domingo, 24 de janeiro de 2016

NÃO DEVERIA SER ASSIM

Não sei qual será a cor/ Do dia de amanhã/ Talvez seja ensolarado/ Escuro ou chuvoso.../ Quem sabe um pouco frio/ Quieto ou cheio de expectativa/ Tenho esperança que seja/ Um dia repleto de sol/ E que a natureza possa revelar/ Os projetos que tem para nós/ Mas que nunca se realizam/ Ou os pesadelos de uma noite sem fim/ Quem sabe melancólicas incertezas/ O amanhã é escuro/ Porque não temos condições/ De saber o que vai acontecer/ Ao imaginar algumas imagens do amanhã/ Vamos perceber que elas se parecem com nuvens/ Inacessíveis e distantes para nós.../ Hoje é palpável/ Temos condições de decidir/ Pelos menos alguma coisa/ Fazer pequenas escolhas/ Certas ou erradas/ Que estão ao nosso alcance/ Ou cumprir projetos colocados compulsoriamente/ Ao adormecer/ Entramos num túnel do tempo/ Saímos do corpo/ Volitamos pelo espaço sideral/ À procura de algo que nossa alma clama/ Há muito tempo.../ Encontramos criaturas que foram caras no passado/ Matamos todas as saudades/ Choramos.../ E de lá/ Não queremos sair/ Mas precisamos bater continência/ Quando o amanhã se fizer presente/ Mesmo que seja para enfrentar/ Algo triste e inusitado/ Não deveria ser assim.../ O amanhã passa/ E logo vira passado/ De novo/ Outro amanhã/ Apresenta-se/ E assim a vida vai nos levando/ Para situações/ Que não temos condições de saber/ E optar.../ Quem então somos nós?/ Joguetes ou marionetes?/ Birutas de aeroporto?/ Porque dificilmente o nosso/ Projeto será completamente executado/ Nós fizemos uma programação/ E Deus faz outra/ Essa sim/ É executada/ Muitas vezes contra/ A nossa vontade/ Adianta revolta?/ Brigar com o Supremo Poder?/ Caminhar para o suicídio?/ Ou aceitar as regras do jogo/ E deixar que as águas nos levem/ Ao desconhecido/ E abraçar a resignação/ Com humildade franciscana?/ O ser humano/ Na realidade da vida/ Não tem muita escolha/ É um pássaro sem ninho/ Voando sem destino/ Acreditando num amanhã incerto/ Querendo crer/ Que tudo vai dar certo/ Mesmo sabendo de antemão/ Que o nosso futuro já foi traçado.../ Quem sabe é uma forma de viver a vida/ Esconder a nossa inferioridade/ A nossa desastrada pequeneza/ De aceitar que somos/ Apenas uma ínfima parte/ De uma imensa engrenagem/ Que mais uma vez/ Nunca fizemos parte na construção/ Como prêmio de consolação/ Um final de vida/ Repleto de doenças/ Num leito de hospital/ Muitas vezes esquecidos/ Pelos familiares/ Assim vamos nós/ Tentando florir o descaminho/ E as inglórias lutas/ Do passado.../ Do presente e do futuro.../

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

SONHO DE POETA

Agradeço por ter a/ Liberdade de escrever/ Poemas e poesias/ Que abrem as portas do meu coração/ E ampliam os horizontes da minha alma/ É o meu momento/ De grande leveza espiritual.../ Onde o aroma da noite/ Adentra as portas do meu coração/ Vivo entre música e poema/ Sou obrigado a agradecer aos céus/ Em me deixar longe do inferno/ Junto com os anjos/ No meio dos guias espirituais/ Caminhando com os guerreiros do além/ Dialogando com os poetas da espiritualidade.../ Quando sento para escrever/ Sinto que sou transportado para outro lugar/ Vejo-me no meio de poetas/ Cada um declamando belos poemas/ Falando de amores/ Paixões fatais/ Amores perdidos/ Mensagens que acalentam/ Seres humanos que vivem na terra/ Ainda nessa semana/ Tive um sonho de/ Uma grande homenagem/ Que era realizada no céu/ Aos poetas e artistas que viveram na terra/ Não acreditei no que via/ Porque as cenas eram muito reais/ No meio da semana/ A mesma música tocada no sonho/ Ouvi quando sentei para escrever/ O mesmo poeta do sonho/ Aproximou-se de mim/ E declamou um lindo poema/ Sobre o mar/ E o nosso passado/ Filhos de barões do século dezessete/ O poema possuía fundo musical/ Daquela época/ Que para mim era familiar/ Agradeço por esse momento/ Onde consigo interagir/ Com os poetas do além/ Almas que se relacionaram comigo/ Onde falamos sobre várias coisas/ Escrevemos sobre nossas vidas/ Que ficaram no emaranhado do tempo/ Que não volta mais.../

