quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

UM OLHAR PARA A VIDA

Olhando o mundo pela janela/Vendo tudo acontecer/Não podendo fazer nada/Admirando as imagens passarem/Às vezes lentas/Outras vezes velozes/Sentado ou de pé/Debruçado na janela/Como um expectador impotente/Observo as imagens/Mudarem de cor/De acordo com a emoção das cenas/Há horas em que lamento/A derrota/Do solitário guerreiro/Mas admiro a sua luta/Olho para o céu/As nuvens voam/Como se tudo/Estivesse dentro da normalidade/Quando as emoções são fortes/Cobrem o sol/Tornando o ambiente melancólico/Quando as cenas são alegres/Escondem-se por detrás das montanhas/Para que os raios do sol/Brilhem cada vez mais/Olhando o mundo pela janela/Da vida/Descubro/Que somos atores/De histórias/Belas/Fascinantes/Tristes/E... / inesquecíveis/Descubro a acidez/Do coração humano/Olho para o lado esquerdo/Vejo jovens criaturas caminhando/Em direção ao futuro/Confiantes/Observo os seus passos/Passam na minha frente/Logo o tempo passa/Vejo eles já adultos/Diferentes/Decepcionados/Prontos para nunca mais voltar/A trilhar o caminho da civilização/O meu olhar também se decepciona/Com o que vislumbro/Do passado/Do presente/E do futuro do ser humano.

sábado, 11 de novembro de 2017

QUE A VIDA NÃO ME SEJA TÃO BANAL

É difícil entender/Compreender/Certas coisas/Que acontecem no mundo/Nas vidas das pessoas/De uma hora/Para a outra/Tudo muda/Para pior/É difícil compreender/Que inocentes morram de forma banal/É difícil aceitar/Que as injustiças/Ainda predominam/É complicado/Triste/Ver homens tirando a vida/De mulheres que não querem mais/Viver ao lado deles/É difícil/Viver na terra/Entre os seres desumanos/É mais fácil viver entre os animais/Do que entre os humanos/É difícil concordar/Com tanta desumanidade/Crianças/Idosos/Negros/Prostitutas/Homossexuais/Pobres/Sejam colocados na sarjeta da sociedade/É difícil não chorar/Não lamentar/Por tanta desgraça/Reinante no mundo/As pessoas procuram a morte/Como se fosse uma coisa banal/Sem importância/Será que vale a pena/Viver nesse mundo?/Vale a pena acreditar no futuro da humanidade?/Vale a pena acreditar nos nossos governantes?/Que roubam descaradamente?/O que será dos homens?/Para onde vamos?/É difícil/Sim/É muito difícil/Amar e ser amado/Até quando vamos ver jovens/Sendo jogados no mundo das drogas?/É sim difícil ver a história sendo/Contada apenas/Pelos vencedores/É difícil/Deixar passar à nossa frente/Ditadores/Corruptos/Rindo de nossa indiferença/É difícil ver os honestos/Serem humilhados/Defenestrados da vida pública/É difícil ver o silêncio de um povo/Cansado e desiludido com os políticos/Onde está o grito da esquerda?/Tão forte no passado/Tão estridente/Tão emocionante/Que levou milhares de pessoas/Ao delírio/Nas praças e nos campos/Onde está o camponês?/Onde está o operário?/Que assistem pacificamente/A retirada dos mais sagrados direitos/É difícil entender esse silêncio/Que sangra o coração/Que entristece a alma/Que um temporal venha/Lave/Todas as sujeiras desta pobre nação/Que um terremoto/Aniquile a raça humana/Sem deixar nenhum vestígio/Que aqui um dia/Viveu algum ser humano/Que a tristeza/Não seja/Para mim/Tão insensível.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

EXTREMO DELEITE

Incontestável é o prazer/O extremo deleite/A encantada volúpia/A lascívia luxúria/É o momento de um casal/Deguste cada toque/Beba o meu suor/Como se fosse/O néctar dos deuses/Embebeda-se nos meus beijos/Ouça apenas a música/Que nos embala/Cada passo/Em direção do orgasmo/Ouça o meu suspiro/Quero ouvir o teu sussurro/Na meia luz do quarto/Vamos nos misturar/Nos lençóis/Travesseiros/Simples obstáculos/Que serão levados para o chão/Na primeira escaramuça sensual/Quero tirar/Lentamente/Cada peça que impede/De você ficar nua/Pegue a taça de vinho/Derrame sobre o meu corpo/Deixe-me molhado/Agora venha aos poucos/Lambendo cada gota/Da bebida dos deuses/No meio do caminho/Pare/Suspire/Me leve aos alturas/Tire de mim/O extremo gozo/Depois/Farei a minha parte/Vou pegar uma taça de champangne/Jogarei no teu lindo corpo/Sugarei os pontos molhados/Secarei a tua pele com a língua/Ávida em sentir o prazer explodindo nas alturas/Vou demorar muito/Também/No meio do caminho/Ali/Vou adentrar o ponto máximo do teu prazer/De uma mulher/Desejosa/Insaciável/Carente/Por um estonteante orgasmo.

