quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

NAS GARRAS DA TORTURA

A tortura da noite/ A dor da madrugada/ A infame insônia/ Que não deixa adormecer/ O sofrimento nas mãos da escuridão/ Que à noite/ Vem para fazer companhia/ Faz de mim/ Um miserável preso/ Condenado sem advogado de defesa/ Sem julgamento/ Vem para acorrentar-me sem nenhuma piedade/ Açoitar-me como um escravo/ Durante o dia/ Faço de tudo para/ Que a noite nunca apareça/ Junto com os uivantes ventos do norte/ Não suporto sentir-me ao/ Lado da sombra/ E das garras da escuridão/ Tenho medo dos/ Cavaleiros da noite/ Porque não consigo reagir/ Às suas agressões físicas e mentais/ Sou levado para todos os lados/ Fico na berlinda/ Como um joguete/ Nas mãos dos algozes/ Ali sou cobrado/ Desdobrado e levado/ Para outros momentos existenciais.../ Ou melhor/ Para locais infernais/ Eles mostram os meus bárbaros crimes/ Cometidos contra inocentes.../ Sem conseguir mudar as coisas/ Vivo a tortura da noite/ Quando a luz do dia aparece/ Sou trazido para a realidade da vida/ Tomo meu banho/ Fico parecendo uma pessoa normal/ Mas com a alma profundamente dilacerada/ Com os olhos marejados/ Mesmo assim vou cumprir mais um dia de trabalho/ Como se nada tivesse acontecido/ Mais uma vez faço de tudo/ Chego a implorar aos céus/ Para que o dia nunca acabe/ Que me leve para a luz eterna/ Longe dos vingativos seres da escuridão/ Como a noite tem um tempo/ O dia também tem.../

domingo, 27 de dezembro de 2015

ROGER BITTENCOURT FOI ATROPELADO

O jornalista, ciclista e corredor de rua Roger Bittencourt, foi atropelado hoje de manhã (27), na SC-401, próximo de Jurerê Internacional, quando treinava para participar da ultra-maratona de 85 km entre Tramandaí a Torres. Roger de 49 anos morreu no local e o colega Jacinto Oliveira, sofreu escoriações leves. O causador do acidente estava embriagado e tentou fugir do local, mas foi impedido por populares. O motorista foi preso e levado para A delegacia e ficará a disposição da justiça. Roger era meu amigo, fizemos parte por muito tempo da equipe de corrida da Formaco Decorama. Participamos de inúmeras meias-maratonas em Florianópolis e demais cidades do Estado. Ser humano de grande valor e preocupado com o crescimento desenfreado de Florianópolis. Esperamos que a justiça seja feita e o causador do acidente sofra as penalidades da lei.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A INTOLERÂNCIA DOS NAZI-FASCISTAS

Chico Buarque foi hostilizado ontem (22), no Leblon, porque apóia Dilma e a Democracia. A direita e a elite não se conformam com a derrota nas eleições presidenciais do ano passado. Estão levando o país ao ódio, à intolerância e à falta de diálogo. Chico é um grande cantor, poeta e escritor do Brasil e da América Latina. A direita fascista quer cassar o mandato de Dilma a qualquer custo. Nossa presidente é séria, honesta, está enfrentando crises econômica e política, mas não se justifica derrubá-la do poder. Dilma foi eleita por mais de 53 milhões de votos. O mais triste é ver que as pessoas que agrediram Chico são filhos de grandes empresários e têm ódio dos pobres. Hoje, o pobre viaja de avião, compra carro zero e têm acesso às grandes universidades. No Governo do PSDB, os pobres eram hostilizados e jamais tiveram alguma conquista. Dilma, Lula e Chico são criaturas formidáveis e lutam em favor dos oprimidos. Na Alemanha de 1930, os nazistas perseguiam e matavam quem ousasse dizer não. Isso também aconteceu durante a guerra civil espanhola, em 1936, quando o grande poeta Gabriel Garcia Lorca foi assassinado pelo General Franco, porque seus poemas pregavam a democracia e combatia a intolerância. Quando poetas, escritores, jornalistas e artistas são perseguidos por pessoas ou instituições porque pensam diferente, é sinal de que a ignorância, o ódio, o rancor, a mágoa, a intolerância estão dominando uma nação. Na história da humanidade, quando os poetas, escritores e jornalistas são vitimas dessas pessoas, coisas terríveis aconteceram. Quem escreve e pensa diferente é porque a Divindade do Universo está por trás dessas mentes brilhantes. Estejamos atentos a esses ataque insanos, para evitarmos as grandes tragédias que já aconteceram no Brasil e em tantos outros países. VIVA A DEMOCRACIA!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

SUJAS PALAVRAS

Poema sombrio/ Escuro como um breu/ Onde a sombra se mistura/ Com a escuridão de uma noite sem fim/ Intensas palavras/ Que se perdem nas ruelas sujas/ Onde os paralelepípedos estão lisos pelo tempo e pelo vento/ Bares repletos de boêmios/ Consumindo inúmeros copos de bebida destilada/ Sem nenhuma preocupação com o amanhã/ Porque talvez não estejam vivos.../ Prostitutas cansadas/ Dos programas realizados/ Mas prontas para mais um programa/ Vento que sopra/ Levando a sujeira para todos os lados/ Tornando o clima mais frio... feio/ E a noite mais melancólica/ Rua com sua história de seres inacabados/ Porque não conseguiram encontrar a luz/ Que nunca se acendeu em suas vidas.../ Poema sujo/ Porque relata a vida daqueles/ Que jamais conheceram a suavidade da existência/ Sujo para a elite em todos os sentidos/ Palavras cheias de verdades que os hipócritas/ Têm medo de expô-las/ Letras carregadas/ Escritas em caixa alta/ Verdadeiros panfletos/ Feitos para uma esquerda desiludida/ Com a Revolução Socialista/ Que ficou na imaginação/ Nas mesas dos bares/ Livros guardados em bibliotecas/ Sem que ninguém leia/ Mas que um dia foi sonho do maldito escritor.../ Romances escritos na calada da noite/ Que para nada serviram/ Estão sendo vendidos em sebos/ Nas ruelas sujas/ Em subúrbios das grandes cidades.../ Poetas e escritores/ Mestres em contradições/ Fracassados numa vida/ Totalmente desorganizada.../ Peças de teatro/ Refletindo as realidades/ Ou talvez as falsas realidades/ De uma sociedade a caminho da destruição/ Atores e atrizes/ Artistas que são verdadeiros gênios/ Mas que na vida real/ Carregam vícios de toda ordem.../ Tudo está sujo/ Ou melhor/ Sempre esteve sujo.../

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A SOLIDÃO DO POETA

O poeta não consegue viver acompanhado/ Quem o conhece/ Sabe disso/ Deixe o poeta viver/ Sozinho no mundo/ Poesias e poemas/ São as únicas companhias do/ Solitário poeta.../ A dança é o remédio/ Que alimenta a sua alma/ As demais companhias/ São apenas transeuntes/ Iguais a ventos uivantes../ O coração do poeta/ Estará sempre aberto/ Para visitas ocasionais/ Depois a porta se fecha.../ Nasceu sozinho/ Continua vivendo/ Caminhando continua/ Nos dias e noites/ Sem que ninguém atrapalhe/ A sua longa jornada/ De um poeta/ Que veio ao mundo/ Para escrever a canção/ Do coração e da alma/ Dos tristes viventes da noite.../ Ainda anda nas estradas empoeiradas/ Apenas na companhia da sua própria sombra/ Nunca pediu/ Nunca pedirá/ Que os fantasmas da paixão retornem.../

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

FALSAS FLORES

Flor do amor/ Flores que ficaram pela estrada/ Estrada repleta de flores coloridas/ Perfumes espalhados/ Pelas perigosas curvas.../ Pétalas jogadas ao chão/ Formando espesso tapete/ De todas as cores.../ Cada pétala uma bela história de amor/ Ao lado dos espinhos/ Mostrando que mesmo num grande amor/ Há momentos que machucam e sangram/ Flor da paixão... Do verão... Primavera... Inverno.../ Enfim.../ De todas as estações/ Motivo para todas as aventuras/ Amores secretos/ Que na calada da noite/ Procuram o amor proibido/ Somente como conquista/ Depois de usar/ Joga fora.../ Descartando algo que foi intenso/ Para depois partir para outro/ Falso amor.../ Flor da ilusão/ Inevitável desilusão/ Flores do poeta/ Poeta das flores/ Beija aqui e ali/ Depois parte para outros/ Longos beijos fortuitos/ Com intuito de sentir/ Gosto finito/ Poeta é como beija-flor/ É de todas as flores/ Mas não fica com ninguém/ Com prazo de validade/ Mas acompanhados de infinitas/ Falsas palavras de amor eterno.../ Flor de falsas palavras/ Sem nenhuma preocupação/ E tudo não passou de uma grande mentira/ Extraída numa noite de amor/ Que foi embora com o calor da noite.../ Flor dos amantes/ Abundantes em homens e mulheres/ Desacreditados com a vida/ Cada um com seu jogo/ Hipocrisia e falsidade/ Que não tem idade/ Para acontecer/ Mesmo que resulte em crime fatal/ Porque tudo é permitido/ Na área amorosa/ No campo da traição/ Tudo é degustado/ Entre um gole e outro/ De um bom vinho/ Ou um copo de cerveja.../ A história está repleta/ De situações as mais variadas possíveis/ Onde amores morreram/ De tanto amar.../ Outros foram embora para sempre/ Com promessas não cumpridas/ Flor... Flores do mal.../ Flores do bem.../ Flores do mangue/ Flores podres/ Mal cheirosas/ Mas que possuem/ Uma beleza inigualável/ Flores de lindos jardins/ Que são belas/ Mas se perdem/ Em meio a tantas belezas.../ Assim as flores têm um tempo/ Porque até mesmo a beleza não é eterna/ É forte no momento/ Para depois morrer aos poucos.../

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

JOGUETES DO DESTINO

Deixe a ferida cicatrizar/ Ainda está sangrando/ A brasa continua quente/ O fogo pode queimar/ Teu coração.../ Não mexa no passado/ Não abra o arquivo/ Você vai encontrar algo/ Que não vai gostar.../ O tempo vai cuidar de tudo/ Tudo vai para a teia do esquecimento/ O remédio é esquecer/ E o balanço da vida/ Muitas vezes é contra nós/ Faz o coração/ Semelhante a pedra cortante.../ Não vale a pena/ Remexer nas coisas que/ Entristeceram a nossa estrada/ Em vez de abrir as janelas do passado/ Apague tudo da tua consciência.../ Olhe para frente/ Viva o presente/ Espere o futuro/ Sem nenhuma ansiedade/ Mesmo que seja difícil.../ Não somos donos do passado/ Fugiu das nossas mãos/ É de domínio público.../ E o futuro não nos pertence/ A única coisa/ É viver o presente/ Quem sabe esperando o inesperado.../ Não somos donos da fatalidade/ Vem no silêncio da covardia Também não nos pertence a felicidade/ Acontece sem nos avisar.../ Somos parte de uma engrenagem/ Que não foi criada por nós/ A hipocrisia impera no mundo/ E como seres pequenos/ Somos levados e envolvidos/ Por tristes situações/ Diante de tudo.../ Feche a porta do teu arquivo/ Tente sorrir ao nascer do sol/ Faça de conta que um dia/ A tua vida vai ser bem melhor/ Viva como se amanhã/ Você vá estar em/ Outro patamar da existência/ Porque essa é a única certeza que temos.../

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

AVES SEM NINHO

As minhas emoções/ São do tamanho do meu coração/ Não sei qual é o tamanho/ Da tua emoção/ Nem sei se o teu coração/ Sente alguma coisa/ Sempre soube que você/ Era uma ave de arribação/ Voando de árvore em árvore/ Beliscando os frutos/ Que existem na natureza/ Não se importando com o resto/ Mesmo sabendo que deixa/ Corações sangrando e despedaçados/ Por todos os cantos.../ Mentiu para usufruir de momentos fortuitos/ Fez da mentira arma de arregimentação amorosa/ Comigo foi diferente/ Pensou que iria fazer mais um sofrer/ Não deu certo.../ Fui teu professor em todos os sentidos/ Aprendeste a arte da paixão e/ Um novo estilo de fazer amor/ Até mesmo a forma de beijar/ De sugar os lábios/ Sem respirar.../ Apenas deixando que a pele/ E os arrepios dominassem.../ O intenso momento da sensualidade.../ Tudo comigo foi diferente/ Não sabias dançar/ Com o tempo/ Ensinei os passos e os compassos/ Nos meus braços bailavas/ Como uma pluma/ Volitando pelo salão/ Como uma andorinha/ Feliz da vida/ Amavas dançar valsa... bolero... chamamé.../ Quando disseste que me amava/ Que estavas pronta para seguir o/ Meu destino.../ Eis que surge uma grande/ Tempestade na tua vida.../ Como uma ave ferida/ Sentistes que as asas estavam quebradas/ O tempo da nossa paixão/ Estava terminando.../ Porque eu também sou ave de arribação/ Nunca fiquei por muito tempo/ Pendurado no galho de uma árvore/ Ou voando ao lado de outro pássaro.../ Hoje tu estás sentido o que é ser/ Deixada de lado.../ Eu também já sofri muito/ Nas vezes em que fui abandonado/ Pelas aves de arribação.../ Que voam pelo mundo/ Fique tranquila/ Somos assim/ Pássaros sem destino/ Pássaros feridos/ Pássaros que dançam/ Mas não amam/ Sem ninho/ Sem pátria/ Sem família/ Ninguém nos quer/ Vivemos sugando as emoções/ Somos vampiros que vivem das/ Lágrimas que escorrem/ Nos lindos rostos que nos amam/ Nascemos para voar pelos continentes/ Fugindo das estações que nos ferem.../ Não vamos chorar/ Nem lamentar/ Vamos viver os nossos voos/ Felizes com a nossa solidão/ Sem pensar que um dia/ Iremos pousar para sempre/ Em algum coração desavisado.../

domingo, 29 de novembro de 2015

A MELANCÓLICA DANÇARINA

Você pediu/ Agora tem/ A solidão/ E a melancolia.../ Longe do teu amado dançarino/ Queria mais/ Era o que eu poderia dar/ Você não entendeu/ Amei você/ Queria sempre você/ Dançando... Fazendo amor... Envelhecendo juntos.../ Dançando por todos os bailes da vida/ Porque somos eternos dançarinos/ Não vivemos sem dançar/ Foi você que exigiu/ O que eu não poderia dar/ Quem quer muito/ Acaba ficando sem nada/ Agora.../ Siga o teu destino/ Que sigo o meu/ Sejas feliz/ Com quem pode te dar muito.../ Mas talvez não ame você/ Como te amei.../

terça-feira, 24 de novembro de 2015

AINDA ONTEM...