sábado, 16 de janeiro de 2016

CEM ANOS DE PURA EMOÇÃO

Sol quente/ Rei dominando e iluminando a terra/ Sem nuvem/ Raios de sol que queimam a pele/ Das mulheres e dos homens/ Que se expõem nas quentes areias/ Pele arrepiada/ Com imensa vontade de ser tocada/ Nas noites e madrugadas/ Paixão de verão/ Verão que nunca deve terminar/ Coração acelerado/ Batendo forte/ E com a sensação de estar/ Pronto para amar/ Qualquer louca ou um/ Tresloucado do momento.../ Nem que seja por um instante/ Que tem tudo para ser infinito/ Como infinita/ É a vida do poeta.../ Vida que deveria acabar/ Com a estação mais alegre.../ Florida e apaixonada do/ Doce e louco verão.../ Porque é no outono/ Que tudo começa a amarelar/ Perder a vida.../ Flores e folhas começam a cair/ Criando um espesso tapete morto/ O inverno é frio.../ Gelado... Quieto... Cinzento... Chuvoso/ Com vento uivando de norte a sul.../ Onde a depressão toma conta/ De milhares de corações e almas.../ Com imensa vontade de partir/ É quando o número de suicidas aumenta/ Diante de tudo.../ As estações deveriam ser centenárias/ Cada uma com cem anos/ Que pode ser de solidão/ De alegria/ De paixão/ De sofrimento/ Ou de intenso amor/ Ou quem sabe/ Um grande baile levando/ Cem anos/ De dança.../ De beijos/ E valsas estonteantes.../ Mas nem tudo é como gostaríamos/ Assim vamos viver cada estação/ Como se ela tivesse cem anos/ Mesmo na nossa imaginação/ Prefiro o verão/ Porque é a estação da criação/ Onde tudo é liberado/ Muita coisa começa/ E termina sem explicação.../ O inverno ficaria encarregado de levar/ Os loucos do verão.../ Os enlouquecidos pela noite.../ Os dançarinos.../ Ou todo aquele que viveu o verão intensamente/ Sem qualquer preocupação com o amanhã.../ O outono poderia ser a antessala da morte anunciada/ Dos viventes do verão... A primavera ficaria/ Encarregada de produzir as flores/ Para os túmulos dos mortos do verão.../ Assim cada um/ Com o seu estado de espírito/ A vida poderia ser melhor/ Mais colorida/ Ou mais dolorida.../

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

QUE SEJA INTENSO ENQUANTO DURE

Não vivo de ilusão/ Já apanhei muito da vida/ Para acreditar nos/ Ventos da ilusão/ De uma noite de verão/ Ou de um tempo.../ Por mais longo que seja/ Procuro viver o dia de hoje/ Intensamente.../ Quem estiver ao meu lado/ Será contaminado/ Pela linda energia/ Que me acompanha.../ O amanhã será inevitável/ Não sei como será/ Ninguém sabe/ Talvez viva os meus últimos momentos/ Da minha vida/ Sozinho.../ Brigando com os/ Fantasmas do passado.../ Não faço mal para ninguém/ Sou poeta/ Dançarino/ Corredor de rua/ Ajudo algumas famílias/ Com alimentos.../ Já ajudei muitas pessoas/ Que nunca souberam o meu/ Verdadeiro nome.../ Sinto que o Pai Eterno/ Cuida muito bem de mim/ Tenho uma luz maravilhosa/ Que me acompanha/ Desde os primeiros passos/ Da minha existência.../ Vivo hoje/ Com alegria no coração/ Peço sempre aos céus/ Que todos possam ser/ Felizes e alegres.../

