tostão. Não falou nada para Dário, porque alguma coisa dizia que ela não deveria lhe falar nada. Os olhos dele estavam sempre olhando para ela. Talvez ele fizesse parte de algum plano mais profundo e misterioso. Viu Dário mudar de vida, comprando roupas novas, viajando, chegou até a arrumar os dentes. De longe viu e de longe permaneceu, deixando que o tempo mexesse no tabuleiro do mistério. Incrível é que nem mesmo os andarilhos e drogados entravam mais na mansão, todos tinham muito medo. Uma andarilha, numa noite de muita chuva, resolveu dormir na varanda da casa. Pagou para ver. Os vizinhos, acostumados com o silêncio do local, ouviram gritos de pedido de ajuda e risadas. Era a andarilha, que não conseguia abrir o portão para sair. Só saiu quando a noite foi embora. Segundo testemunhas, a velha andarilha tinha visto várias pessoas sendo executadas por homens de preto, que davam gargalhada a cada tiro que disparavam. Outros, disseram que foram as drogas que criaram imagens distorcidas daquela noite. Certo dia, depois de alguns anos, já despreocupada, Vera foi surpreendida com alguém batendo a sua porta, perguntando: - Bom dia! A senhora conhece um senhor chamado Dário? - Conheço, mas ele faleceu há muito tempo. – respondeu, com voz engasgada e olhos arregalados. - A Senhora tem certeza? Porque ele guardou algo muito importante para nós. Esse Senhor trabalhou na construção da casa branca e ficou muito amigo do nosso chefe. Era de confiança e chegou a fazer vários trabalhos para nós, inclusive, participou de um trabalho especial lá na casa. Os proprietários da casa tentaram enganar o nosso chefe e aí tivemos que fazer o serviço, tendo Dário como executor. - É mesmo? Ele parecia uma pessoa tranquila. – acrescentou Vera, com frio na barriga. - Na aparência, mas no fundo, apesar da idade, Dário era um verdadeiro lobo. Por ser assim que ele adquiriu confiança. Eu vou ficar por aqui algum tempo, até descobrir alguma coisa que leve ao que o Dário guardou. – finalizou, indo embora como uma sombra pela estrada. A conversa entre Vera e aquele senhor fez com que ela sentasse numa cadeira por um longo tempo. Não estava acreditando na conversa. O velho Dário era aquilo tudo? A conversa daquele homem estranho tinha alguma verdade? Por outro lado, Dário praticamente encaminhou tudo em direção ao fundo do quintal da casa quando fizeram a visita, mas em nenhum momento pensou em entrar, simplesmente foi direto para o local. Parecia que ele sabia o que estava querendo e fazendo. Aos poucos, Vera foi lembrando da conversa com Dário. Certo momento da remoção da terra, ele disse baixinho: “estamos a procura do tesouro”. Ela fez de conta que não entendeu as palavras e tentou pedir que ele repetisse, mas não obteve resposta. Ao ir para cama, para tentar dormir, Vera começou a elaborar um plano para se livrar do estranho homem. Como ela morava sozinha e ainda possuía alguns requisitos sensuais, poderia atrair o caçador de Dário para sua casa e ali acabar com a vida dele. No dia seguinte, começou a colocar seu plano em prática. Foi até ao hotel onde estava hospedado o estranho, para convidá-lo a ir em sua casa durante a noite. Vestiu uma saia curta e uma blusa com decote de chamar à atenção, e bateu no apartamento dele. - Boa noite, senhor! Estou aqui para convidá-lo a ir lá em casa hoje à noite, para conversarmos melhor sobre o Dário. Eu também não sei o seu nome. Eu me chamo Vera... - Boa noite, Vera! Que bom que você veio, eu estava pensando em dar uma passada na sua casa amanhã de manhã, já que está aqui, aceito o seu convite. Meu nome é Ricardo Dela Rua, moro no Brasil já há algum tempo, mas colombiano de nascimento. - Combinado! Então esperarei você com um vinho, regado com um bom jantar e outras coisas mais que só vai saber no momento certo... - afirmou Vera, com ar de profunda sensualidade. Ricardo entendeu tudo. Aquela mulher solitária e carente, queria apenas uma bela noite de amor, sem imaginar o que aconteceria. Na hora marcada, ele bateu à porta, e Vera, totalmente transformada em mulher sedutora, abriu e recebeu Ricardo com um largo sorriso. Conversaram muito sobre os mais variados assuntos. Entre um assunto e outro, eles se acariciavam, mas Vera sempre segurando para não avançarem demais. Tomaram um litro de vinho. Vera convidou Ricardo para jantar e degustar um filé de peixe com camarão. - Eu fiz um camarão à