Ainda ontem corria de pés descalços/ Nas empoeiradas estradas do Oeste/ Como um menino de coração bom/ Sonhei com o futuro/ Cheguei a imaginar Que seria um grande homem.../ Sem saber por onde começar/ Mas com imensa vontade de iniciar/ Nos primeiros anos de vida/ Via o mundo com olhares mágicos/ Com o coração feliz/ Iniciei o caminho.../ Ainda ontem.../ Me vi sozinho no mundo/ Mundo desconhecido/ Para uma criança sem nenhum conhecimento/ Das armadilhas da vida.../ Como um sonhador/ Sem nenhuma esperteza/ Acreditava em verdades/ Que no decorrer do tempo/ Percebi que elas não eram/ Para todos.../ Somente para os eleitos.../ Ainda ontem.../ Ao perceber as injustiças/ Acreditava que fazia as coisas certas/ Mas na verdade/ Estava sendo levado aos erros/ Que até hoje estão custando muito caro/ Condenado como um cruel criminoso/ Andei e ainda ando/ Como alguém irrecuperável/ Mas a vida me ensinou outras verdades/ As verdadeiras.../ Com muita dor/ Perdoei-me.../ Sem rancor nem ódio/ Continuei o caminho/ Não fui perdoado.../ Mas não importa/ Deus me perdoou/ Mostrou-me o caminho da luz/ Hoje quando corro/ Pelo asfalto quente/ Nos meus abençoados treinos/ Sinto o perfume de uma linda flor/ Acariciando a minha face/ E o meu coração.../ É a Espiritualidade de luz/ Fazendo linda homenagem/ Mostrando que ninguém é errado/ Para sempre.../ Todos nós podemos mudar/ Desde que aceitemos os erros/ E tiremos deles as lições.../ Porque as mudanças sempre ocorrem/ Desde que queiramos mudar.../ Hoje não sou o que era ontem/ Ainda continuo caminhando ao lado da luz divina/ Que jamais irá me abandonar/ Porque sou um filho abençoado/ Amado pelo Pai Eterno.../ Ainda guardo na alma/ As pessoas que acreditaram/ Na minha mudança/ Poucas.../ Mas foram importantes no processo/ Que até hoje vivem perto de mim/ Como símbolo de um amor profundo.../ Àquelas que não acreditaram/ Quero lembrá-las/ Que serei um espírito importante/ Na suas caminhadas/ Serei aquele que irá ajudá-las/ Nas tormentas das existências/ Sem nome e sem rosto/ Pegarei suas mãos/ E mostrarei o caminho do perdão/ A consoladora estrada da luz.../ Luz que irá iluminar as suas vidas.../ Ainda ontem.../ Não pensava/ Que iria passar por tanta coisa/ Que sofreria tanto/ Poucos acreditaram/ Mas não tenho mágoa.../ O vento levou todas as coisas ruins/ Só ficaram as boas/ Que até hoje me alimentam/ Ainda ontem.../ Com alegria no coração/ Iniciei uma linda existência/ Que ainda falta muito para terminar/ Hoje... Depois de tudo.../ Tenho saudades dos meus primeiros anos de vida/ Quando caminhava ao lado de pessoas/ Que me ensinaram as primeiras lições/ Jamais irei esquecê-las.../ Da casinha de madeira/ De chão batido.../ E da fonte de água cristalina/ Que saciava a nossa sede/ Da primeira professora/ Que pegou na minha mão para ensinar/ As letras do alfabeto.../ Ainda lembro da minha/ Cidade natal/ Onde vi o mundo/ Pela primeira vez/ Cheio de surpresas/ Agradáveis e desagradáveis/ Às vezes me vejo/ Rindo e chorando/ Sobre as coisas que aconteceram/ Na minha infância.../ Guardo no fundo da alma/ Aquele tempo/ Que os anos não irão trazer de volta/ Somente a certeza/ De que está valendo a pena/ Estar passando por essas terras.../

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A MÚSICA

Faltam palavras Para expressar E escrever Que a música é a Única porta onde a Minha alma torna-se uma viajante Transporta-se para os mundos Mais longínquos do universo Fica feliz Sente a presença de Deus... É a janela Onde os meus olhos passeiam Como se estivessem vendo o paraíso Com os seus lindos jardins Sendo manuseados Pelos jardineiros e paisagistas do céu... É também o único momento Em que fico anestesiado Em contato com os mestres da poesia Chego ouvir a voz/ Do anjo Gabriel/ Protetor dos poetas.../ Que ao ler os meus pensamentos/ Chega a sugerir os mais lindos/ Poemas que tive a felicidade de escrever.../ A música é para mim/ O alimento/ A água/ O vento/ O cobertor em dias de frio intenso/ Todos os meus poemas foram escritos/ Ouvindo as mais lindas músicas/ Não consigo me expressar/ Sem que os meus ouvidos/ Estejam sendo acalentados/ Pelo som de um violão/ E pelo grito saudoso de uma gaita/ Tudo tem um sentido na vida de um poeta/ Um deles é fazer dos viventes da Terra/ Criaturas mais sensíveis e amáveis/ Outro é dizer que somos criaturas/ Criadas para um dia sermos irmãos de verdade/ Longe das inverdades.../ Porque tudo faz parte de um grande poema/ Escrito pelo criador do Universo/ Agora mesmo.../ O som de uma bela canção/ Está se aproximando/ Vem para abrilhantar/ O meu andar/ Fazer da minha vida/ Uma longa jornada musical.../

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

MEU MENINO

Corre... Corre.../ Meu menino.../ Pelos imensos campos de trigo/ Com alegria no coração/ E a alma livre/ Como um anjo/ A correr na direção Do rio de águas cristalinas/ Para se banhar/ Como se estivesse/ Recebendo dos céus a medalha/ Por ter percorrido longa estrada/ Distante caminho/ Onde errou várias vezes/ Assim como acertou/ Viveu intensos/ Momentos de felicidade/ Corre... Corre meu menino.../ Pelos floridos campos de girassóis/ Com imensa felicidade na alma/ E o coração saltitando/ Por ter conquistado/ Os maiores desafios terrenos.../ Não perca mais tempo/ Corra na direção/ Do rio de águas cristalinas/ Para sentir a água limpando teu corpo/ Tirando as manchas escuras/ Adquiridas nas renhidas lutas do passado/ Levante as mãos para o céu/ Ofereça as tuas abençoadas corridas ao Pai Eterno/ Deixe que as águas levem as tuas lágrimas/ Para o oceano.../ Assim você estará pronto para/ Continuar correndo e correndo.../ Corre... Corre meu pupilo/ Com a cabeça erguida/ Mas com a humildade/ De um valente guerreiro/ Nos momentos de incertezas Não tenha medo/ Você é um filho abençoado/ A luz divina sempre iluminará os teus passos/ Estarei na chegada/ Das desafiantes/ Maratonas e ultramaratonas/ Que você ainda vai enfrentar/ Quero esperar você/ Com os braços abertos/ E dizer que valeu a pena/ Ter acreditado em você/ Quando percorrias os descaminhos da vida/ Para mim/ Você sempre será o meu menino/ Filho amado/ De infindáveis existências.../ Espírito velho/ Guerreiro de longos tempos/ Você terá um lugar/ Nos pódios dos encantados campos de luta/ Será com muita emoção/ E lágrimas nos olhos/ Que quero entregar a medalha/ Que você tanto luta para merecer/ Por acreditar que Deus/ É o nosso Pai.../

terça-feira, 27 de outubro de 2015

A DAMA DO MEU JARDIM

Enquanto a noite perdurar/ Ficarei pendurado em você/ Quando os raios do sol aparecerem/ Por trás da montanha/ Desgrudarei de você/ Serei igual a uma ave noturna/ Irei te amar somente à noite/ Dormindo nos braços do dia/ Descansando nas redes da sombra/ De uma frondosa árvore/ Só vou acordar com a chegada da noite/ E nos coloridos jardins/ Sentiremos o perfume de todas as flores/ Nesse deleite amoroso/ Vamos namorar até adormecermos.../ Ao lado dos gerânios/ Brancos e vermelhos/ Cantarei a mais bela canção/ Fazendo de você/ A mais linda flor do meu jardim.../

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O POETA E O MUNDO

Quem lê os meus poemas e contos/ Já percebeu o compromisso que tenho/ Com a liberdade do ser e da alma humana/ Jamais irei/ Aliar-me ao atraso e a ignorância/ Sou livre/ Livre vou morrer/ Não sou de ninguém/ Ninguém me pertence/ Pertenço ao mundo/ O mundo me pertence/ Se alguém me ama/ Gosta dos meus poemas/ Deixe que esse poeta/ Caminhe livremente/ Pelas estradas da vida.../

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

AGORA É VOCÊ QUEM CHORA

Nada me conforta/ Sinto muita dor no coração/ Tenho saudade de você/ Toda vez que caminho/ Entre os campos verdejantes/ Que ficam perto do lago/ De águas cristalinas.../ Lembro-me das vezes em que/ Andávamos de mãos dadas/ Observando as flores do campo.../ Como dois jovens/ Repletos de esperança/ Cheios de sonhos/ Querendo abraçar o mundo/ Achando que a felicidade/ Estava esperando por nós.../ O conforto que às vezes tenho/ Vem das lembranças/ Das nossas alegrias/ Das coisas lindas que fizemos juntos/ Em alguns momentos/ Vejo-me falando sozinha/ Rindo das nossas histórias/ Dos nossos medos/ Das vontades escondidas no coração/ Da certeza de que o mundo/ Iria nos fazer feliz/ Não posso ficar a vida inteira/ Sentindo saudades de você.../ Porque você não pode vir até aqui/ Estamos distantes.../ Separados pelo limite dos mundos/ Preciso te pedir perdão/ Não disse nada a você/ Fui embora/ Sem pensar em nada/ Perdoe-me!/ Juro que jamais/ Fugirei dos teus braços.../ No verão passado/ Fui até a cachoeira da pedra grande/ E lá.../ Com alegria no coração/ Revi imagens que vinham das águas/ Que caíam do alto da pedra/ As cenas pareciam tão reais/ Que fiquei emocionada/ Chorei até ser consolada/ Pelo beija-flor que você conhece/ O nosso grande amigo.../ Passei o dia inteiro/ Assistindo aos filmes de nossas vidas/ No final da tarde/ Precisava ir embora/ Ao me despedir do local/ A tua imagem veio/ E com ela/ O som das tuas palavras/ Que diziam.../ Você não deveria ter ido embora/ Desse mundo.../ A saudade foi profunda/ Chorei muito/ Meu coração ficou despedaçado.../ Agora é você quem chora/ Chora como eu chorei/ Longe da tua alma gêmea.../ O universo sempre dá outra chance/ Chance que não iremos desperdiçar.../ Porque o tempo não tem fim/ Sempre haverá um momento/ Para o reencontro.../ De duas almas que têm/ Uma inegável afinidade amorosa/ Assim as nossas lágrimas/ Não cairão mais/ Em nossos rostos/ Vamos viver juntos/ Como dois pássaros apaixonados/ Voando por todos os mundos do universo/ Cantando as canções mais lindas/ De todos os tempos.../

sábado, 17 de outubro de 2015

AMARGA SEDUÇÃO

Doce e diabólica sedução/ Quase sempre me leva ao chão/ Em todos os aspectos.../ Você quase sempre me faz caminhar/ Muito perto do perigo.../ Ao lado da intriga/ Sempre fui tragado ao lixão/ Sedução...! Sedução fatal...!/ Fatal porque me leva direto/ À mágica e sensual tontura/ Onde perco toda a razão.../ Às vezes imagino que a sedução/ Refere-se somente à sensualidade/ Mas vai além... Muito além.../ Atinge todas as áreas da vida/ Vida que pode ser destruída/ Marcando para sempre/ No coração e na alma.../ Com o tempo entendi/ O perigo da sedução/ Que mexe sempre com a minha emoção/ A complicação vem com a sedução/ Eterna sedução...!/ Não me faça chorar/ Por tua culpa/ Deixe-me caminhar sempre com atenção/ Não faça de mim/ Um pobre escravo das tuas artimanhas/ Deixe-me em paz!/ Pode até me acompanhar/ Caminhando ao meu lado/ Como uma sombra.../ Desde que não interfiras/ Porque quase sempre você me fere.../ Eu sei que você finge/ Com palavras enganosas/ Sofismas mirabolantes/ E no final acabo caindo nas/ Tuas loucas armadilhas/ Sedução...! Melosa Sedução...!/ Preciso viver sem você/ Necessito sentir saudade/ Quero experimentar nova vida/ Mesmo que tenha que morrer de vontade/ De mais uma vez/ Ser usado por você.../ Sedução...!/ Você sabe que sou apaixonado por você/ Vive nadando ao meu lado/ Nos limites do tempo/ Nas horas de prisão/ Por ter cometido erro/ Influenciado por você.../ Você ficou sentada/ Sem nada fazer.../ Sedução...!/ Não tenho mágoa/ Sou limpo de sentimentos escuros/ Não posso negar/ Que ao errar/ Cheguei a pensar/ Que caminhava pela estrada certa/ Depois de tudo/ Com tudo/ Somado e multiplicado/ Pouca coisa restou/ Muita coisa não prestou/ Nem mesmo para dar o que comer/ Aos urubus das montanhas negras.../ Sedução... Você mentiu!/ Fingiu que seria a minha paixão/ Para a eternidade.../ Fez de mim/ Apenas mais um.../ Colocou mel na minha boca/ Boca que você usou/ E se lambuzou.../ Nos momentos de pura ilusão/ Depois veio a desilusão.../ Ainda lembro dos teus gemidos/ Dos longos beijos.../ Das infindáveis horas de prazer.../ Promessas e promessas/ Foram feitas/ Que eu seria coroado/ No alto do poder/ Como rei.../ Na hora de assumir/ O trono prometido/ Você sumiu.../ Quando voltei a reviver/ Você veio pedir para viver/ Outra vez.../ Só que dessa vez/ Já conheço as tuas artimanhas/ Irei fugir das tuas/ Diabólicas palavras/ Porque tenho a certeza/ De que se ouvir novamente/ O som do teu palavreado/ Totalmente desenfreado/ Vou cair novamente/ Nos teus braços/ Quentes e suados/ Que seria outro abraço/ Mortal e sem saída.../ Porque você é filha do diabo/ Que sempre acabou comigo/ Desdenhou e maltratou/ Esse pobre coração.../ Estou fugindo da taça do/ Teu convidativo licor.../ Jamais irei experimentar outra vez/ Nem mesmo no altar/ Uma gota sequer/ Do líquido que sempre degustei/ Ouvindo as tuas manhas/ Que fizeram de mim/ Um triste caminhante/