domingo, 8 de outubro de 2017

A CURTA PAIXÃO

Não vou ser o teu pranto/Não vou ser o motivo da tua tristeza/Não vou ser a razão/Da tua desilusão/Nem da tua paixão/Nem do teu amor/Serei um sentimento de verão/Que tem prazo para terminar/Como se fosse uma noite/Que demora em terminar/Serei mais uma experiência amorosa/Que todos têm/Mas serei intenso/Profundo/Dando entender/Que serei eterno/Enquanto o suspiro permitir/Não vou deixar saudade/Serei mais um na tua vida/Que na somatória/Pouca coisa vai aumentar/Será do tamanho de um longo beijo/Serei como uma ave/Voarei com você/Por um curto período/Depois/Deixarei você nos braços da vida/Vida que é também/Bem curta/Não vou ser o teu pranto/Não vou estar ao teu lado/Para enxugar as lágrimas/Porque acredito/Que você não vai chorar/Vai aproveitar/Para largar as asas nas noites/Nos braços de outro/Vai entender/Que devemos aproveitar apaixonadamente/Cada segundo da parca vida que temos/Vá vivendo/Linda mulher/Amando hoje/Desabando no colo da boemia outra vez/Sem medo da alegria/Enquanto eu/Vou pulando aqui e acolá/Como uma ave noturna/Atado nos laços do coração/De uma bela mulher/Que estiver de plantão.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

REPUGNANTE SILÊNCIO

Resignação misteriosa/Vida resignada/Silêncio perante a vida/Revolta/Contra as injustiças/Corações despedaçados/Lutas sem fim/Onde tudo termina/Quando a morte bate à porta/Dor oculta/Profunda/Raízes no coração da terra/Espalhando esperança/No silêncio da noite/Viver na terra/Experiência melancólica/De seres impotentes perante o predomínio/De uma elite que devasta a alma/Mentiras/Que profanam a verdade/Jornais espalham mentiras/Todos acreditam/Porque é mais fácil acreditar numa mentira/Do que aceitar a apaixonante verdade/Verdade/ Amante dos humilhados/Das pessoas puras de coração/Mídia que inventa/Para ganhar pontos/Não importando o resultado/Se o acusado/É inocente/O que interessa é fazer notícia/De qualquer maneira/Raça humana/Podre raça humana!/Seres desqualificados/Que governam os nossos passos/Nessa pobre nação/Polícia do Estado/Prende/Sem provas/Apenas quer estar bem na foto/Na mídia assassina/Governo nadando na lama/Onde todos roubam/Justiça se cala/Manda prender/Somente os que não fazem parte do esquema/Assim/Vamos/No silêncio da vida/Vida que um dia vai acabar/Até lá vamos/Com o coração triste/Por ver amigos/Sendo triturados na máquina destruidora do Estado.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

FOLHA SECA

Folha que cai do galho/O vento a leva para bem longe/Ganha altura/Voa na imensidão do firmamento/Observa pela última vez/O local que residiu/Nos últimos tempos/Depois de efetuar um encantado voo/Pelas planícies/Montanhas/Rios/Mares/O vento a traz até a palma da minha mão/Vem suavemente/Para me dizer/Que quer morrer/Sentindo o calor do meu corpo/E do meu perfume/Pede para enterrá-la/No espesso tapete de folhas mortas/Ali/Junto com as demais/Quer servir de nutriente/Para que outras folhas/Novas/Verdes/Lindas/ Embelezem a bela/E majestosa floresta.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ARTE DO INFINDÁVEL DELEITE

Arte!/Insana!/Sensual/!Ou pornográfica/Arte suja/Suja é a mente/De quem não aceita/Que a arte/É o deleite/Do poeta/Do escritor/Do artista/Criação do drama!/Da história/Da paixão/Na escuridão da noite/Arte/Noite/Irmãs gêmeas!/Repletas/De gemidos/Infindáveis ais/De uma desejosa e bela mulher/Nos braços/De um homem/Perdido/No balanço/Dos calientes beijos/Arte!/Você/É a mãe/Da insustentável/Leveza/De um sexo/Que torna a noite/Um palco sem platéia/Arte!/É escrever um poema/Descrevendo as curvas/De uma bela mulher/Entrando nos pequenos detalhes/Sem esquecer/Que no meio das coxas/Tem o vale da perdição/Dos homens/Arte!/Sou o teu filho predileto/Poeta!/Mente suja/E sem limite/Nas infindáveis imaginações/A vida é uma arte/Porque cria/Lindas histórias/Alegres e tristes/Nada teria graça/Se não existisse o poeta/Criador da melodia do amor/Criador das cenas românticas/Produtor das novelas/Onde retrata/O drama de uma mulher/Mal amada/De um homem/Desacreditado no amor/Arte!Mortal!/Ou louca!/Poeta!/É igual o musical/La Cumparsita/Que emociona o coração do dançarino/Arte!/Você é a responsável/Pela pouca/Ou pela grande/alegria/Que o ser humano tem/Arte é uma ciência/Do bem/Do mal/Porque mostra a verdade/Do homem/Da mulher/Onde os deixa nus/Perante a sociedade/Sociedade/Hipócrita/Racista/Pedófila/Totalitária/Porque não admite/Que a arte/Mostra a cara/De um homem/Corrupto/Ladrão/E acima de tudo/Fraco/Covarde/Que não admite os fracassos/Perante o mundo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