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

GOTAS DE DESEJOS

Gotas de suor/ Caindo no chão/ Amantes de pé/ Encostados na parede do quarto/ Cama excluída/ Que só serve para dormir/ Lá fora.../ Gotas de chuva/ Molham a terra ressecada/ Dentro do quarto/ Amantes com os corpos arrepiados/ Entregam-se ao desejo sem limites/ Janela aberta/ Somente a lua/ Como cúmplice/ Beijos com bala de morango/ Línguas se cruzam no céu da boca.../ Bocas grudadas.../ Olhos virados.../ Em busca de um norte/ Mãos bobas/ Passeando pelos ardentes/ Corpos dos amantes/ Que não estão preocupados com o mundo/ Mundo que se dane/ Roupas intimas caindo.../ Pequenos risos/ Longos gemidos/ Parede do quarto sendo pressionada/ Pela força dos corpos/ Em ritmo frenético.../ Sussurros que ninguém escuta/ Somente para os ouvidos dos amantes/ Depois de inúmeros orgasmos/ Amantes se jogam no chão/ Cansados de tanto amor.../

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

TACITURNAS MONTANHAS

As montanhas, onde eu morava, misturavam-se com nuvens de todos os tipos, claras e escuras. Imagens dessas lindas figuras chegavam até a minha casa de madeira, estilo rústico, expressando poesia, que muitas vezes, de tão emotiva e calma levava-me a um sono profundo. Eu fazia longas caminhadas entre os desfiladeiros, observando os vôos das borboletas, das águias e dos passarinhos. As borboletas mais coloridas eram capturadas e levadas para serem guardadas num grande quadro, colocado na parede da sala da minha casa. Sentado numa espreguiçadeira, na varanda, eu via o descer caudaloso de um riacho que desembocava num grande lago de águas cristalinas como um espelho, que refletiam a minha imagem quando me aproximava para beber. A paisagem, repleta de árvores centenárias, tornava o local um profundo encanto. O silêncio era o meu companheiro, conversando comigo nas horas mais melancólicas. Para cada pensamento triste, a resposta do silêncio aparecia numa bela composição paisagística do local. Eu morava ao pé da principal montanha, chamada de Lua, porque na lua cheia toda a região era iluminada, sem deixar um canto na escuridão. Os arbustos, verdes e cinzas, exalavam um perfume refrescante, parecendo que eram as nuvens as responsáveis pelo cheiro. A propriedade onde eu morava foi adquirida pelo meu avô, logo após o término da Primeira Grande Guerra, pelo ano de 1920. Ali, ele formou a sua família e só saiu para ser enterrado a duzentos metros da casa, no primeiro platô da grande montanha. Com o decorrer do tempo, alguns familiares morreram, outros foram embora e nunca mais voltaram. A família, praticamente, desapareceu, comum, para as pessoas da região. Os Moranski eram descendentes de ciganos e escolheram o norte da França, mais precisamente, a Normandia, para viver. Como região litorânea e próxima da fronteira com a Bélgica, os Moranski eram criaturas inquietas e determinadas. Eles sempre participaram de conflitos e revoluções, ora defendendo a raça cigana, ora lutando ao lado do país que os acolheu. O meu avô viveu 85 anos e sempre acreditou na igualdade das pessoas. Por ter essa atitude perante a vida, foi perseguido por vários governos. Eu não tinha essa preocupação, preferia viver ao lado da natureza, deixando a luta dos homens distante da minha realidade. Como herdeiro dos Moranski, me recolhi ao lado das grandes montanhas. Não queria briga com ninguém, a paz e a harmonia eram as minhas amigas inseparáveis. Precisava defender as terras da minha família e, assim, colaborar na preservação daquele local, considerado um verdadeiro templo da natureza. A minha vida amorosa era escassa e, quando acontecia alguma aventura, ela ia embora com a temporada das chuvas, principalmente nos meses de janeiro a março. Às vezes, lembro da cigana Cecília, que fez de tudo para viver comigo. Prometeu amor eterno, mas percebendo que não iria me conquistar, resolveu desaparecer. Nunca consegui permanecer com alguma mulher por muito tempo, por mais que tentasse, acabava ficando nos braços da solidão. As minhas energias eram concentradas em coisas transcendentais. Talvez, por ser descendente de cigano, eu não tenha conseguido criar raiz na vertente da paixão. Os meus dias eram preenchidos com leituras