terça-feira, 13 de outubro de 2015

IRRACIONAL RAZÃO

Está tudo quieto/ Nada se move/ Estou sozinho/ Na minha casinha de madeira/ A noite está um breu/ Como breu está o meu pensamento/ Olho pela pequena janela/ Percebo que lá fora/ O silêncio é total/ Total e pronto/ Para mais uma carnificina/ Praticada na oficina do mundo/ Tudo em nome de uma irracional razão/ Deixo algumas palavras/ Em protesto.../ Porque jamais concordarei/ Com a vingança oficializada/ Pelo poder do mundo.../ Resolvo sair/ Quero ouvir música/ Dançar para espantar/ Os medos que tomam conta/ Da minha alma/ Alma perseguida/ Perseguida por ser renhida/ Renhida porque questiona/ Questiona as regras impostas/ Sem combinar com os protagonistas/ De um mundo sem paz e nem amor/ Amor que conflita com teorias da lógica/ Porque sentimento não se mede/ Apenas se pratica/ Sem crítica/ Sem cobrança/ O ritual foi criado/ Pelos poderosos lá de cima/ Com apoio dos grandes/ Da amaldiçoada Terra/ Em detrimento dos pequenos/ Com insensível justificativa/ Esse macabro critério/ Não se justifica/ Fica a impressão/ Que estamos sendo jogados/ Aos leões para sermos devorados/ Para deleite dos eleitos/ Não adianta explicar/ Com falsas palavras/ Proféticos sermões/ A raça humana está a caminho/ Do holocausto/ Há milhares de anos vem/ Acontecendo para satisfação/ Das inúmeras facções/ Que dominam tudo em nossa volta/ Isso continua/ Porque não deu certo/ A matança nunca parou/ A vingança é lei vigente/ Ainda tem gente/ Que tem a coragem de dizer/ Que está tudo certo.../ Que não passa de uma grande mentira/ Mentira praticada em todos os momentos/ Enquanto isso/ Inocentes/ De todos os tamanhos/ São dizimados pelos rinocerontes/ Sem alma/ Sem coração/

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O INFERNO E O CÉU

Entre o céu e o inferno/ Prefiro caminhar na marginal/ Olhando a briga daqueles/ Que lutam para sair do inferno/ E os que brigam para entrar no céu.../ Já foi-se o tempo em que ficava ao lado/ De algum posicionamento/ Nunca ganhei nada/ Nem por merecimento Ou por gratidão/ Perdi muita coisa/ Por mais que o meu coração/ Sinta a necessidade de abrir/ A porta para deixar alguma ideia entrar/ A experiência indica que não vale/ Mais a pena.../ Entre o céu e o inferno/ Acho melhor/ Ficar longe de tudo/ Trilhar outras terras/ Com calma e serenidade/ Até que tudo esteja finalizado/ Porque ainda nada está claro/ Quem vai perder e/ Quem vai ganhar/ A batalha que poucos acreditam/ Num primeiro momento/ Seria natural escolher o céu/ Mas talvez fosse chato/ Ficar o tempo todo fazendo a mesma coisa/ Escolher o inferno/ Iria brigar com o diabo o tempo todo/ Ele ficaria no meio do fogo rindo/ Das desgraças dos outros/ Ou até mesmo/ Iria querer todas as mulheres em sua volta/ Enquanto eu.../ Não teria nenhuma chance/ O diabo não gosta de poeta/ Sendo assim é melhor/ Continuar caminhando na margem do rio/ Ou na marginal da principal avenida/ Observando a briga entre os dois extremos.../ Porque a raça humana não tem futuro/ Ela trabalha de todas as formas/ Para o derradeiro fim.../

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

MULHER DOS MEUS SONHOS

Mulher...!/ Linda mulher.../ Mulher dos meus sonhos.../ Mulher que me alegra/ Mulher que está dentro do meu coração/ Quando me encontrar/ Dance comigo/ Todas as musicas/ Se quiser pode até me beijar/ O poeta é do mundo/ Filho do dono do mundo/ Foi criado para viver/ Dançando aqui e ali/ Alegrando as dançarinas.../ Os poetas são seres diferentes/ Criam vida aos seus poemas/ Porque cada poema é uma vida/ Vidas e vidas já se passaram/ No coração do poeta/ Você jamais vai sair/ do meu coração.../

domingo, 4 de outubro de 2015

A OBRA EMBRIAGANTE MAGIA DA NOITE É LANÇADA

Foi lançada no último dia 4 de outubro, a obra EMBRIAGANTE MAGIA DA NOITE", do escritor, jornalista e poeta CARLOS MIGUEL TORRES.A edição é independente e será distribuída nas bibliotecas públicas, universidades, colégios, escritores, jornais, revistas, poetas e jornalistas. Referida obra tem o prefácio do jornalista e escritor CELSO MARTINS, que revela a militância comunista do poeta nos 1970, "período escuro da política brasileira". Ele ressalta a importância da obra, dizendo que "são temas delicados e de abordagem difícil, onde pequeno resvalo nos leva a repetir preconceitos entranhados no ser humano, culturalmente construídos, mas que parecem naturais." O poeta dedica a obra aos amantes da noite...Dançarinos das madrugadas se fim...Á linda morena...À loira sensual...As eternas dançarinas..." Tem ainda na apresentação da obra um poema de PABLO NERUDA, que diz: "De noite amada...Amarra teu coração ao meu...E que eles no sonho derrotem as trevas...Como um duplo tambor combatendo no bosque...Contra o espesso muro das folhas molhada..."

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

DELICIOSA ILUSÃO

A noite estava acabando/ Estávamos colados/ Degustando momentos intensos de prazer/ Sem nenhuma intenção de desgrudarmos/ Chovia muito.../ O frio acompanhava/ As pesadas bagas de chuva/ Que caíam no telhado da pequena casinha/ Construída ao pé da grande montanha/ Que circundava o lago de água cristalina/ A paixão estava à flor da pele/ Com a chegada da luz do sol/ Tudo iria acabar.../ Porque estávamos vivendo uma ilusão/ Teríamos que partir/ Para vivermos destinos distintos/ Distante um do outro/ Com certeza/ Jamais iríamos nos ver/ Éramos como pássaros/ Em busca de paixões roubadas/ Como todas as coisas belas/ O calor de uma grande paixão/ Também terminaria/ Da mesma maneira que nos conhecemos/ Sem nada marcado/ Ou agendado/ Apenas com troca de olhares/ A doce ilusão/ Tinha hora para ter um fim/ Como é bom/ Viver alguns momentos/ Onde o coração e a alma/ Misturam-se/ Formam uma vida/ Uma estrela/ Que depois de tudo/ Partem para o infinito.../

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O TUDO DE NÓS

Cada palavra/ Um significado/ Uma vertente que se abre/ Abre e indica que tudo pode acontecer/ Duas ou três palavras/ O sentido se amplia/ E tudo pode se modificar/ Ouvindo uma linda música/ Os sonhos e as fantasias/ Apresentam-se como alternativas/ De uma nova saída/ Talvez aquela que nós/ Jamais admitiríamos/ Em outros tempos.../ Como a vida é um longo poema/ Depende de nós/ Os versos e as poesias/ Que vamos escrever/ Muitas vezes tudo vem pronto/ Pronto para querermos ou não/ Não podemos negar/ Que o tempo pode mudar tudo/ Como tudo na vida anda/ Querendo nós ou não/ O fim de tudo.../ Os ventos da mudança são fortes/ Levam tudo.../ Tudo vai para o brejo/ Brejo que temos medo/ Medo que todos têm/ Mas não admitem/ Admitem que aconteça com os outros/ Podemos até querer algo de novo/ Mas o destino é cruel/ Mostra que não somos dono de nada/ Engolimos goela abaixo/ Tendo fome ou não/ Somos obrigados/ Ingerir situações criadas/ Na novidade das coisas/ Vem empacotada/ Somos parceiros de tudo/ Mas esse tudo/ Quase sempre é contra nós/ Os porquês da vida/ Não foram e não são criados por nós/ Simplesmente se colocam a nossa frente/ Não sai... Ficam e ficam.../ Atormentando as nossas noites/ Pesadelos e mais pesadelos/ Enquanto não aceitarmos a nova situação/ Somos escravos/ Viramos doentes da alma/ A depressão se aloja/ Sem pedir permissão/ A verdade de tudo/ É que somos usados/ Abusados e abusados/ Resta pouca coisa para nós/ O resto vem e vem contra a nossa vontade/ Vontade nunca respeitada.../ Porque queremos fugir desse tudo/ Sermos felizes/ Mesmo que para isso/ Tenhamos que enfrentar tudo/ Somos pobres de tudo/ Sonhamos ser ricos em tudo/ Mas esse tudo/ Fica cada vez mais longe de nós.../

domingo, 20 de setembro de 2015

MEU CORAÇÃO

Meu coração não é de granito/ É renhido/ Destemido.../ Também não chora/ Não lamenta/ Dores do momento/ Não tenta viver duas vezes/ A mesma paixão.../ Até mesmo pelo respeito ao/ Primeiro e inesquecível momento.../ Vive gritando pelos canyons e montanhas/ Como lobo solitário e predador/ Uiva com os dentes afiados nas noites escuras/ Às vezes se perde em busca de uma linda presa.../ Meu coração... Amado coração de poeta!/ Bate forte sem machucar ninguém/ Não deixa nenhuma veia entupida/ Muito menos alguma gordura/ Repleta de veneno/ Quer viver para sempre/ Na mente das dançarinas e dos/ Amantes apaixonados.../ Também não é de pedra/ Pode até rolar pelas noites/ Como pedregulho.../ Não tem orgulho/ Obedece ao destino/ É ainda carinhoso e liso como pedra de rio.../ De tanto andar de mão em mão/ Meu coração é igual a uma máquina/ Vive maquinando/ As melhores formas de ouvir/ As batidas de corações/ Carentes e solitários/ Nas madrugadas sujas.../ Meu coração não é solitário/ Nem otário.../ É um grande salão de baile/ Onde todos dançam/ Tem até gaiteiro... Violeiro/ E uma linda dançarina/ Que ao dançar/ Com o melhor dançarino/ Ajuda o cantor na segunda voz/ Meu coração é veloz/ Nasceu numa noite de lua cheia/ Com grande ventania/ E céu estrelado.../ Às vezes também fica triste/ Quando bate à porta de um ex-amor/ Não para voltar/ Simplesmente para perguntar/ Como está indo a vida.../ Meu coração não é falso/ Nem um cadafalso/ Muito menos masmorra/ Não prende ninguém/ É o rancho da liberdade.../ Pulsa sempre em resposta/ A pulsação dos amores/ Que sabem que ninguém/ É dono de ninguém/ Apenas simples locatários/ De gloriosos momentos/ Sem pagar ou cobrar aluguel.../ Nos dias de chuva/ O meu coração abre as portas/ E as janelas para deixar entrar/ Algumas gotas de chuvisco/ Quem sabe para refrescar o calor de alguma paixão/ Que teima em não seguir outros rumos/ Meu coração.../ Amado coração...!/ Vive e se alimenta do aroma/ Que nasce no fim de cada noite/ Não pare de viver/ Sobreviva às tempestades/ Se um dia resolver descansar/ Que descanse quando eu estiver dormindo/ Assim não saberei onde estarei/ Se vivendo neste mundo/ Ou em qualquer outro.../

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A VOZ

Cante...!/ Mulher da voz/ Macia e cativante/ Para que eu possa alegrar a minha alma/ Mostre que o som do violão/ Pode ser a gota da água que vai/ Saciar a sede que trago ao longo da vida/ Toque o violão que eu trouxe para você/ No último outono/ Não deixe que o momento termine/ Eternize tudo que vem da alma/ Cante...!/ Voz eterna voz...!/ Ouvindo você cantando/ Todas as dores do mundo viajam/ Para um lugar distante/ A casinha onde moro/ Ao lado do riacho/ Foi construída na inspiração de uma canção/ Que preconiza a natureza/ Fica ao lado do jardim mais lindo que/ Algum jardineiro ousou construir.../ Hoje...Depois de tudo.../ Quero ouvir para sempre a tua voz/ Acompanhada do violão choroso/ Vamos fazer da vida/ Uma longa música/ Que transforme a caminhada/ Num belo concerto/ Você sabe que/ Não sei cantar/ Também não sei tocar violão/ Apenas sei jogar as palavras/ Às vezes se transformam em poema/ Outras vezes em poesia/ Com encantada rima/ Há momentos que o vento as/ Leva para o desfiladeiro do fim do mundo/ No entanto.../ Unindo o violão/ A tua voz/ E os meus poemas/ Poderemos compor/ O canto profundo da alma/ Talvez a melodia/ Que os amantes mais precisem/ Para sobreviver aos tormentos da separação/ Enquanto o mundo briga/ Por questões materiais/ E outras picuinhas sem nenhuma importância/ Nós cantamos em todos os cantos/ Cantamos para viver/ Mostramos que a canção é o fim/ E o início de tudo.../ Vamos viver para eternizar o canto e a poesia/ Que as nossas palavras/ Com fundo musical/ Possam banir a depressão das pessoas/ Que a dança da alegria/ Limpe os corações mais tristonhos/ Que eles não escutem mais/ Os gritos desesperados dos raivosos/ Vamos ouvir somente a canção do porvir/ E que a musicalidade se expresse na profundidade/ Do nosso ser/ Ontem...Ainda quando o céu brilhava/ Você entoou a “canção do adeus”/ Pensando que nunca mais iríamos nos ver/ Mas isso não aconteceu/ A despedida está longe de acontecer/ Porque o céu ainda vai esperar muito por nós/ A nossa canção ainda não terminou/ Venha e continue perto de mim.../ A tua voz me é agradável/ Me degusta muito.../ Traz a certeza de que somos/ Criaturas diferentes/ Na forma de agir e de pensar/ Quem sabe exilados/ Ou imigrantes.../ Que saíram de outras terras/ Para trabalhar ao lado dos ouvintes/ Mais necessitados/ Mais carentes/ Do pão musical/ Do poema que molhe suas gargantas/ Secas de tanto sofrer/ E da poesia que amoleça os seus duros corações.../