PÚTRIDA ALMA

Casa vazia/Lobo coração/Quarto solitário/Cama fria/Dias incertos/Longas horas/Que não passam/Nada satisfaz/Estradas bloqueadas/Olhos marejados/Difícil amor/Amor bloqueado/Entre barreiras/Sentimento na escuridão da noite/Noite parceira/Parceira madrugada/Aurora traiçoeira/Ruas escuras/Apenas poucos viventes/Luz na esquina/Esquina que tem um bar/Onde a bebida/É a eterna parceira/Fundo musical/Alimenta a alma/Do descrente/Que não acredita/No amor/E na paixão/Amarga alma/Perdida na imensidão do mundo/Mundo!/Mundo que não tem sossego/Flor jogada no mar/Pelo amante/No final de um difícil amor/Onde as ondas levam/E trazem as cartas/Que um dia foram escritas/No velho continente/Vindo aos poucos/Cair nos braços da praia/Nunca noite estrelada/Coração que não entende/Nem pretende um dia/Entender/Porque ama/E não é amado/Musica/Triste ou alegre/Nada serve/A um ser que não ama/Porque nada o satisfaz/Quer simplesmente voar/Ser um pássaro livre/Sem ninho/Morador de rua/Do espaço/Das florestas/Não quer acasalar/Quer viver como uma águia/Escondida na mais alta/Das montanhas/Adormecer sozinha/Águia e Alma/Almas gêmeas de uma existência sem futuro/Sem estrada/Desastrada e infeliz/Garganta seca/Seco coração/Desacreditado/Não quer ser atado/Amarrado/Quer apenas navegar/Sem fixar em algum porto/Porque nenhum é seguro/Se segura na solidão de uma vida/Cheia de amargura/Amargura/Resultado de falsos amores/Distribuídos em existências mal sucedidas/Casa sem dono/Fantasmas em todos os aposentos/Aposentos repletos de boemias energias/Magia que apavora o residente/Velha casa/Assombrada/Outrora habitada/Por amantes/Loucos por orgias/Aonde a bebida corria solta/Mulheres casadas e solteiras/Todas focadas na troca da desvairada sensualidade/Sem passado/Sem futuro/Apenas querem/Viver o presente/Dando de presente/O seu prazer/Recebendo em troca/Apimentadas caricias/Para obterem parcos gozos/Alma humana/Desgraçada alma/Que todo dia morre uma/Duas/Três/Não obedecendo nenhuma regra/Para o fatal final/Final que não importa/O que importa/É viver infinitamente o presente/Porque o presente/Se sente/Na alma/Na carne/No coração/Hipócritas almas/Seres repugnantes/Maltratam a verdade/Verdade que não existe/Existe apenas para a elite/Elite sem caráter/Caráter inexistente/Existente nos velhos tempos/Que os anos/Não trazem mais/Alma!/Que fazes na terra!/O teu lugar é no inferno/Padres/Pastores/Freiras/Todos envolvidos/Nos podres porões da sexualidade/Que ainda/Para descarregar a consciência/Pregam sermões/Desprovidos de sinceridade/Alma/Vá e não volte mais!/Deixe a verdade/Habitar esse pobre planeta.

sábado, 16 de setembro de 2017

SUSSURROS DA PARTIDA

Gotas de despedida/Soluços de adeus/Para nunca mais voltar/Sussurros da partida/Amor que cansou/Cansou porque nunca existiu/Tentou/Mas não conseguiu/Morreu no início do caminho/Inevitáveis lágrimas/Faz parte/O amor é uma obra/Difícil de construir/Preciso/Sim preciso/Visitar a galeria/Onde está guardada/A maior emoção da minha vida/Palmilhar as terras do meu exílio/Terra distante/Mas que nunca saiu da minha mente/Caminhar pelo belo jardim/Onde as flores/Cumprimentam/Os caminhantes/Exalando o seu perfume/Preciso parar de chorar/Matar a saudade/Que tanto me maltrata/Está difícil/Segurar a saudade/Gotas de lágrimas/Caem no solo seco do coração/Outrora fértil/Hoje melancólico/Tenho conversado com a lua/A minha amante inseparável/Cúmplice das minhas contradições/Inerentes a qualquer vivente/Soluções de adeus/Caminhando sem olhar para o dia de ontem/Sussurros sem querer repetir o caminho do dia de ontem/Afirmar que é preciso mudar/Mudar para ser feliz/Nem que para isso/As lágrimas rolem/E se tornem enchentes/Cada um tem a sua emoção/Que não somos obrigados a compartilhar/Sou do mundo/Do tempo/Sou viajante/Desculpe/A minha alma é caminhante/Se um dia/Alguém me prender/Vou morrer/No arcabouço da solidão/Não sou um pássaro amarrado/Com asas cortadas/Preso numa gaiola/Preciso cantar para que o mundo ouça/A voz da poesia/Do poema/Espalhar as palavras nos arredores de todas as cidades/No novo/E no velho mundo/Sei que vou deixar/Muita gente chorando/Mas necessito/Ir à busca da felicidade/Que um dia fez parte/Da minha vida/Logo/Muito logo/O trem vai passar/Na minha frente/Vou embarcar/Com uma passagem sem volta/Vou ao encontro/Dos planaltos/Das planícies/Das montanhas/Onde estão guardados/Os segredos da alegria.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O SONHO DO CORAÇÃO