de livros sobre a história antiga e os poemas russos. Até hoje tenho uma grande paixão pela literatura desse povo. Ao amanhecer, quando o sol jogava os seus primeiros raios de luz, saía para ordenhar a cabra Salita. Depois, tomava meu café com pão de milho e salame comprado na vila, distante uns 40 km. Antes que o sol se tornasse forte, pegava a enxada para fazer a manutenção da horta. Perto do meio-dia, voltava para casa, para fazer o almoço, com feijão, arroz, almeirão e carne de galinha. Não havia sequer um dia que eu não observasse as montanhas. Era como uma oração, olhar aqueles imensos montes de terra cobertos por uma espessa camada de árvores de todas as espécies. A cada minuto e a cada segundo que eu admirava a grande montanha, sentia a minha alma viajar por lugares jamais visitados. Até hoje me lembro do dia em que fiquei intrigado ao ver uma águia no alto de uma árvore, olhando na minha direção. Ficamos nos olhando por muito tempo, até que ela veio, voando, e pousou perto de mim, mais precisamente, junto ao pé de limão siciliano. Com seus olhos grandes e penetrantes, ficou parada me observando. Nesse momento, ela iniciou um canto, que ecoou por todo o aglomerado de montanhas. A canção era triste, parecia que estava falando de sua melancolia, ou até mesmo da perda de seus filhotes. Ao terminar o canto, olhou para o céu e desapareceu entre as nuvens. Daquele dia em diante, me senti um ser especial, alguém que entende a língua das aves. Isso porque, os passarinhos que nunca ficavam próximos de mim, começaram a voar ao meu lado. No inicio não gostava, ficava intrigado, mas, aos poucos, fui me adaptando à nova realidade. Todo final de mês, eu ia à vila, para comprar mantimentos e pegar os livros encomendados. Aproveitava para conversar com Milos, comerciante e jornaleiro. Passava o dia todo, só retornava ao final do dia. Era primavera de 1969 e nada havia mudado na minha vida. Solitário, para os seres humanos, mas sociável para a natureza. As montanhas, com seus mistérios e silêncio, dialogavam muito comigo. Ao retornar de uma caminhada, ouvi um barulho que vinha da minha casa. Era o Milos, que estava nervoso, e queria muito falar comigo. - Kosinski, meu amigo, querem destruir tudo! Vão construir um grande lago para gerar energia elétrica. As tuas terras vão desaparecer e serão usadas para construir a represa. Você tem que fazer alguma coisa. – revelou Milos, com os olhos arregalados. - Enquanto eu viver ninguém vai mexer com a natureza, essa amante da minha vida. – assinalei, com profunda dor no peito. - Mas Kosinski, você é apenas um solitário no meio dos poderosos. – lembrou Milos. - Você vai ver o que posso fazer para salvar esse recanto maravilhoso. Esse local será preservado para sempre. Não duvide da minha determinação. – acrescentei, com o meu sangue cigano fervendo. Naquele mesmo instante, peguei algumas roupas, documentos de propriedade das minhas terras, e iniciei a luta. Antes, porém, entreguei a chave da casa para o meu amigo, Milos. Entrei em contato com alguns jornalistas que eu conhecia, e montamos uma estratégia para mostrar ao mundo a importância de se preservar a natureza. A minha luta durou cinco anos. Sofri ameaças do proprietário do empreendimento, mas não cedi um milímetro. Durante esse tempo, percorri as principais capitais do mundo, dando entrevistas e conversando com as pessoas mais esclarecidas. A empresa que queria construir a hidrelétrica, não suportou a pressão popular e acabou desistindo do projeto. Após a vitória, voltei, para ficar ao lado das montanhas, e esse paraíso, até hoje, é frequentado por todos que sabem da importância de cuidar da natureza. Montei uma pousada e, nos finais de semana, recebo pessoas de várias partes do mundo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

TUDO NOVO

Ano novo/ Lutar para ser tudo novo/ Mudanças e mudanças/ Ano de desafio/ Sem medo de mudar/ Para ser feliz.../ Preciso ser feliz/ Vou lutar para isso acontecer/ Chega da mesmice/ Ano das maratonas de Floripa e/ Do deserto de Atacama no Chile.../ Ano de um novo emprego/ Empregarei todas as minhas forças/ Para que a minha vida seja mais radiante.../

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...