A PREDADORA DOR

A pessoa precisa de várias coisas/ O pão de cada dia/ Mas tem dia que nem isso/ Alegra o dia a dia/ É que as dores da alma e do coração/ Batem mais forte/ Levando ao desespero/ Na riqueza e na pobreza/ A pessoa sofre e lamenta/ Porque não é rica/ Aí quer ser rica/ Fica rica/ Mas nada adianta/ O sofrimento é latente e invisível/ Vem de algum lugar/ Desconhecido e predador/ Não consegue entender/ Porque o mundo é tão cruel/ Não vê saída/ Está tudo bloqueado/ Imagina que está doente/ Sente o corpo fraco/ Dói tudo/ Procura o médico/ Sai do consultório/ Com receita repleta de remédios/ Nasce mais um escravo dos comprimidos/ Que não resolvem o principal problema/ É a dor invisível/ Que mata aos poucos/ Chora pelos cantos/ Lamenta estar vivendo/ Quer morrer de qualquer jeito/ Pensando que essa é a solução dos seus problemas/ Abandona a família/ Cria um mundo para si/ Mundo criado pela dor/ Dor que veio para matá-lo/ De qualquer jeito/ Jeito que se olhasse para o céu/ Com fé poderia ser tudo diferente/ Fica sem vontade de seguir em frente/ Não acredita nas alturas/ É mais fácil crer na ilusão/ De que nasceu para sofrer/ Acha melhor remediar/ Com remédio dos homens/ Sendo que o melhor é aquele/ Que um dia mostrou o/ Verdadeiro caminho de todas as dores/ Assim vai vivendo/ Jogando ódio e rancor por todos os lados/ Sempre achando que não existe solução/ Esconde-se das saídas/ Que são colocadas a sua frente/ Vai morrendo aos poucos/ Muitas vezes levando consigo/ Os mais próximos/ A morte nesse caso/ Nem precisa fazer força/ A pessoa já fez a opção / Por morrer aos poucos/ E com ela/ A alegria de viver/

domingo, 23 de agosto de 2015

CEREJAS MADURAS

Não sei por onde começar/ Talvez tenha que iniciar pelo fim/ Para poder entender a essência da história/ Talvez seja assim que tudo termina/ Porque é difícil caminhar/ Ouvindo histórias/ Compreender que tudo tem/ Um início e um fim/ Porque as coisas inevitáveis acontecem.../ Muitas vezes sem a nossa assinatura/ E contra a nossa vontade/ Não consigo navegar pelos oceanos/ Atravessar os rios.../ Não quero me machucar/ Muito menos ferir alguém/ Simplesmente caminhar/ Conhecer as pegadas/ Descobrir outros caminhos/ Ir ao encontro da planície da paz/ Colher flores do campo/ Beber água cristalina na fonte/ Ficar embaixo de um pé de cereja/ Apanhando as mais maduras/ Sem que ninguém diga/ Que estou no caminho errado/ E que não sou digno de ter/ Alguns momentos de felicidade/ Viver sem pensar que/ Um dia iniciei a caminhada/ Que não sabia o que iria acontecer no fim/ Que bom seria se todos perdoassem/ Por caminhar e caminhar/ Errando e errando.../ Que nos deixassem aprender com/ Os nossos próprios erros/ Que maravilhoso seria se/ Em vez de levantar a mão para agredir/ Levantássemos a mão para tocar violino/ Numa grande praça pública/ Que bom seria se em vez de julgar/ Os erros dos outros/ Olhássemos para nós mesmos/ Admitíssemos que também podemos errar/ Seria grandioso/ Que nossos pensamentos fossem/ Apenas para criar lindas histórias/ E saídas saudáveis para os mais fracos/ Não para inventar mentiras sobre/ A vida dos outros/ Mesmo assim.../ Imagino caminhar em outro mundo/ Talvez na nossa verdadeira morada/ Conhecer outras pessoas/ Contar a minha história/ Dizer que apesar de tudo/ Caminhei às vezes chorando/ Outras vezes cantando/ Para ir ao encontro do sono/ De uns instantes de alegria/ Revelar que meu mundo/ Está distante do ideal/ Longe do sonho/ Daquele paraíso que/ Nos afaga o coração/ Dizer que as rosas... Os gerânios.../ E as margaridas/ Nos jardins lamentam/ Que muitas pessoas/ Passam.../ E não os admiram/ Não sentem o seu perfume/ E não caminham entres eles/ Como tenho sonho/ E não vivo sem sonhar/ Imagino e penso/ Andar nos caminhos/ Mais lindos do universo/ Vivo querendo somente/ Que todos vivam/ Da forma mais linda possível/ Como seres angelicais/ Com a alma e o coração em paz/

domingo, 16 de agosto de 2015

RAZÃO DE TUDO

O momento é de êxtase profundo/ Com ambiente carregado/ Alcoolizado ao extremo/ Emoção estonteante/ Perto da grande final/ Que vai justificar tudo/ Final esperado há muito tempo/ Tempo calculado com cuidado/ Para que não haja/ Mais outro arrependimento/ Vida repleta de vários erros/ A razão é simples/ Não haverá outra viagem/ Viagem que sempre foi desgovernada/ Tudo em volta/ Se volta para imagens/ Que dançam ao meu redor/ Pensamentos repletos/ De palavras distorcidas/ Mastigadas com remorso/ Misturado com saudades/ Que maltratam o coração/ Algumas pessoas/ Também estão sentadas/ Nesse bar/ Escondido no final de/ Uma rua sem saída/ Pensando e agindo / Como eu/ Avermelhadas de sentimentos/ Que não conseguem extirpar/ Da mente/ Ontem não era assim/ Parecia que o caminho era correto/ Veio a noite/ Tudo aconteceu/ O dia foi de longo sono/ Tentativas de fuga aconteceram/ A noite chegou/ Não deixou a paz agir/ A bela lua surgiu no firmamento/ A única que traz/ A certeza de que ainda sou amado por alguém/ Como é um astro/ Longe de mim/ Mas bem perto do coração/ Pode sim/ Servir como remédio/ Para as minhas loucas amarguras/ Que só aumentam/ Com o levantar do whisky sem gelo/ A razão de tudo está na escolha errada/ Que os viventes fazem sem pensar/ Depois dos erros.../ Vem o arrependimento/ Que corrói o peito/ Sem deixar alguma solução/ Agora e depois.../ Viverei no colo da noite/ Abraçarei os fantasmas/ E juntos vamos dormir/ Com a chegada da noite Fechar os olhos com / Os primeiros raios da luz do dia/ Como bêbados/ De loucas emoções/ Não resolvidas/ Seguiremos os passos/ Das corujas/ Que irão nos guiar/ Para algum lugar / Que se quer sabemos/ onde fica.../

LOBOS DAS SOMBRAS

Na visão de um mundo/ Onde tudo é possível/ Onde reina guerra e agonia/ A busca de poder e dinheiro/ Deixa os honestos à beira do abismo/ Visão de uma grande cegueira/ Porque não enxerga um/ Mundo melhor depois de uma crise/ É curta a imagem de uma sociedade/ Que recebe influência da escuridão/ Que não perdoa ninguém/ Quer somente o fim da raça humana/ Vivemos bloqueados/ Muitas vezes somos deletados/ Nos raros momentos de alegria/ Os poderosos nos cercam de todas as formas/ Não se apresentam de frente/ Escondem-se.../ Vivem nas sombras.../ Aproveitam as nossas fraquezas/ Somos atacados como caças frágeis/ Em campo aberto/ Não nos deixando alternativa/ De reação a esses ataques covardes/ Ao longo do tempo/ Fomos obrigados a aprender/ A lutar com os olhos/ E com a imaginação/ De felinos solitários/ Não podemos ser ingênuos/ Acreditar em promessas/ Estamos caminhando em desfiladeiros/ Repletos de armadilhas/ Os lobos da noite/ Querem nos abater/ Para saciar a fome a e sede/ Não importando se somos adulto ou criança/ Para os donos do poder das sombras/ Somos alimentos/ Para as suas insaciáveis loucuras/ De todos os tipos/ Desde muito cedo/ Ainda quando usávamos fraldas/ Os senhores da névoa da noite/ Nos atormentavam/ Sem que tivéssemos condições de rebater/ Assim somos nós.../ Criaturas que vivem nesse submundo/ Cheio de coisa feia e nojenta/ Que por algum descuido/ Alguém resolveu brincar de construtor/ Deste pobre mundo/ Colocando seres indefesos/ Para serem vitimas nas jaulas de leões sanguinários/ Todos os dias/ Todos os momentos/ Em algum lugar desse podre mundo/ Uma lágrima/ Um grito de dor/ São sentidos/ Sem que alguém venha socorrer/ Somente palavras.../ E mais palavras.../ Dizendo que é preciso sofrer/ Que é preciso apanhar/ Que é preciso isso e mais aquilo.../ Para um dia.../ Que ninguém sabe quando/ Vivermos num mundo de felicidade/ Há milhares de anos/ Somos alimentos de leões... Lobos/ E hienas com dentes afiados/ Agora mesmo.../ Em alguma residência desse podre mundo/ Uma criatura está sendo/ Consumida por uma doença terminal/ Famílias choram seus filhos/ Mortos em guerras sem causa/ Mães lamentam a perda de seus rebentos/ Na luta contra todos os tipos de drogas/ Mas não adianta/ Tudo foi feito para exterminar a felicidade/ A bondade e o amor/ A dor governa o mundo/ As lágrimas dos inocentes/ Não são levadas a sério/ Pelos brincalhões que inventaram/ Essa desumana fábrica de seres humanos.../ Até mesmo para virmos ao mundo/ A mulher sofre como um animal/ De um parto totalmente/ Violento e distante/ Do amor e carinho que/ Muitas religiões vivem pregando.../

sexta-feira, 24 de julho de 2015

SENSÍVEL CRIAÇÃO

A criação é do artista/ Que enxerga a beleza/ Nas pequenas coisas/ Como plantar flores/ Em canteiros de jardins encantados/ A sensibilidade da criação/ É de espíritos amantes/ Do belo e da sensível/ Beleza da felicidade/ Em locais de paz/ Escrever um poema/ Cultivar um jardim/ Transformar troncos de árvores/ Em peças de arte.../ É para artistas transformadores/ Almas que vieram ao mundo/ Para embelezar o feio/ Assim como o compositor/ Compõe uma música/ O poeta escreve uma poesia/ E um poema de amor.../ Dando um toque genuinamente sensível/ Harmonioso e sentimental.../ Quando o mundo observar melhor/ A criação desses seres/ Vai mudar.../ Será mais humano.../ Saberá perdoar os inimigos/ Verá as coisas com humildade/ Será feliz.../ Participará da criação de um/ Novo mundo/ Onde todos poderão viver em paz/ Ajudando os que mais precisam/ Dando a mão aos fracos e oprimidos/ O sorriso fará parte desse mundo/ A alegria viverá nas casas de todos os homens/ E em cada lar/ Terá um lindo jardim/ Para deixar os visitantes encantados/ E que possam acreditar/ Que é possível sim/ Transformar o mundo/ Numa imensa casa de alegria e de paz.../