O meu coração está pedindo/Lentamente mostra outro caminho/Sonhos e sonhos/Esperam por mim/Quero viver/De tal forma/Que jamais/Irei me arrepender/De ter aceitado o pulsar do meu coração/Quero concretizar todos os meus projetos/Não posso viver/Negando a minha intuição/Não quero aprisionar o meu coração/Sou um poeta/Amante do voou livre/Livre para amar/Livre para viver/Quero fazer da minha vida/Uma trajetória de alegria/De amor/De paz/Quero chegar no final da vida/Olhar para trás/Dizer/Vivi tudo/Conheci vários lugares do mundo/Amei/Fui amado/Não deixar nada para trás/Sorrir.../Agradecer aos céus/E continuar/Vivendo entre os amparadores do universo.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ÁRIDA ALMA

Almas perdidas!/Como as folhas secas/De um outono/Perdidas almas!/Caminhantes do universo/Como o vento gelado das Cordilheiras dos Andes/Que bate nas grandes montanhas/E volta para morrer/Nos braços do Oceano Pacífico/Seres errantes!/Viajantes sem rumo!/Jogados no relento do sol/Bandeirantes dos mundos/Conquistadores de terras longínquas/Inconformados pela mesmice/De uma vida/Mal vivida/Gritos que vem de longe/A procura de um refúgio/Onde possa descansar/Depois de uma extenuante andança/Violão que não para de tocar/Chora triste!/ Emociona/Os caixeiros-viajantes/Nômades que vendem de tudo/Só não vendem/A alma/Que está perdida/Mas que nunca deixou/De ser destemida/Canto que uiva/Como lobo das quentes estepes/Da velha Rússia/A procura de uma caça/Para saciar a latejante fome/!Terra seca!/Que o homem/Retirou os insumos/Deixando o sol/Queimar as teimosas sementes/Da guanxuma/Homem!/Residente do planeta Terra/Que a cada dia/Destrói impiedosamente/Os poucos recursos naturais/Vivendo irresponsavelmente/Descrente do futuro/Agarrado no orgulho/Abraçado com a arrogância/Acha que pode fazer tudo/Esquecendo que amanhã/Pode tudo virar/Um imenso deserto/Árido e sem vida/Vida que está sendo aniquilada/Pela ignorância dos seres irracionais/Seres violentos/Preconceituosos/Hipócritas!/Que olham a cor da pele/Do dinheiro/Do poder/Esquecendo/Que todos/Um dia/Irão viver/Na escuridão de um tumulo.

domingo, 27 de agosto de 2017

SOB O SOL ARDENTE

SOB O SOL ARDENTE Sou filho do vento uivante/Amante da ilusão/Sou cigano/Paro de ponto/Em Ponto/Para namorar/Não dou ponto sem nó/Não crio raiz em nenhum coração/Sou viajante/Para conhecer as ilusões/Perdidas e encantadas/Sou igual ponteiro de relógio/Vivo o tempo necessário/Para ser intenso/Sabendo que amanhã/Poderei não estar aqui/Choro de saudade/Da última paixão/Que desabrochou/No meu coração/Tenho o maior respeito pela mulher/Odeio quem a maltrata/Que considero um ser mais evoluído que o homem/Que precisa de carinho e amor/De homens com H maiúsculo/Por isso/Sou igual uma nuvem/Que voa nas alturas/Levando sombra/Quem vive sob/Sol ardente/Sou caliente/Me amoleço/Ao sentir um beijo na boca/De uma linda mulher/Nesse mundo/Desunido/Desgarrado/Da alegria e da felicidade/Procuro plantar boas sementes/Enquanto estou indo/Para quando estiver voltando/Possa colher/Bons frutos/Que vão saciar a minha fome/Assim/Vou vivendo/Sem nenhuma mágoa no coração/Que a luz me ilumina/Ilumine todos os viventes/Dessa terra/Triste e sem alegria.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