milanesa, só que não posso comer, pois me faz muito mal. Esse prato é especial para você. Até porque temos a noite inteira... Não é mesmo, Ricardo? - É verdade. Estou adorando você e a sua hospitalidade. Você é uma mulher muito linda e sensual... Eu acho que ficarei nessa cidade por mais algum tempo. - Obrigada pelo elogio e, por mim, você pode ficar quanto tempo quiser. Eles jantaram à vontade, mas o pior estava por acontecer. Vera colocou um veneno muito forte no camarão. Ricardo até que tentou sacar uma arma para matá-la, ou sair da casa para procurar ajuda. Não conseguiu, e acabou morrendo sentado no sofá da sala depois de agonizar por um longo tempo. Vera enrolou o corpo num lençol e carregou até o seu carro, colocando Ricardo no porta-malas. Enquanto a noite comandava o mundo, a casa assombrada, dominada por seres estranhos, continuava com seus segredos. Vera enterrou Ricardo na mesma vala que anos antes tinha sido cavada para enterrar a família. Antes porém, ela teve o cuidado de colocar gasolina no corpo para que se consumisse totalmente. Passaram-se dois anos do acontecimento sem que ninguém reclamasse de alguma coisa, ou sobre o desaparecimento de Ricardo. Vera, no entanto, tinha uma última grande ideia. Precisava entrar na casa para fazer uma completa investigação e achar um jeito de transformar a mansão num monte de cinzas. O verão de 1990, estava iniciando. O mundo estava pegando fogo em todos os lugares, guerras e atentados aconteciam todos os dias. Vera já estava com 40 anos e queria começar a gastar a fortuna que guardara enterrada embaixo da velha figueira no alto do seu terreno. Tinha pressentimento de que lá dentro da casa ainda tinha algum dinheiro. Antes de colocar seu plano em prática, resolveu fazer uma longa viagem pela Europa, era o sonho que rondava sua imaginação desde jovem. Preparou tudo e embarcou na classe executiva de um avião comercial, sem ter qualquer preocupação em economizar. Durante trinta dias Vera conheceu praticamente todas as capitais da velha Europa. Comeu do bom e do melhor, comprou roupas e jóias, parece que vivia num paraíso, sem se preocupar com nada. Até teve uma aventura com um italiano de Milão, mas nada que atrapalhasse a sua alegria. Ao voltar ao Brasil, precisamente para Blumenau, sua terra natal, ela estudou com muito cuidado o plano para entrar na casa. Comprou três galões de gasolina num posto localizado numa cidade vizinha para não deixar pistas. Já passava da meia-noite quando Vera abriu a porta da moribunda mansão. Cada passo que dava parecia que estava sendo observada por vários olhos negros, que lembravam os olhos de Dário. Os morcegos, alguns dos moradores da casa, ao vê-la entrar, voaram baixinho e desapareceram na escuridão da noite. Os ratos, fizeram a mesma coisa. Todos os moradores da noite sumiram. Parecia até que estavam adivinhando que algo iria acontecer. No final, ficou somente Vera com seus pensamentos sinistros. Abriu peça por peça da casa, vasculhou todos os cantos e recantos. Ao lado da biblioteca, tinha um quadro muito bonito que chamou a atenção dela. Ao mexer nele, percebeu que atrás tinha uma saída para uma pequena abertura. Abriu uma pequena trava e para seu espanto, apareceu na sua frente uma pasta preta. Pegou-a e sentou-se numa cadeira. Sem dificuldade abriu a mesma, que estava cheia de dólares. Com imensa alegria, fechou a pasta e colocou em cima do sofá. Jogou gasolina em toda a casa. Neste momento, percebeu alguém chamando por ela. Os olhos negros do velho Dário não paravam de fitá-la, com extrema raiva. Não deu ouvidos e pensou: ”Você já morreu, velho safado!” Antes de riscar o fósforo, pegou a pasta repleta da famosa moeda verde, segurando firme na mão. Sem cerimônia, colocou fogo na gasolina espalhada no quarto de casal. Em seguida, caminhou sem olhar para trás e foi em direção à saída. Tentou abrir a maçaneta da porta, mas não conseguiu. A maçaneta tinha sido feita para ser aberta por dentro somente com chave. Como ela não tinha... Enquanto isso, o fogo ia se espalhando por todas as dependências da residência. Vera gritou....berrou....uivou, mas ninguém ouviu. Pediu ajuda...socorro aos infernos e nada! Queimou junto com os dólares. Quando o dia amanheceu, somente um monte de cinzas aparecia no lugar da mansão, residência da sombra e de criaturas duras e sem alma..

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...