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A VALSA

É o momento/ Em que minha alma se liberta/ Se aproxima da morte.../ Morte que espero/ Com profunda leveza/ Valsa amiga da minha vida.../ Que embala meu coração/ Nas noites de libertação/ Todos têm momentos de encanto/ O meu é estar dançando valsa/ Com seu rodeio e passos largos/ Junto com a minha dançarina/ Faz com que volitamos/ Em companhia dos anjos/ Nos bailes no céu/ A valsa é o remédio das minhas/ Angústias e melancolias/ Trazidas de outras épocas.../ Que prefiro esquecer.../

domingo, 12 de julho de 2015

EXECUÇÃO DA RUA SEM SAÍDA

A lâmpada permanecia acesa, como se estivesse iluminando alguma coisa, sendo cúmplice de algo violento. A claridade era fraca, deixando os cantos da sala na penumbra. O ambiente estava esfumaçado, pois as três pessoas mortas tinham fumado e bebido muito. Tudo foi rápido, sem oportunidade de reagir. O atirador desfechou bala para todos os lados. Após a execução, aproximou-se dos corpos para averiguar se ainda tinha alguém vivo. Veio para cumprir a sentença determinada pelo Delegado. Sempre foi assim, desde adolescente abraçou a função de matador de aluguel. Filho de prostituta, criado por uma tia no sertão nordestino, resolveu viver em Santa Catarina, porque achava que quanto mais longe da terra natal, mais cedo esqueceria a sofrida infância. Agora, aos quarenta anos, cansado de tanta matança, sem nunca ter sido preso, Amarildo queria cumprir o último trabalho, sem deixar rastro. Segundo seus cálculos, foram mais de 80 execuções, sempre de forma fria e sem remorso. Para ele, as mortes faziam parte da vingança de Deus contra os criminosos e jamais matou alguém inocente, pois todas eram pessoas que mataram ou estupraram, por isso mereciam a morte. Considerava-se um justiceiro. Na outra ponta, havia os mandantes. Muitos faziam parte da classe policial, que viam no método uma forma de esvaziar as prisões. Vários delegados conheciam Amarildo e pagavam altas quantias para executar criminosos, porque consideravam que na maioria das vezes as penas eram brandas e não cumpridas. Os próprios delegados encobriam os atos do matador de aluguel. No caso dos carteiros era a mesma coisa. Muitos estupros foram praticados pelos entregadores de cartas. Paulo, Márcio e Jacó tinham como objetivo, todo dia cinco de cada mês, escolher uma menina, moça ou mesmo mulher casada para praticar o estupro. Eles preferiam mulheres recém-casadas, para causar ciúmes ao marido. Durante quatro anos, a cena vinha se repetindo e tudo era planejado, sem deixar nenhuma pista. Colocavam máscaras e partiam para o ataque. Amarravam, sedavam a vítima e depois a levavam para o porão da casa de Jacó, para ser estuprada de todas as formas. A residência do carteiro Jacó era bem antiga, construída há mais de cinquenta anos e ficava no final de uma rua sem saída de um pequeno bairro de uma cidade ao norte de Santa Catarina. Mais da metade das mulheres não denunciavam, porque eram ameaçadas de morte pelos três carteiros. Como nem todo crime é perfeito, eles cometeram um grande erro. Como funcionários dos Correios, usavam botas iguais, de solado alto. Num dos estupros que aconteceu num dia chuvoso, as pegadas foram observadas por um delegado que já tinha alguma suspeita sobre eles. Aos poucos, juntando peça aqui e acolá, a polícia conseguiu chegar aos criminosos. Após inúmeras investigações, o delegado Silva montou as peças e resolveu, de forma diferente, a situação. Como não acreditava na justiça, resolveu chamar Amarildo para cumprir a sentença. O que fez Silva mandar matar os estupradores foi que a última vitima deles era a sua jovem e linda esposa. Ela foi estuprada durante mais de seis horas e largada totalmente nua no mercado público. A partir desse crime, o delegado jurou vingança e fez uma rápida ligação: - Escute, tenho um trabalho para você. Hoje à noite, em frente ao mercado público, entregarei um envelope contendo 30 mil reais e os nomes e endereços dos bandidos. Faça o trabalho sem deixar rastros, que depois faço o meu, para encobrir tudo. Quero que os tiros sejam disparados na testa, na nunca e no peito. Para cada um, três tiros. – falou Silva, de forma rápida e sem meias palavras. - Então são três. Gosto quando tem mais de um para matar. O uivo da morte é uma música para os meus ouvidos, uma sonata na noite sem estrelas. Tenho um imenso prazer em matar bandido, porque sinto que estou fazendo justiça e sou a mão de Deus em cima desses criminosos. Os bandidos merecem morrer. Deixe comigo, não vou deixar nenhuma pista. – assinalou Amarildo, com largo sorriso nos lábios e crente de que era o carrasco contratado pela justiça divina. Amarildo pegou o envelope na hora marcada. Contou o dinheiro e verificou o endereço. Pelos nomes, já conhecia as vitimas, pois haviam participado de festas e orgias na casa de Jacó no último carnaval. Foi lá para fazer um programa com Jacó, que era homossexual. Para ele, não importava o serviço, o importante é que rolava dinheiro. Já passava da meia-noite de uma sexta-feira e os três estupradores estavam comemorando a última festinha com a mulher do delegado e preparando o próximo ataque, quando Amarildo bateu à porta: - Vá lá ver quem é, Márcio! – determinou Paulo. - Boa noite, o que o Senhor quer? Está procurando alguém? – perguntou Márcio. - Boa noite, eu gostaria de conversar um pouco com você e com os teus dois amigos que estão aí dentro. – respondeu Amarildo, com tanta calma, que até parecia que iria falar sobre amenidades. Nenhum dos três carteiros imaginava que estava abrindo a porta para a morte. Amarildo, com jeito tranquilo, foi logo entrando e sentou na primeira cadeira disponível. Os estupradores não estavam entendendo nada, mas a aparência do visitante era tão macia, que nem questionaram nada. - Mas o que o amigo quer conversar conosco? – perguntou Paulo, intrigado. - Coisas normais. – respondeu Amarildo, com sorriso malicioso. - Normais? Como normais? - perguntou Márcio. - Então... Acontece que eu vim, na verdade, cumprir uma sentença. – respondeu Amarildo, com a mão na pistola 45. Nesse instante Paulo entendeu o real motivo da visita de Amarildo, mas não teve mais tempo para nada. O matador disparou um tiro no peito de cada de um, que caíram no chão na hora. Em seguida, ele cumpriu a determinação do delegado Silva, dando um tiro na nunca e um na testa em todos os três. Depois, tomou uns goles do conhaque que estava sobre a mesa e desapareceu na escuridão. Antes que a noite terminasse, o delegado Silva foi até a casa da rua sem saída para ver se tudo havia ocorrido conforme suas ordens. Como não tinha nenhuma falha, e muito menos alguém vivo, espalhou gasolina por todos os aposentos e ateou fogo. A casa era de madeira e não demorou muito para virar um monte de brasas. Quando o dia amanheceu, os três carteiros estavam carbonizados e a vingança do delegado Silva tinha sido saciada. O delegado Silva sabia que a hora de Amarildo também estava chegando. Antes mesmo de entrar em contato com o matador, investigou o endereço do mesmo, bem como o que ele fazia durante o dia e a noite. Isso porque, se Amarildo resolvesse abrir a boca, muita gente graúda iria junto com ele para a cadeia. Esperou trinta dias da execução dos carteiros e montou uma emboscada. Todos os finais de semana, o matador ia à casa de Rosilda, ficando lá sábado e domingo. Isso deu oportunidade para o Delegado agir com tranquilidade. Certo sábado chuvoso e frio, quando Amarildo e Rosilda dormiam, Silva pegou vários galões de gasolina e espalhou em volta da casa. A residência dela era de madeira, já bastante antiga, fazendo com que o fogo se espalhasse rapidamente. O Delegado ainda ouviu alguns gritos de socorro do casal, mas nada poderia ser feito, porque ele havia lacrado todas as janelas e portas do lado de fora. Nada restou da casa, e tudo foi resolvido, restando somente as cinzas dos corpos.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A PODRIDÃO

Vida...sina da vida/ Que se vive e se chora/ Canta e dança/ Nos cabarés do destino/ Cretino em quem não assumir/ A sina da vida que leva/ Sonho quebrado/ Quebrado porque acreditou/ No paraíso que nunca existiu/ Mentiu e foi enganado/ Em nome de uma vida/ Desfolhada em dezenas de pedaços/ Pedaços de paixões que Ficaram nos lixões da vida Vida quebrada e destruída/ Porque imaginou/ Que valeria a pena/ Lutar por um dia de sol brilhante/ Brilhante para poucos/ Que nasceram em estrada de ouro/ Ouro que nunca foi dividido/ Vida... sina da vida/ Maldade que reina Que viver bem é para poucos/ Poucos que vivem abraçados com a dor/ Dor jamais aliviada/ Alívio que a minoria tem/ Que ri das lágrimas da maioria/ Maioria sacrificada em nome/ De um futuro que ninguém conhece/ Porque poucos conhecem o motivo/ Da sina da vida/ Que em cada dia/ Um longo sofrimento/ Onde os dias se tornam eternos/ As horas são longínquas/ Distantes da paz/ Paz palavra mágica/ Inventada por loucos poetas/ Emissários das divindades/ Que encontram neles/ O canal dos gritos/ E uivos dos moradores das sarjetas/ Que vivem no frio e na fome/ Criaturas abandonadas Jogadas ao relento do sol forte/ Vida... sina da vida/ Onde se vive como flores/ Na podridão do esgoto/ Onde religiões mentem em/ Nome de um ser que não conhecem/ Mundo feito em cima de mentiras/ Civilização construída com violência/ Em nome do progresso/ Onde corre sangue/ De inocentes/ Assim é a sina da vida De uma vida/ Longe do sonho/ Onde se possa viver de acordo/ Com a nossa vontade/ Vontade não respeitada/ Desacreditada por seres violentos/ Que se apropriam de lindos sonhos/ Até onde vamos...? Ninguém sabe/ Que as onze divindades/ Se reúnam/ De uma vez por todas/ E determinem o fim dessa/ Tresloucada e enganadora mentira/ Que se chama civilização terrena/ Porque chega de dor/ De violência/ De rancor/ De ódio/ E de corações de pedra/

terça-feira, 23 de junho de 2015

NÃO CHORE MULHER

Venha mulher...! Me dê tua mão... Não tenha medo do adeus... Da vida fácil... Que está levando... Te agarre nos braços... E nos abraços... De quem te quer... Ninguém é perfeito... Todos têm algum defeito... Deixe que tudo aconteça... Venha fazer da vida... Um passeio no lago azul... Deixe essa vida... Pare de beber... Deixe o fumo de lado... A tua beleza um dia... Ficará velha... Hoje é linda... Meiga e graciosa... Desejada por todos os homens... Que querem beijar os teus lábios... Mas as águas deslizam... Pelo tempo... Destruindo tudo... As rugas vão aparecer... Os anos são ruidosos... Violentos... Matam tudo... Até mesmo a mulher... Mais linda do mundo... Um dia ficará idosa... A beleza física não é eterna... A alegria da beleza é passageira... No final vira um monte de Pele retorcida... Que nem mesmo cirurgia plástica resolve... Onde a tristeza se instala... Ontem no alvorecer da vida... Você era uma linda menina... Cheia de sonhos... Inteligente e alegre... Orgulho da família... Mas a armadilha da escuridão te derrubou... Para vala comum da vida... Venha mulher...! Enquanto é tempo... Porque o tempo... Não gosta de você... Nem de ninguém... Você anda de galho em galho... Todos querem sugar a tua beleza... O dinheiro que recebes... Por uns momentos de prazer... Acaba na primeira compra... De roupas bonitas.... Que também um dia... Sairão de moda... Porque tudo tem um tempo de validade... Até mesmo a flor mais bela de um lindo jardim... Mulher da vida...! Se agarre no amor simples... Que está te esperando... Em algum lugar do destino... Não deixe que a oportunidade... Da mudança escape da tua mão... Não adianta chorar... Não chore...! Você tem uma alma muito linda... A luz te espera... Para iluminar o teu caminho... Você é maior que as lágrimas... Que escorrem no teu rosto... As tuas lágrimas... Para alguns homens nada valem... Muito menos o teu sentimento... As juras de amor... Feitas por eles... Não são sinceras... O que importa é você... Deixe de ser fácil... Seja uma linda mulher... De alma e de coração... Procure outro destino... Outra estrada... Teu coração precisa de... Um grande amor... De um abraço sincero de um... Homem que te ama... Hoje vive... De cama em cama... De ponto em ponto... À procura do sexo fácil... Esquecendo que um dia... Foi rainha da beleza... Ganhou prêmios... Conheceu o mundo... Sonhou ser feliz... Mas a vaidade falou mais alto... O material matou a tua sensibilidade... Enganou o teu coração... Foi jogada na estrada da perdição... Como uma mercadoria de troca... Com um tempo de duração... Não chore mulher...! Não enterre tua alma... Na lama podre da prostituição... Erga o rosto... Enxugue as lágrimas... Caminhe na direção... Da beleza transcendental... Onde o que vale é o sentimento do Coração e da alma... Venha envelhecer ao lado... De quem realmente te quer...

quarta-feira, 17 de junho de 2015

BEBIDA FATAL

Estou embriagado... Ligeiramente tonto... Demorei para degustar... A bebida mortal.... E a maldade da paixão... No início do romance... Tive medo... Fui covarde... Algum tempo passou... Resolvi ir ao encontro... Da bebida da paixão... Eu sei que é fatal... Porque pode machucar... Pode produzir ferimento... Mas é uma gostosa dor... Porque não mata... Apenas nos deixa fracos... Desfalecidos... De tanto beijos e sexo... Agora... Depois de tudo... Você precisa cuidar de mim... Estou viciado nos teus beijos... No jeito de você fazer amor... Quero cambalear nos teus braços... Fazer você morrer num eterno orgasmo... Que teu coração pare num suspiro final... Sendo assim... Não tenho cura... Preciso ser internado dentro do teu coração... Sem prazo de alta... Quero ficar aprisionado... Adormecendo e acordando... Do teu lado... Faça de mim o teu escravo... Nunca me liberte... Me condene sem piedade... Pegue na minha mão... Me conduza para o leito da tua cama... Faça tudo... Faça do teu quarto... Uma eterna masmorra sensual... Porque você é a guarda sem coração... Da minha cela... Das orgias sem limite... Mostre como se escraviza uma paixão... Você é a bebida que preciso... Degustar ligeiramente quente... Como quente são os teus beijos... De língua... Você é o vinho... Da paixão.... Faça ainda com que eu não... Pare de beber os goles... Da bebida fatal... Da tua sedutora e Felina paixão...