PERFUME DA VINGANÇA

Íris, a flor nacional da França, com sua beleza exuberante, cercava o velho casarão, como se estivesse protegendo-o. Às margens do Rio Sena, a casa hibernava há muitos anos, aguardando o final dos tempos, para desaparecer por completo. Nos fundos da casa, existia um riacho que deslizava no colo do Rio Sena. Nas margens do referido riacho, crescia e se destacava aos olhos dos transeuntes, a flor tradicional da França, a Magnólia, considerada a flor mais bonita do mundo. Com essas duas belas flores e com o perfume que exalavam, a velha casa resistia ao tempo e queria viver, mesmo contra todas as adversidades. A velha casa tinha dois pavimentos e com uma aparência desfigurada pelo desgaste do tempo. Há mais de 80 anos que ninguém a ocupava, somente ratos e outros bichos peçonhentos. As portas e janelas estavam comidas por cupins. O assoalho e o forro, já não existiam mais, tinham sidos corroídos. O telhado, escuro devido às folhas secas jogadas pelo vento, mostrava um aspecto taciturno e melancólico. Não existia mais uma cor definida nas paredes, porque a chuva, o vento e a neve, desfiguraram o azul pintado pela primeira vez há vários anos. Na parte interna da casa, teias de aranha criavam obstáculos a quem pretendesse circular. Os móveis eram rústicos, mostravam-se totalmente empoeirados. Os aposentos, com as suas camas ainda bem desarrumadas, apontavam que ali moraram pessoas desorganizadas. Lençóis e fronhas brancas comprados nas melhores lojas de Paris. Os finos pratos e talheres vieram dos mercados da velha China. Com toda essa beleza em sua volta e no interior, o casarão, tinha uma história de violência e terror. Crimes passionais e estupros fizeram parte da sua história. Ali, muitas moças foram levadas para fazer parte das orgias com a burguesia da capital francesa. Vários maridos levavam suas esposas para serem possuídas na frente de vários homens, numa desenfreada cena de sexo e violência. Alguns pais endividados entregavam suas filhas virgens aos credores, em troca da divida. Na área política, a monarquia absolutista, que governava a França por séculos, estava agonizando. Estamos no ano de 1789, período de intensa agitação política e social, que teve impacto duradouro na história da França e do mundo. Todo esse clima favoreceu o surgimento de acontecimentos que desorganizaram a mente das pessoas. Mas, uma história marcou fortemente o coração dos viventes daquela época. O romance de Jean-Marie e Jeanne Francisca foi uma dessas histórias. Jean-Marie era filho de rico produtor de vinho e Jeanne Francisca, filha de um general do exército francês. Eles se conheceram no Liceu de Paris, onde estudavam Belas Artes. Jean-Marie, jovem estranho e admirador de seitas ocultas. Já, Jeanne Francisca não tinha nenhuma posição religiosa e muito menos política. Dizia que veio ao mundo para se divertir e não para ter compromissos. Nos finais de semana, eles se encontravam na casa de seus avós, à beira do Rio Sena, para namorar. Ali, no aposento dos fundos da casa, Jean-Marie e Jeanne Francisca iniciaram as suas primeiras aventuras sexuais. Sem medo ou receio, eles buscavam o prazer total e recheado de estranhas comemorações satânicas. Na primeira vez que fizeram sexo, Jeanne se vestiu de freira e Jean, de padre. Embaixo do altar da pequena igreja, nos fundos do quintal, eles se entregaram ao profundo sexo selvagem. - Jeanne! Hoje vamos fazer sexo em homenagem ao demônio. – Disse ela. - Por quê? Nós já fizemos essa homenagem em frente do altar na igrejinha. – Lembrou Jean. - Porque somos admiradores dele. - Respondeu Jeanne, tirando a calcinha preta e jogando-a sobre a estátua de um santo católico. - Então, já que é uma homenagem, precisamos fazer algo mais profundo e diferente. Você ainda é virgem na parte de trás. Mesmo sendo novinha, precisa sentir os prazeres e as dores do sexo selvagem. – Acrescentou Jean-Marie. - Então venha, meu diabinho! Faça de mim a tua escrava. Vou ficar de quatro e não tenha receio em ser forte o suficiente para mostrar ao diabo que somos seus admiráveis seguidores, mesmo sentindo dores profundas no meu traseiro. – Assinalou Jeanne Francisca, com ar totalmente endiabrado. Era primavera e as flores, Íris e Magnólia, estavam maravilhosas, exalando fortemente o perfume que invadia o casarão. Os avós dos jovens estavam adormecidos, sem perceber que seus destinos estavam traçados. Logo pela manha, os criados prepararam o café com algo que os faria partir para o outro lado, sem nenhuma resistência. Tudo foi planejado pelos netos, que queriam oferecer ao demônio algo que comprovasse finalmente a sua admiração. Primeiro, foram os criados que deram uma demonstração de amor matando seus próprios filhos numa cerimônia diabólica no último natal. Durante muito tempo o casarão foi envolvido pelas mais diversas cenas de sexo e assassinatos. O casal de jovens trouxe, para fazer parte da irmandade, outros jovens dos arredores da cidade. A polícia tentou, mas não conseguiu colocá-los na prisão. Por serem de famílias tradicionais e influentes, a investigação nunca avançou. A impunidade, mais uma vez, mostrou que reina onde o demônio domina. Enquanto a França estava envolvida na questão política, o casarão, às margens do Rio Sena, tinha a sua própria agitação. Já fazia um bom tempo que os avós do casal haviam morrido em consequência do envenenamento. Jean realizava, por mês, uma viagem pelo interior, em busca de moças e moços para fazerem parte da cerimônia em homenagem ao demônio. Por um período de cinco anos, essas viagens foram feitas sem nenhum problema. Em uma dessas incursões, ele encontrou a linda Raíssa, que tinha uma beleza fora do comum. Cabelos longos e loiros, olhos azuis, a linda jovem logo se encantou com a desenvoltura de Jean. Raíssa arrumou as malas e partiu rumo a Paris, mas com um pensamento, fixo de se vingar de sua irmã caçula, morta há três anos pelos admiradores do demônio. Ela foi apresentada para Jeanne, que demonstrou pouca simpatia. Mesmo assim, fez de tudo para ser amigável com o casal. Em conversa com eles, Raíssa disse: - Gostaria de fazer uma comemoração dos cinco anos de cerimônia ao satã. Poderíamos convidar vários jovens da redondeza para participar do evento. – Sugeriu. - Acho uma boa ideia. – Acrescentou Jean. - Poder ser. – Concordou Jeanne, sem nenhum entusiasmo. Ficou combinado que a referida cerimônia seria realizada na primeira sexta-feira de agosto, mês do cachorro louco. No dia seguinte, Jean saiu bem cedo para efetuar os convites. Durante três dias percorreu todas as comunidades, convidando os mais belos jovens para o cerimonial do capeta. Enquanto isso, Jeanne e Raíssa começaram os preparativos para a festa. Já era meia-noite quando Raíssa recolheu-se aos seus aposentos. Em vez de dormir, ela trabalhou até a madrugada na preparação da bebida que iria distribuir aos convidados e, principalmente, ao casal anfitrião. A noite estava escura, sem nenhuma estrela. Por alguma razão os perfumes da magnólia e da íris deixaram de exalar, em seu lugar surgiu um forte cheiro de enxofre. Os uivos dos lobos na floresta ecoavam nos arredores de Paris. O vento batia forte nos telhados dos castelos da nobreza, assim como nas casas humildes dos plebeus. No casarão, as luzes das velas iluminavam de forma radiante e fúnebre. Tudo estava pronto e nada havia sido esquecido. No céu, nuvens escuras corriam de um lado para o outro, de forma avassaladora, como se estivessem correndo de alguma coisa assustadora. Raíssa prontificou-se a servir os convidados. Para cada um, um tipo de bebida. Como de costume, foi escolhida uma virgem para ser sacrificada. Tão logo a escolha aconteceu, Jean pegou a moça que seria morta e a levou para que fosse colocada nua sobre uma grande mesa com uma toalha branca. A cerimônia começou com a defloração da escolhida, por Jean. Durante uma hora Jean ficou em cima da escolhida, possuindo-a, sem nenhuma piedade. O sangue da virgindade escorreu na toalha branca, mostrando que o cerimonial estava ocorrendo dentro do planejado. Com gritos de pedidos de socorro, a jovem, escolhida para o demônio, recebeu de Jeanne, o golpe final de um punhal no peito. Como se fosse uma vingança, Jeanne ria na medida em que a lâmina penetrava o coração da sacrificada. Raíssa observou tudo em silêncio. Lembrou da sua irmã caçula, que talvez tenha recebido o mesmo tratamento dos seguidores do capeta. Ela não pensou duas vezes. Pegou a jarra de bebida, de uma cor verde, e serviu aos presentes que, àquelas alturas, já estavam totalmente embriagados. Olhou bem nos olhos de Jean e disse: - Essa taça de licor é em homenagem à minha irmã caçula. Jean não entendeu direito, mesmo assim, tomou todo o líquido, dizendo: - Gostei da bebida preparada por você Raíssa! Depois quero experimentar o teu corpo, sem nenhuma barreira. Já que você é virgem, quero ser o primeiro homem a te penetrar. Vou fazer de você uma predileta seguidora do demônio. – Revelou, com uma longa risada que ecoou pelo recinto. Raíssa sorriu e disse: - Vamos ver... Vamos ver se você vai ter o tempo suficiente para realizar os teus desejos. Ao seu lado estava Jeanne, que tinha percebido algo errado com a bebida servida. Aproximou-se de Raissa e afirmou: - Não vou beber o que você preparou! Tem alguma coisa errada com você e com o teu licor. Aliás, você é parecida com uma moça que sacrificamos há uns três meses. Experimente primeiro, depois, experimento. – Disse, com olhos de águia ferida. Nesse momento, tanto Jean como os demais convidados, começaram a cair no chão sem vida. Raíssa não perdeu tempo, correu até ao corpo da jovem morta e retirou o punhal de seu peito. Jeanne não percebeu o movimento e aproximou-se de Raíssa, dizendo: - Você está aqui para se vingar daquela menina que sacrificamos. Agora, irei matar você como o mesmo punhal que usamos desde a primeira cerimônia. – Informou Jeanne, com o ódio de uma fiel seguidora do demônio. Mas já era tarde. Raissa, uma jovem alta, forte e conhecedora no manuseio de punhal, desferiu um primeiro golpe no pescoço de Jeanne, fazendo com que o sangue jorrasse pelo chão. Chegou bem perto de Jeanne, que estava cambaleando, e disse: - Essa punhalada é pela minha amada irmã, que vocês mataram há três anos. Eu jurei que iria até no inferno atrás dos assassinos. Aqui estou, neste inferno organizado por vocês, e no cerimonial do demônio, para acabar com a vida de todos os seguidores. – Exclamou a justiceira. Raíssa enfiou o fino punhal no coração de Jeanne, que deu um último grito e caiu morta. Nesse momento, um urubu pousou na janela da sala do casarão. Lá fora, meia dúzia de lobos uivava sem parar. As flores, íris e magnólia, voltaram a exalar o perfume, mudando o ar do ambiente. Raísa pegou as coisas e seguiu seu destino. Junto com ela voava um urubu preto, como se estivesse dizendo que estava nascendo outra corrente de seguidores. Mas atrás os seis lobos, silenciosamente, caminhavam, seguindo os passos misteriosos de Raíssa. Era 14 de julho de 1789, dia da Queda da Bastilha, onde os governantes tiveram as suas cabeças decapitadas e espetadas em lanças, por uma multidão enfurecida. Era o início da Revolução Francesa e Raíssa foi uma grande líder revolucionária, impiedosa, que não poupou ninguém. Por onde ela andava, matando e esquartejando líderes burgueses, o urubu preto e os seis lobos a seguiam. Eram os seus protetores e aos olhos do mundo, o urubu e os lobos não eram vistos, e sim, pelos olhos misteriosos dela. Enquanto durou a revolução, Raíssa foi figura predominante. Ela simplesmente desapareceu. Ninguém a viu morrer. Alguns moradores, ao falarem dela, diziam: “era a mulher mais bonita do mundo... mas muito ruim... Todo dia 13 de cada mês, ela fazia uma cerimônia satânica. Agora, em vez de sacrificar jovens virgens indefesas, cortava as cabeças dos burgueses e espetava-as nas lanças. O tempo passou e no dia 14 de julho de cada ano, à meia-noite, na rodovia que leva a Paris ainda é possível ouvir uivos tristes de lobos e o vôo rasteiro de um pássaro negro, que canta parecendo dizer....Raíssa vive!!!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A PÁTRIA DA PODRIDÃO