segunda-feira, 15 de junho de 2015

AS CHUVAS DOS ANOS SESSENTA

Que venha a chuva... Que o frio pegue carona... E esfrie a vida... Que o chão fique molhado... E regue as plantas... As chuvas podem chegar... Estão demorando... Tornando o clima mais ameno... Mandando o calor embora... E com ele... A certeza de que tudo precisa mudar... A água que cai do céu é importante... Principalmente quando estamos deitados... Ouvindo o cair das pesadas... Bagas de chuva no telhado... Ainda ontem à noite... Quando a minha alma... Viajava pelos locais... Da minha infância... Lembrei das... Chuvas dos anos sessenta... Dos verões e invernos... Que jamais voltarão... Vinham para refrescar o calor... Regar a plantação de feijão e milho... Refrescar as emoções de uma criança... Mostrava um novo mundo... Um novo horizonte... No embalo do tempo... No balaio das contradições familiares... Era transcendental ouvir o barulho da chuva... Sentindo o cheiro de terra molhada... Parecia que estávamos no plano sideral... Acompanhando o caminhar dos deuses... Como o tempo anda... Segue o relógio do universo... E ainda na emoção da viagem no tempo... As cenas da época de criança... Permanecem na minha mente... De forma musical... Tudo era como um filme... Quem sabe um desenho animado da... Vida juvenil... Correndo na chuva... Olhando para o céu... Conversando com os anjos... Sem nenhuma preocupação... Apenas vivendo a magia... De pequenos... Seres inocentes... Sem medo do futuro... E preocupação com algum... Tipo de resfriado... O mundo parecia ser... Um promissor paraíso... Onde o encantamento do clima... Fazia com que tudo fosse um sonho... Os dias de chuva... Eram motivo de alegria... Porque ninguém nos segurava em casa... Não tinha televisão... Cinema era para os ricos... A criatividade de criança... Vinha profundamente forte... Na poesia de pequenos seres... De um tempo... Onde o respeito pelos mais velhos... Era necessário e obrigatório... Os dias não passavam... Os minutos pareciam eternos... E os segundos eram infinitos... Tudo isso acontecia... Na mente e no coração... De uma criança ingênua e pobre... Que muitas vezes... Conheceu o infortúnio da fome... Do frio intenso... Que cresceu... Sem pai nem mãe... No meio de predadores sem coração... E de criaturas que se diziam perfeitas... Apanhou da vida... De forma cruel e violenta... Mas continua correndo... Não mais da chuva... Nem da fome... Muitos menos do frio... Nem dos leões... E sim do tempo... Para que nunca acabe... A heroica jornada terrena...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

DIÁLOGOS NA PEQUENA CASA

O silêncio tem a sua melodia... A paixão tem seus diálogos com o coração... A saudade também tem a sua canção... Os olhos vasculham os segredos do quarto... Local que serviu para tudo... Inclusive para a despedida... Pequeno quarto... Cama pequena... Grande mundo de amor... Espelho na parede... Que mostrou as nossas... Proibidas imagens... Guarda-roupa vermelho... Depósito das nossas roupas simples... Criado mudo... Usado para encosto amaroso... Velho telhado de amianto... Com um pequeno buraco... Que serviu para apreciar a bela lua... Cúmplice das nossas aventuras amorosas... Casa pequena... Encostada na montanha... Como nós... Sozinha no meio de... Centenas de árvores... Que ao serem chicoteadas pelo vento... Formavam um bailado... O mundo da paixão... É imenso... Formado por centenas de gavetas... Que se abrem e se fecham... De acordo com o momento... E a intensidade... Nas noites de amor... Os amantes imaginam... Que a paixão é eterna... Talvez porque acreditem... Que nada irá impedi-los... De curtir os belos sentimentos ... Que massageiam o coração.... Dos apaixonados... Caminhando mais longe... Os amantes imaginam... Que são viajantes de um barco... Que navega num imenso oceano... Calmo e sereno... Sem ondas nem tempestades... Nos corações dos amantes... Nada é pequeno... Tudo é gigante... Até mesmo a despedida... De um adeus choroso... Os poetas declamam que a paixão... Foi criada para embelezar... O coração dos seres humanos... Ou para fortalecê-los... Na travessia da vida... Na casa pequena... Tudo isso nós vivemos... No pequeno quarto Que por muitas noites... Sonhamos com a felicidade... Na cama que nos acolhia... E serviu de escudo dos nossos desejos... Hoje nada existe... O tempo e a ventania... Apagaram tudo... Somente cinzas teimam... Em permanecer... Testemunhas de um... Belo momento...

quarta-feira, 10 de junho de 2015

LINDA MARIPOSA

Mariposa... Mariposa... Bela da noite... Professora do prazer... Mestre em falsos gritos e sussurros... Lábios grossos... Beijos ardentes... Boca que mordeu a maçã do pecado... Mulher e amante de todos os homens... Desejada e ao mesmo tempo solitária... Linda para os homens insatisfeitos... Com casamentos de fachada... Companheira da noite... Amante da escuridão... Dona do sexo casual e grupal... Iluminada pela lua... Quando faz amor nos cantos... E pelas estrelas... Quando faz amor... Admirando o firmamento... Guarda no coração um grande amor... Que um dia prometeu casamento... Desaparecendo para sempre... Mariposa... Mariposa... No fundo do coração... Mesmo sendo mulher de vida fácil... Sonha fazer parte dos normais... Almeja ter somente um homem... Cuidar dele... Fazer com ele tudo que aprendeu na noite.... Ser amada e desejada... Por um amor... Que lhe proteja... No final da noite... Com o corpo cansado... Suado e dolorido... Molhado de tanto... Ser usado... Vai a um bar de esquina... Beber cerveja... E na espuma do copo... Imagina viver outra vida... Vida que lhe garanta... A tranquilidade das mulheres amadas... Mariposa... Mariposa... Pequena e bonita... Olhos verdes... Que enfeitiçam qualquer homem... Pele branca... Lisa e suave... Pronta para ser... Acariciada e beijada... Pelos loucos de plantão... Cabelos loiros e longos... Que muitas vezes... Serviram para dar diversos prazeres... Aos homens doidos por travessuras sexuais... Recém saída da adolescência... Inocência violada... Dentro do próprio lar... Por amante da mãe... Expulsa de casa... Com fama de oferecida e vagabunda... Encontrou nos braços dos homens... O falso carinho... Pago com dinheiro... Mariposa... Mariposa... Tudo passa... Até mesmo a tua vida... De professora de desejos proibidos... Doutora em orgias sexuais... Poderá ser tudo diferente... Talvez... quem sabe.... Por que não?... Ter um príncipe... Que leve você a viver... A tão sonhada vida dos normais.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