Há certas horas/Que a visão do mundo/Encurta/Névoa encobre a visão/Para onde vamos?/O que estamos criando?/Onde está o respeito/Aos pais/Aos professores/A Constituição?A incredulidade tomou conta de tudo/A injustiça banalizou/A justiça desapareceu/Reina a impunidade/Impera o descrédito na classe política/A elite esmaga o pobre/Pobre vira marionete da classe dominante/Está tudo dominado/A corrupção é ação corrente/Nos gabinetes do poder de Brasília/Poder que a cada dia/Fica podre/Juízes que deveriam julgar/Com isenção/Julgam com parcialidade/Levando em conta a cor partidária/A cor da pele/O dinheiro/E a classe que pertence/O julgado/Há certas horas/Que chegamos a imaginar/Que perdemos a batalha/Para os corruptos/Para os espertalhões/Há certas horas/Que achamos que o nosso amado Brasil/É vergonha para o mundo/Que somos um gigante adormecido/Dormindo na corrupção/Acordando na lama da ladroagem/Sonhando em quem vai roubar/No amanhã/Há certa horas/Que chegamos a conclusão que o Brasil/Não é pátria do evangelho/E sim/A pátria da imoralidade/Pátria dos degenerados/E a pátria dos trapaceiros/Quando vimos/O Presidente da República/Comandando quadrilha de corruptos/Em vez de ser/O exemplo da moralidade/E justiça/Nada faz/Bate palmas/Chega ao extremo de elogiar/A carreira do corrupto/Há certas horas/Que achamos melhor/Morar bem longe daqui/Esquecer que somos brasileiros.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