DELIRIOS ASSASSINOS

O grito parecia de alguém em sofrimento ou perto da morte. Acelerei os meus passos, mas, o som do pedido de socorro caminhava perto de mim. O medo tomava conta da minha pessoa, não tinha coragem de olhar para trás. Naquele momento, ninguém iria ouvir o grito do desesperado, muito menos o meu. Já passava das onze horas da noite e a Rua Conselheiro Mafra estava silenciosa, somente o grito ecoava. Ao passar pela esquina da Sete de Setembro, vi uma sombra que me seguia. Era lua cheia, até parecia dia, de tão clara que estava a noite. A claridade me fez corajoso. Parei e olhei para trás com o objetivo de encarar a situação. A sombra desapareceu, mas, o grito continuava martelando na minha cabeça. Encostei-me na parede de um velho prédio, e esperei para ver o que iria acontecer. Um vulto aproximou-se de mim e disse: - Está com medo? Pela voz, parecia ser uma mulher. - Claro que estou. Você não está ouvindo o grito que está vindo do início da rua, lá em cima? – Respondi. Nesse momento escutei uma risada, que demonstrava satisfação pela dor. - É muito pouco pelo que ele me fez sofrer. Vai gemer muito antes de morrer. – argumentou a mulher. Não estava entendendo nada. Simplesmente aquilo tudo para mim estava sendo um grande pesadelo. Ao olhar para o lado, dou de cara com uma moça linda, nem parecia ser a autora do sofrimento e o do grito que atormentava a minha mente. - Eu quero somente a alma dele. – afirmou a moça, sem demonstrar nenhuma piedade. - Não estou entendendo o que você está dizendo. Explique melhor e faça alguma coisa para calar o sofrimento desse infeliz. - Eu explicarei tudo para você. Quanto ao infeliz, deixe que ele sofra mais, assim vai entender o que é dor e impotência. – afirmou a dita justiceira. A moça sentou-se na calçada e me mandou fazer o mesmo. Os olhos e os cabelos eram pretos. Possuía também um porte físico esquisito, magra demais para o meu gosto. Como era noite, não dava para observar melhor os detalhes. - Eu sei quem é você. Todos os sábados, nesta mesma hora, você passa por aqui vindo da casa da tua noiva, que mora na cabeceira da ponte Hercílio Luz. - Você me conhece bem pelo jeito. – disse. - E trabalha numa repartição pública na Rua Tiradentes. Mora na pensão do Mário, que fica na Rua Conselheiro Mafra – acrescentou a mulher misteriosa. Nessas alturas, o grito já estava mais ameno, somente certa agonia tomava conta do infeliz, quem sabe a morte estava perto dele para levá-lo para morar com ela. - O que você fez com ele? Esclareça-me tudo. E, por que você pesquisou sobre a minha vida? Eu não a conheço. Quem é você, afinal? A moça sorriu ao ouvir as minhas indagações. Não estava nem ai para as minhas preocupações. Era dona de si, incrível! Parecia ser “coisa do outro mundo”, que veio para vingar alguma coisa. - Eu vou falar, fique tranquilo, seremos parceiros daqui pra frente. Somente escute e não me questione mais. A minha irmã foi estuprada e morta por esse infeliz. Tinhas apenas 14 anos. Jurei que vinha me vingar dele. Eu também fui morta nessas mesmas condições da minha irmã. As únicas duas filhas do Pedro, meu amado pai, sofreram essas violências e nada aconteceu com os bandidos. Hoje sou uma morta viva que perambula pelo mundo, fazendo justiça com as próprias mãos. Depois de procurar por todos os lugares, ontem à noite encontrei o desgraçado bebendo num bar. Com a ajuda de um amigo seu, empurrei-o para baixo de um carro que passava pela rua e que fugiu sem prestar socorro. Tudo foi feito com a ajuda das sombras. Eu sei que você não acredita, mas, aconteceu. É importante que ninguém acredite, assim posso trabalhar com mais tranquilidade. É mais fácil agir na mente das pessoas quando elas não acreditam no invisível. Enquanto ela falava, eu acreditava que tudo não passava de alucinação da minha cabeça. Não podia ser verdade, eu estar conversando com alma do outro mundo. Só podia ser coisa de louco, ou de alguém, como eu, que tinha bebido algumas doses de pinga. Para ter certeza de que tinha alguma verdade no que ela falou, fui até o infeliz. Chegando lá, não tive dúvida nenhuma. O referido desgraçado tinha sido atropelado e a morte já estava abraçada com ele. Uma coisa me deixou intrigado nessa história: ela não falou do seu assassino, já que ela também foi morta da mesma forma que sua irmã. - Eu não falei para você? – acrescentou a “coisa do outro mundo.” - Não tem sentido tudo isso. – falei com certa raiva por ter presenciado um crime, ou um atropelamento e não ter abortado. - Tudo tem sentido na vida. Você agora é meu também. – revelou. - Como assim? – perguntei. A “coisa do outro mundo” pegou no meu braço e disse: - Você não vai escapar. Eu conheço o teu segredo e posso entregar você para os pais da tua noiva e para a polícia. - Vamos com calma. Você não tem o direito de sair por aí fazendo justiça pelas próprias mãos. Até porque você não existe. É coisa da minha cabeça. Eu tenho problema de bipolaridade, tomo remédios para tratar da minha loucura. – assinalei tentando mostrar que eu era apenas um doente. A “coisa do outro mundo” deu uma gargalhada histérica e afirmou: - Os médicos da Terra acharam um nome bonito para a perseguição das sombras. Eu sou a causa da tua bipolaridade. Que nada rapaz, deixe de ser tolo! Nós somos tão reais que estamos acabando com muita gente que se acha dona do mundo. Você nunca tinha me visto e eu sei o que você fez com aquela menina 15 anos. Nesse momento, o meu coração tremeu. As minhas pernas ficaram bambas. Parei e sentei na calçada. Alguma coisa estava errada comigo. Não podia ser. A Miriam morreu há muito tempo e ninguém descobriu nada. A polícia deu o caso por encerrado, porque não encontrou o corpo. - Não tenha medo, eu vim somente vingar a morte da menina que você violentou e jogou no mar, com uma pedra nos pés. Você é igual a esse desgraçado que acabou de morrer. Não adianta querer posar de bom moço. Vou ajudar a aprofundar as tuas contradições mentais. Você vai viver entre a realidade e a fantasia, falando com os mortos e ao mesmo tempo sendo considerado um louco pelos médicos da Terra. - Você é da polícia, ou uma justiceira dos infernos? – perguntei, tentando dar certo ar de materialidade. - Sou da policia das sombras, ou vingadora das trevas. O nome não importa, e sim o que vou fazer com você. – ameaçou. Eu já estava ficando pálido. A história da menina Miriam é bem diferente. Eu tinha dezessete e ela quinze anos. Éramos dois adolescentes. Ela vivia me perseguindo, mostrando as coxas a toda hora. Queria fazer amor comigo de todo jeito. Tinha pouca idade, mas, já possuía um belo corpo. Acontece que na hora do vamos ver, ela se negou, e foi aí que perdi a cabeça. Fiquei nervoso e chateado. Bati muito nela com força. Em seguida a violentei e joguei o seu corpo no mar. - Mas, você não precisava matá-la. Ela era apenas uma criança. – acrescentou sem que eu tenha pronunciado nenhuma palavra. A “coisa do outro mundo” tinha captado as minhas ideias. Até mesmo sobre os meus pensamentos ela tinha poderes para entrar sem pedir licença. Comecei a ficar receoso e certo medo começou a tomar conta de mim. - Não adianta! Posso ler o que está imaginando e pensando. Agora sou a tua dona. Tens que me obedecer pelo resto da vida. – acrescentou. - Você não é dona de ninguém. Sou livre para fazer o que bem entender. – afirmei, querendo fazer um contra ponto com a ameaçadora criatura. - Vamos ver o que vai acontecer com você. O caminho da tua loucura é longo. – lembrou a “coisa do outro mundo.” Depois de ter falado outras besteiras, e, reafirmando a sua intensão de me manter ao seu lado, foi-se embora, sem dizer um até logo, desaparecendo na sombra da noite. Em seguida apareceram dois policiais e me perguntaram o que tinha acontecido. - E aí rapaz, você viu o que ocorreu? – perguntou um dos policiais. - Acabei de chegar. A vítima ainda respirava, dando alguns gritos de dor. – expliquei. - Recebemos um telefonema anônimo, informando que houve um atropelamento. – disse o policial que parecia ser o mais graduado. - Não sei explicar, como disse para o Senhor, acabei de chegar. – respondi, tentando cair fora da situação. Não demorou dez minutos e surgiu uma caminhonete do Instituto Médico Legal para levar o cadáver. Em seguida fui para casa. Não consegui dormir o restante da noite. Os pensamentos sobre a “coisa do outro mundo” não saíam da minha cabeça. Durante um bom tempo não saí de casa, somente visitava a minha noiva, evitando frequentar os lugares costumeiros, principalmente os bares da Rua Conselheiro Mafra. Mesmo assim, sentia alguém na espreita, como se estivesse observando os meus passos. Mas, alguma coisa não estava indo bem comigo, mesmo tomando adequadamente os remédios que o médico recomendou-me, a minha cabeça girava. Até mesmo a minha noiva já começava a sentir que algo não ia bem conosco. Estava se desinteressando pelo nosso noivado. No verão de 2001, mais precisamente na segunda semana de janeiro, após sair da casa de Maria, caminhando tranquilamente, senti que alguém bateu no meu ombro. Nesse instante, um cheiro forte de mofo sinalizou que era a “coisa do outro mundo” que estava ali mais uma vez. Com uma voz rouca disse: - Achou que eu iria esquecer você? – perguntou. - Achei sim, até porque você é pura fantasia da minha cabeça. – respondi. - É... Você acha que eu não existo? – perguntou. - Acho sim! – afirmei categoricamente. - Quer que eu repita a conversa que você teve com a Maria, agora há pouco? –perguntou. - Que conversa? – indaguei, sem desconfiar de absolutamente nada. - A conversa sobre sexo. A tua noiva não sente mais vontade de transar com você. – disse com ar de conhecedora da minha relação com Maria. Quando ela falou isso, o meu coração bateu mais forte. Realmente a conversa existiu e o assunto era a falta de interesse sexual de Maria para comigo. A minha noiva pediu um tempo, pois não queria continuar mantendo a relação. - O que você quer de mim agora? – perguntei com raiva. - Eu quero que você faça um serviço para mim. – respondeu. - Que trabalho? Não sou teu empregado. - Esqueceu que sou a tua dona? Eu quero que você mate o policial Paulo. - Está louca? Não sou assassino, prefiro morrer a fazer isso! – respondi assustado. - Primeiro você é um assassino e segundo vai fazer o que eu mandar. Você conhece Paulo, é policial civil, trabalha na Delegacia do Estreito. Vocês beberam muitas vezes na noite e são da mesma estirpe. Ele matou uma amiga minha a sangue frio. Ela usava drogas, mas, não traficava. Ele merece morrer e assim será mais uma alma que dominarei. Quero aumentar o meu exército de súditos no inferno. - Não faça isso comigo! Por favor, não peça para eu matar pessoas que nada fizeram contra mim. – implorei. - Não vem com essa conversa de santo, que santo você não é! O teu passado é pior do que o meu. – respondeu com ar de superioridade. Tentei de todas as formas ponderar, para que a “coisa do outro mundo” me deixasse em paz, mas, não teve jeito. Daquele dia em diante, a minha vida tomou outro rumo. Iria caminhar a passos largos para o inferno. Estava atravessando a ponte para a loucura assassina, ou da alucinação infernal. Seguindo ordens de fantasmas, sem dizer não. Talvez a minha consciência pesada estivesse falando mais alto. - Amanhã à noite Paulo vai estar de plantão na Delegacia e estará sozinho. Você vai dizer a ele que quer fazer um Boletim de Ocorrência e num descuido dele, vai esfaqueá-lo pelas costas, sem lhe dar nenhuma chance de defesa. Depois, coloque fogo no corpo. Se você não fizer o que estou mandando conto tudo para os pais da tua noiva e te entrego para a polícia. Outra coisa: se for bonzinho comigo, seguro Maria para você. Faço-a ter vontade de transar. Posso deixá-la igual a uma puta. Vamos fazer esse acordo? – perguntou com um olhar mais sensual e fogoso. Realmente a doença estava me levando para o pior, falava e obedecia a “criatura do outro mundo”. Mas, como não tinha outra saída, e não queria ficar sem a minha noiva, acabei concordando com a ordem da “sombra”. - Tudo certo! Vou fazer o que estais pedindo. Você precisa me ajudar. – respondi, tentando disfarçar a minha insatisfação. - Deixe comigo! Hoje mesmo ficarei grudada ao lado dele. Na hora eu saberei o que fazer. – disse, tentando me consolar. O restante da noite, assim como o dia todo, foi longo. Eu guardava uma faca de churrasco, presente de um grande amigo meu. Não tive duvidas, a referida arma seria utilizada no crime. Engraçado, depois da última conversa com a “coisa do outro mundo”, mudei, fiquei mais corajoso e determinado. Perdi o medo e para mim, o ato de sangrar o policial seria fato corriqueiro. Lá pelas dez da noite, peguei o ônibus do “Canto” e fui até o Estreito. Antes, passei num posto e comprei gasolina. Chegando lá, observei que o policial estava sozinho, não haveria problema para cometer o crime. - Boa noite Policial! - Boa noite Senhor! O que deseja? – respondeu. - Preciso fazer um Boletim de Ocorrência. A minha casa acabou de ser assaltada. – disse. - Tudo bem, sente-se aí nessa cadeira e vamos fazer o Boletim. – afirmou o Policial sem saber que estava a poucos segundos de uma morte violenta. Sentei-me na cadeira e esperei a primeira oportunidade para executar o plano. O policial, sem perceber de nada, ficou meio de lado. Quando se abaixou para ligar a tomada do computador, tirei a faca da cintura e o feri mortalmente pelas costas. O policial Paulo deu um grito, tentando sacar o revólver inutilmente. Já sem forças e perdendo muito sangue, caiu ao lado da mesa de trabalho. Não perdi tempo, joguei uma lata com gasolina no corpo dele. Em seguida, risquei um palito de fósforo. Não demorou muito e o corpo do policial estava totalmente tomado pelas chamas. Sem olhar para trás, caminhei a passos largos na direção do ponto de ônibus para voltar para casa. Ao entrar no ônibus, para minha surpresa, “a coisa do outro mundo”, estava sentada no último banco e sorrindo disse: - Bom trabalho, amigo! Você se saiu muito bem. Para um primeiro trabalho, até que não foi fraco. – disse com sarcasmo. - Como primeiro trabalho? – perguntei. - Sim. É o primeiro trabalho de muitos que virão daqui pra frente. Agora, é só comemorar! Vá até a casa de Maria que ela está a tua espera. Vais ter uma surpresa. – disse. Não acreditei no que estava ocorrendo. Tinha acabado de cometer um crime bárbaro e ao mesmo tempo sendo empurrado para a casa da minha noiva, como se nada tivesse acontecido. Meio sem graça, sem jeito, desajeitado, encaminhei-me até a residência de Maria. Chegando lá, a minha noiva veio me receber, dizendo: - Boa noite, meu amado! Estava esperando por você. Estou morrendo de saudade. Hoje vamos comemorar uma nova vida. Serei a mulher dos teus sonhos. Farei tudo que desejares. Deixarei de ser aquela mulher certinha. - Que bom, querida! Esperei tanto por esse dia! Eu também estou com saudade dos teus beijos e do teu corpo. - Tenho uma surpresa para você. – revelou. - Chegue bem perto de mim e levante a minha saia. Isso... Assim... Está vendo, estou sem calcinha... Quero que você me faça de pé, aqui mesmo na sala. Os meus pais estão dormindo e não irão se acordar. Nem parecia a Maria dos velhos tempos. Estava excitada e totalmente diferente, fogosa, sensual, com um olhar de uma mulher louca por sexo. Fizemos amor durante mais de duas horas, na sala, em cima do sofá, no chão, enfim, as minhas fantasias e desejos foram totalmente saciados. Depois de tudo, já cansados, dormimos ali mesmo. Antes do dia amanhecer senti novamente o cheiro de mofo. Levei um susto. “A coisa do outro mundo” estava ali, de pé, na minha frente. - Levante! A festinha acabou, vá para casa. O dia já vai clarear. - Você estava aqui? Faz tempo que chegou? – perguntei. - Estou aqui desde o início. Aliás, você é ótimo amante. – respondeu maliciosamente. - Não acredito! – exclamei, sem entender o que ela tinha acabado de revelar. - Pois acredite! O tempo todo estive junto da tua insonsa noiva. Outra coisa: pare de me chamar de “coisa do outro mundo”. Pode me chamar de Miriam. - Miriam? – perguntei, totalmente surpreso. - Isso mesmo! Sou a Miriam, aquela menina que você estuprou e matou. Sou o teu demônio, a tua consciência e o teu remorso. Agora, que já sabe de tudo, não adianta fugir. Temos muito trabalho pela frente. – demonstrando que eu estava em suas mãos. - O que farei? Eu serei preso e condenado. Com você não vai acontecer nada, mas, comigo, só Deus sabe. - Nem fale em Deus, porque nas horas que mais precisei dele, nem o seu assessor veio para me ajudar. Vamos parar de chorar. Vá para casa, tome um banho, que o trabalho te espera. – acrescentou. Cambaleando e sem forças, fui para casa. Tomei um longo banho, coloquei uma roupa limpa e me dirigi ao trabalho. No trajeto, as pessoas comentavam do crime da Delegacia do Estreito. A polícia não tinha nenhum suspeito. Alguns achavam que o policial Paulo tinha cometido suicídio. O que mais havia chamado a minha atenção nem era o crime em si, e sim a “coisa do outro mundo” ser a própria Miriam. Tudo se esclareceu. Eu nunca havia acreditado em assombração, ou mesmo demônio. A alma da Miriam veio para se vingar da sua trágica morte e da irmã. Por outro lado, eu era uma pessoa doente. Os médicos já haviam diagnosticado que eu sofria da síndrome da bipolaridade. Há mais de três anos tomava remédio de tarja preta. Chegaram a solicitar ao meu chefe da repartição a minha internação num hospital psiquiátrico. As coisas estavam caminhando por uma estrada perigosa e sem volta. Em alguns momentos de clareza, eu sabia que a policia acabaria chegando até a minha pessoa. Isso iria acontecer, cedo ou tarde. O meu futuro estava sendo escrito com as minhas próprias mãos. Para os crentes em Deus, eu estava sendo usado pelo demônio, para os psiquiatras, era mais um doente da cabeça, ou um louco, colocando pessoas inocentes em perigo. A sociedade não distingue claramente o que é ser louco, doente, ou uma pessoa com índole má. É por isso que acontecem crimes violentos e nada é feito. A minha noiva Maria, mudou totalmente. Agora, ela era outra mulher, mais parecia uma puta no jeito de se vestir e na forma de transar. Usava uma minissaia jeans o tempo todo, e sem calcinha. Queria sexo toda hora e de jeitos diferentes. Às vezes, eu ficava com vergonha, até mesmo na frente de outras pessoas ela se assanhava, demonstrando ardente desejo. Seis meses se passaram da morte do policial. Numa tarde de sábado, eu estava sentado na sala assistindo televisão, quando senti novamente, o cheiro de mofo que vinha lá do quarto. Eu já sabia quem era. Era a Miriam me chamando: - Venha até aqui! Precisamos conversar. – ordenou. Como virou costume, obedeci e fui até ao quarto onde ela estava. - Pensei que nunca mais voltaria. – falei. - Nunca pense nisso. Quero que você traga a Maria para morar aqui na tua casa. Precisamos dela perto de nós. – informou a poderosa das sombras. - Por que? – perguntei meio assustado. - Porque se ela continuar lá na casa dos pais dela, você vai acabar perdendo a noiva. - Não estou entendo. Perdendo? - Isso mesmo! A Maria está indo todos os dias visitar um padre. Ele é forte com os anjos dele. Amanhã mesmo vá até lá e resolva a situação. Agora, venha até aqui. Hoje faça de conta que sou a tua noiva. – se insinuando, vestindo somente uma calcinha vermelha. Como estava sendo totalmente dominado por essa força dos quintos dos infernos, mais uma vez obedeci. Por incrível que pareça, Miriam me satisfez totalmente. Deixou-me alucinando. Era coisa de doido eu estar dizendo isso, mas, para mim, foi tudo real. No dia seguinte, fui até a casa de Maria e tivemos uma conversa. Ela não disse nada. Apenas, falou: - Vou para onde você quiser meu amado noivo. Sou totalmente tua, em todos os aspectos da minha vida. Precisamos ir logo, antes que os meus pais venham. Eles foram até a igreja, estão trazendo o padre Vilson. Acham que estou possuída pelo demônio. Na primeira noite que Maria dormiu comigo, Miriam permaneceu do meu lado, fazendo carinho. A presença dela foi tão forte que num determinado momento Maria questionou: - Querido, engraçado, parece que tem outra mulher aí do teu lado. - É impressão tua querida. Isso está acontecendo porque é a primeira vez que você dorme na minha casa. - Será? Não sei não, a mulher que estou sentindo aí do teu lado, eu já senti inúmeras vez lá em casa. Até já sonhei com ela. - Deixe de ser boba! Quem tem bipolaridade aqui sou eu, não você. – brinquei com ela. - Ela já me sentiu e isso é ótimo. A minha presença na vida de vocês dois está a cada dia aumentando mais. – acrescentou Miriam satisfeita com a nova situação. Durante um ano a relação com Miriam e Maria estava indo bem. Nenhum crime foi necessário executar. Até mesmo o remédio não tomava mais. Mas, no outro lado, no mundo normal da sociedade, eu era considerado um louco e uma pessoa perigosa. Os meus colegas de trabalho evitavam-me de todas as formas. O medo e o receio se faziam presentes. A mesma coisa acontecia com Maria. Os seus pais fizeram de tudo para resgatá-la de dentro da minha casa e não conseguiram. Certo dia, ao caminharmos pela Rua Conselheiro Mafra, numa noite de sexta-feira, eu e Maria, encontramos o padre Vilson. Ele parou a nossa frente, com um crucifixo na mão, ameaçando: - Vocês são filhos do demônio! Precisam sair da cidade e morar no inferno! Saímos em disparada, sem olhar para trás. O padre continuou gritando palavras que, para nós, era tudo besteira. De repente, Miriam surgiu a nossa frente e disse: - Vocês não podem fugir daquele padreco de merda. – gritou com severidade. Nessa altura Maria já sentia e via Miriam totalmente. Até já era sua amiguinha. - Temos que fazer alguma coisa para calar de vez esse padre! – afirmou Miriam, olhando para mim. Com o olhar de raiva de Miriam, eu já tinha entendido tudo. Mais um crime haveria de cometido. Mas, matar o padre Vilson? A situação estava indo para o abismo. A cada dia a minha cabeça doía mais e a Maria falava sozinha o tempo todo e não tirava a minissaia. O meu médico encaminhou um parecer para que eu fosse internado. Ele dizia, pela terceira vez, que o meu caso era gravíssimo e a internação seria a solução. Naquela mesma noite, Miriam me colocou na parede. Agora com a ajuda de Maria. As duas queriam ver o padre vivendo distante de nós. Eu tremia da cabeça aos pés. Não tinha coragem para matar o padre. Depois de mais uma orgia entre nós, coisa que se tornou corriqueira, Miriam disse: - Você, no sábado à noite, vá até a Casa Paroquial, inventa uma história de arrependimento e finca um punhal no peito do padre Vilson. - Não posso fazer isso! Vou para o inferno. – ponderei. - Você já está no inferno há muito tempo. Faça o que eu estou mandando, eu e a Maria vamos te ajudar no plano. - A polícia vai descobrir. Ontem de manhã, percebi que um homem de óculos escuros estava vigiando o nosso prédio. Perguntei para o Zé da Esquina, e ele disse que era um agente da policia. - Mais um motivo para agirmos rápido. Não adiantaram as minhas ponderações. No dia marcado fui até a Casa Paroquial para matar o padre. Chegando lá, o padre Vilson estava sentado na varanda lendo a bíblia. Olhou para mim e perguntou: - O que você quer aqui, na casa de Deus? - Vim pedir perdão. – respondi. - Não acredito nas palavras do filho do demônio. – disse com ar de descrédito. - Mas, o Senhor precisa acreditar em mim. – insisti. - É difícil acreditar nas sutilezas do mal. – olhando com desconfiança para mim. Nesse momento, Miriam se aproximou de nós. O cheiro de mofo tomou conta da varanda da Casa Paroquial. As folhas secas das árvores ao redor caíram no chão, mostrando que alguma energia estava presente. O padre Vilson segurou a bíblia na mão e exclamou: - Senhor me ajude: o demônio está aqui e quer levar a minha alma. Ajude-me. por favor! - O teu Deus não vai ajudar um padre que abusou e ainda abusa de jovens e crianças. Você abusou do meu irmão! Conheço os teus segredos! Esqueceu-se de mim? Sou aquela menina de dez anos, que você colocava no colo aproveitando-se da situação para bolinar. As tuas mãos são sujas, tanto quanto as minhas. – revelou Miriam com os olhos vermelhos de ódio. Não perdi tempo. Peguei o punhal e enfiei no peito do padre Vilson, que gritou violentamente e caiu morto no chão. Com a morte do religioso, tudo se acalmou. Olhei para Maria e Miriam que estavam sorrindo em ver o padre já sem vida, e disse: - Vamos embora daqui, logo a policia vai chegar. Passaram-se dois anos e ninguém nos perturbou. Tudo corria normalmente. Os pais de Maria foram embora de Florianópolis. Eu estava encostado, com atestado médico. Ficava o dia inteiro dentro do apartamento, só saía para fazer compras. Durante a noite, Miriam se juntava a nós. Chegou um momento que eu não sabia o que era coisa da minha cabeça ou coisa do outro mundo. Misturei totalmente realidade com fantasia. Numa noite que jamais foi esquecerei, a porta do apartamento foi arrombada com um pontapé. Era a Polícia na pessoa do Delegado Jacinto. - Vocês estão presos pela morte do comissário Paulo e do Padre! Fiquem em silencio e tudo que disserem será usado contra vocês. Fomos algemados. Maria ria como uma louca. Estava de calcinha e de calcinha foi levada presa. Miriam, com um largo sorriso nos lábios nos acompanhou até a Delegacia. Prestamos depoimento durante uma semana na presença de dois psiquiatras e um advogado. Até um espirita foi chamado para nos ouvir. Para eles nós estávamos sendo obsidiados, e, para os psiquiatras, éramos doentes mentais, precisávamos ser internados num hospital psiquiátrico. O julgamento foi marcado para dali a seis meses. Fomos condenados a passar o resto de nossos dias internados na Colônia Santana, como loucos e perigosos. A pobre Maria, não suportou a nova vida, acabou se suicidando com um lençol. Foi fazer companhia para a Miriam. No meu caso, continuo aqui, tecendo as minhas loucuras. Todas as noites, os fantasmas da Maria e da Miriam vêm me fazer companhia. E a orgia corre solta. Na verdade, eu não sabia onde estava, ou melhor, em que mundo vivia. Às vezes, pensava que tinha morrido há muito tempo, e em outros momentos, me sentia uma pessoa atormentada pelos demônios. Os médicos me encheram de remédios, sem solucionar o meu problema. Eu deveria ter sido preso desde a morte da menina Miriam. Mas, não foi isso o que aconteceu. Deixaram-me solto para cometer outros crimes. Como eu, existem milhares de doentes perambulando por aí, colocando em risco várias pessoas. A partir de hoje não vou escrever mais nada. Vou esquecer esse mundo, quero curtir a loucura para sempre. Amanhã cedo vou entregar este diário para o agente da colônia, quem sabe, ele mostre para algum escritor que possa transformar os meus manuscritos em livro.