ARREPIANTE JEITO DE DANÇAR TANGO

Tango/Dança do coração/Da alma/Em total ebulição/Tango/Passos de uma sensual dança/Tango onde os corpos se entrelaçam/Arrepiando a pele/Dançando um tango/Mulher da minha vida/Quero sentir o teu forte abraço/Lábios secos ou molhados/Desejos carnais/Resultado da dança/De um tango/Vamos dançar a La Cumparsita/Na meia luz de um salão/Quero ficar no altar do céu/Sentindo o teu corpo bailar/Grudado ao meu/Tango!/Dança latina/Latina de coração/Quando o coração chora/Lamenta/A perda da mulher amada/Tango!/Clímax final/De uma rodada/Em cada canto de um salão/Tango!/Faça de mim o teu dançarino/Para que eu possa/Morrer dançando nos braços da mulher amada/Tango!/Abra a minha alma/Abra a porta da lua/Abra a porta do céu/Abra a estrada que me leve às estrelas/Abra a janela do mundo/Que eu quero entrar/De mãos dadas/Com a dançarina do meu coração/Tango!/Quem te criou/Com certeza/Foi o maior de todos/Os dançarinos que o mundo já conheceu/Tango!/Tu fostes/Criado para enlouquecer os amantes/Antes ou depois/Do caliente momento sexual/À meia-luz de um quarto/Acompanhado de um cálice de vinho/Que pode ser tinto ou rosé/Tango!Cada dança/É um gole de um champanhe/Dentro de um balde de gelo/Tango!/Quero me despedir/Cruzando um salão/Dançando o Paso Doble da La Malagueña/Num salão de baile/De uma cidade portenha/Venha dançar tango/Dançarina do me u coração/Tango!/Não me deixe morrer ao relento/Sem ouvir a tua sensual musicalidade/Que me envolve em total magia.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O IMPLACÁVEL ADEUS

Por mais que você dissesse/Que me amava/Por que mais que você dissesse/Que eu era a tua alma gêmea/Por mais que você chorasse/De saudade/Por mais que você sentisse falta de mim/Por mais que você jurasse/Que eu era o único amor da tua vida/O teu adeus/Foi implacável/Eu sabia que você/Não iria voltar/Eu sabia/Que você não daria uma segunda chance/Sentia/Que aquele dia/Iria chegar/Você me colocou sentado na prateleira do passado/Seguiu em frente/Não olhou mais para trás/Me riscou do teu pensamento/Um dia me encontrou/Fez de conta que não me conhecia/Apenas me olhou/Com os olhos perdidos/Mas sem nenhuma vontade de parar/E conversar/Têm mulheres/Que lutam até o fim/Para manter o amor de um homem/Você não/Na primeira briga/Jogou para fora/O homem que dizia que amava/Hoje/Depois de tanto tempo/Entendi/De forma triste/Que você/nunca me amou/Apenas brincou de amar.

domingo, 30 de julho de 2017

VEM...