A MARATONA DA VIDA

O fim é o começo... De outra grande caminhada... Que vamos fazendo... Para alcançarmos os nossos objetivos... Muitos quilômetros em nossas vidas... Foram percorridos... Grandes maratonas foram realizadas... Algumas vitórias... Outras derrotas... Algumas desistências... Erros táticos aconteceram... Arrogância e o orgulho... Falaram mais alto... Alguns regimes fizeram parte... Do cotidiano... Sempre com o objetivo de... Alcançar o melhor... Hoje é possível observar... A estrada percorrida... Montanhas e trilhas... Foram vencidas... Não foi fácil... Tombos aconteceram... Tudo foi no extremo... Da resistência física... Sentado na curva do rio da vida... Olho para frente... Com o corpo suado... Mas repleto de energia... Estou vendo que ainda faltam... Muitos quilômetros para a chegada... Talvez porque vejo a vida... Como uma longa maratona... Que nem todos conseguem completar... Acredito que é possível... Avançar... Assim é a história de caminhantes... Que querem alcançar o pódio da vitória...

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O VOLITAR DA ALMA

O vento vem... O vento vai... Tudo passa e anda... A lua ilumina a noite escura... A madrugada morre nos braços do dia... O sol se rende para a escuridão da noite... Assim são os momentos da nossa vida... Ontem foi ontem... Deixou marca em nosso coração... Agora... Vou pegar a carona do vento... Vou morar na casa da ventania... Dormirei com a lua... Dona do meu coração... Ao acordar irei acompanhar... A luz radiante e dominadora do sol... Depois de caminhar e caminhar... Correr e correr... Dançar e dançar... Estou voltando para os braços da Branquinha... Juntos vamos nos encontrar... Nas noites estreladas da espiritualidade de luz... Como almas viventes de outros tempos... Conhecedores do mundo do além túmulo... Poderemos viver nos dois mundos... Sem perder o rumo da existência... Volitando aqui e acolá... Como dois passarinhos.... Em total liberdade...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

ROSTO DE ANJO

O POEMA ABAIXO FAZ PARTE DA OBRA: "EMBRIAGANTE MAGIA DA NOITE", QUE ESTÁ NA EDITORA PARA SER LANÇADA E FOI ESCRITO EM JANEIRO DE 2004. É uma homenagem para alguém que foi muito importante na minha vida de dançarino...amante...homem e poeta...Como disse PABLO NERUDA na sua grande obra: CONFESSO QUE VIVI"...os poetas são seres especiais que vieram de outros mundos para embelezar a Terra e serem amados... ................................................................................................. Silêncio triste... Embriagada saudade... Emoção que engasga minha garganta... Nunca mais vi Você... O venho Sul levou Você para o norte da vida... Perdi teu endereço... Extraviou-se na estrada do tempo... A poeira apagou as pegadas... Não consigo encontrar alguma... Indicação do teu paradeiro... Rosto de Anjo... Pele branca... Pequena menina... Lindos olhos... Longos cabelos loiros... Que muitas vezes fiquei enroscado... Adormecendo até o final da madrugada... Sentindo o perfume... Adentrando meu ser... Saudade triste... O tempo... Não trará Você de volta... Apenas rastros de grandes momentos... Daquela que foi o meu Rosto de Anjo.. Ao teu lado... Vivi os dias mais belos e... Grandiosos da minha jornada aqui na terra... Não tenho receio em afirmar que me... Sentia um rei ao teu lado... E Você minha rainha... Rosto de Anjo... Vou contar algo muito importante... Quando a tristeza adentra minha vida... Nas longas noites de solidão... Nas intermináveis madrugadas sem estrela... Olho para trás... Vejo Você... Aparecendo na minha frente... Sorrindo para mim... Lembranças da nossa viagem ao Rio de Janeiro... Surgem como um lindo filme... Dos dias encantados que passamos juntos... Volto então a ser mais feliz... Pronto para continuar a enfrentar... Os percalços da vida... Ainda quero revê-la... Olhar nos olhos... Beijar Você... Sentir teu abraço... E dizer que Você... Foi breve na minha vida... Mas mostrou que a felicidade existe... Foi profundamente importante... Na minha existência terrena...

segunda-feira, 25 de maio de 2015

QUE VENHAM OS INIMIGOS

Temos que fazer da vida... Uma linda avenida de glamour... Somos obrigados a esquecer o passado... Cantar com os passarinhos... À chegada de um novo dia... Observar a noite com olhos de coruja... Sem medo de fantasmas... É correto vivermos os momentos... Sem nostalgia do dia de ontem... E sem pensar o que vai... Acontecer amanhã... Colocar a fantasia em nossas vidas... Vivermos embriagados... Com as coisas boas... Que eventualmente acontecem... Porque o caminho da vida... É profundamente difícil... Não choremos... As lágrimas foram feitas... Para serem derramadas na alegria Para tornar os nossos rostos... Mais felizes... Jamais tristes... A travessia da vida... Precisa da coragem... Nunca do medo... É fundamental compormos a música... Da vitória... Da canção... E da emoção sem fim... O trem do destino... Onde somos passageiros... Segue viagem... Mesmo contra a nossa vontade... A passagem foi comprada por nós... Fomos nós que reservamos os hotéis... Que irão nos hospedar... Ninguém nos obrigou a viajar... Portanto... Vamos aproveitar a viagem... Sem remorso... Sem medo... Mesmo que em alguns momentos... Precisemos ter... Rosto de palhaço... Por fora mostrando alegria... Mesmo que por dentro a alma chore... Então... Vamos cantar e cantar... Dançar e dançar... Correr e correr... Todas as provas da vida... Mesmo que os pés estejam sangrando... Os joelhos doendo... A panturrilha queimando... Vamos que vamos...! Guerreiros do mundo... Fazer da travessia um grande baile... Mostrar para o dono do destino que somos Deuses também... Porque somos filhos Dele... Filhos do universo... Guerreiros empedernidos... Vencer todos os vícios... Não nascemos viciados... Renascemos limpos... Não somos escravos... Somos libertários... Libertadores à procura do paraíso... Vamos rir das doenças... Elas podem até matar o corpo... Mas não matam a alma... Se um dia adormecermos... Que seja de pé... Porque não fomos criados... Para cair... Ele nos criou para... Sermos iguais a Ele... Então... Vamos juntos... Cantar e cantar... Dançar e dançar... Correr e correr... Todas as maratonas do mundo... Espantar todos os medos do mundo... Que venham os inimigos...!!!!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O DEGUSTAR DAS RECORDAÇÕES

Vem beber comigo... O cálice do vinho eterno... A bebida que os deuses escolheram... Para brindar os amantes Em pleno delírio.... Vamos nos deleitar... Misturando o vinho com o suor... Dos nossos corpos... Venha para os meus encantos... Venha sentir os arrepios... Que começam nos pés... E terminam na ponta de nossas orelhas... Vem caminhar comigo... Nas estradas sem curvas... Deixe que eu entre na porta do teu coração... Se estiver fechada... Pularei a janela... E se a janela... Estiver fechada... Entrarei pela porta dos fundos... Vamos beber o vinho... Da safra do século passado... Guardado no sótão das nossas almas... Ele está a nossa espera... Para degustarmos até a última gota... É o vinho que você comprou... Na viagem que fez... Nos vinhedos... Do pé da montanha mais alta dos Alpes... O tempo passou... Viajamos para vários lugares... Até porque somos viajantes dos tempos... Tudo aconteceu... Agora o relógio marca meia noite... A nossa hora chegou... Vem...! Não tenha medo... O gosto dessa bebida... Irá nos levar para a juventude de nossas vidas... Somos artistas com vários dons... Que na medida em que vamos viajando... Pelo tempo... Vamos adquirindo experiências... Depois de bebermos a bebida de nossas existências... Iremos dançar a melodia... Que nos tornava... Os melhores dançarinos ... Daqueles remotos tempos... Observando o que passou... A conclusão é de que somos como uma dança... Onde cada música... Tem um significado... Cada significado... Uma essência... Que remonta... Ao início das nossas grandes eras... Vamos bailar... Vamos beber o vinho... Que um dia nos uniu... Na força da paixão... Que um dia nos separou... Com a chegada das engrenagens inexplicáveis.... Chegue perto de mim... Porque a saudade é grande... Como grande é a vontade de sentir Os teus lábios... Os deuses planejaram... O nosso reencontro... Quero a tua voz... Quero ouvir você cantar a nossa música... Posso não tocar violão... Mas assobiarei... Assim faremos a dupla da emoção... Que abrilhantaram muitos bailes... De um tempo que ainda permanece vivo... Nas nossas memórias...

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...