Vem!/Vamos dançar/Vem rebolar/Vem se deliciar/Agarradinha nos braços do Moreninho/Vem!/Se perder/Nos rebolados/Que a dança proporciona/Vem!/Se agarra no meu corpo/Vem!/Beijar a boca do Moreninho/Até cansar/Vem!/Vamos dançar/Vem rebolar/Vem me acariciar/Vem.../Danadinha/Branquinha/ Moreninha/Ou Galeguinha/Vem!/Safadinha.../Me dá a tua boquinha/Quero me enroscar na tua linguinha/Vem!/Deixa.../Eu entrar.../Quero te pegar/Daquele jeitinho.../Vem/Moreninha/ Branquinha/Ou Galeguinha/Vem para o Moreninho.../Deixa eu beijar o teu corpinho/Vem..../Vamos bombar até cansar/Vem.../Taradinha.../Vem!/Quero encostar no teu corpinho saradinho/Vem.../Arrepiar a pele/Da Branquinha/Moreninha/Ou da Galeguinha/Vem.../Rebolar até encostar no chão/Chão que vamos fazer amor/Até ficarmos/Caidinhos/Suadinhos...Vem.../Branquinha.../Vem Moreninha/Vem!/Galeguinha/Quero ficar com as pernas bamba/De tanto dançar/De tanto ver você rebolar/De tanto fazer amor/Vem para os braços do Moreninho/Vem...

quinta-feira, 27 de julho de 2017

A ESTRATÉGIA DO GUERREIRO

O guerreiro domina o pensamento/O pensamento não domina o guerreiro/O guerreiro domina o desejo/O desejo não domina o guerreiro/O guerreiro domina o vicio/O vicio não domina o guerreiro/O guerreiro não permite idéias derrotistas/O guerreiro não permite idéias de doenças/O guerreiro domina o ódio/O ódio não domina o Guerreiro/O guerreiro é sereno/O guerreiro é senhor da batalha/O guerreiro é humilde/O guerreiro faz da derrota/Uma vitória/Porque tira lições/O guerreiro domina o amor/O amor não domina o guerreiro/O guerreiro domina a paixão/A paixão não domina o guerreiro/O Guerreiro não é vingativo/A vingança não faz parte da estratégia do guerreiro/O guerreiro escolhe o local da luta/Não permite que o inimigo escolha o campo da batalha/O guerreiro faz da vida/Um campo de batalha/O guerreiro treina todos os dias/Como vencer as adversidades/O guerreiro acorda bem cedo/Antes de o sol nascer/Sai para treinar o seu pensamento/Porque o pensamento é a maior arma do guerreiro/O guerreiro reconhece quando o inimigo está derrotado/Não humilha/Não ofende/Recolhe a espada dele/E manda que siga o seu destino/O guerreiro é filho do universo/O guerreiro é pai do tempo/O guerreiro é terno/Amoroso com os mais humildes/Sabe que é uma fortaleça/O guerreiro conhece o caminho/O caminho é feito pelo guerreiro/O guerreiro não tem medo da morte/Porque sabe que a morte é apenas uma passagem

quarta-feira, 26 de julho de 2017

SIM...JUNTOS

Estou sentado na beira da estrada/Esperando por você/Marcamos um encontro/O encontro de uma longa viagem/Vamos embora juntos/Viver distante daqui/Aonde ninguém nos conhece/Começar outra vida/Longe de tudo/E de todos/Esquecer o passado/Vamos juntar os cacos da nossa vida/Vida de vitórias/E fracassos amorosos/Cacos/Que estão/Espalhados pelas longas noites de dança/Juntos/Vamos amar muito/Juntos/Vamos sorrir/Juntos/Vamos chorar de emoção/Juntos/Vamos resgatar os pedaços de/Inesquecíveis momentos/Que alegraram o nosso coração/Juntos/Vamos viver numa casinha bem simples/Branca/E de janela azul/Juntos/Vamos caminhar/Por todos os lugares/Juntos/Sim...Juntos!/Vamos andar por trilhas e praias/Vamos acordar bem cedinho/Ver o nascer do sol/Juntos/Vamos namorar/Em noites estreladas/Tendo a lua como companheira/Juntos/Vamos construir outro tempo/Juntos/Vamos procurar salão de baile/Para dançar todas as valsas/Para recordar a nossa primeira valsa/Que vai nos deixar muito feliz/Juntos/Vamos adormecer/Acordar/Bem grudadinhos/Juntos/Vamos sonhar/Que estamos vivendo no céu/Juntos/Sim...Juntos!/Vamos envelhecer/Juntos/Sim...Juntos/Vamos partir/Para o outro lado da vida...

sábado, 22 de julho de 2017

GLADIADOR DAS MARATONAS

Amanhã bem cedo/Antes do sol nascer/Estarei indo para São Pedro de Alcântara/Para participar de um grande desafio/Mais uma desafiante Meia Maratona/Correndo nas montanhas/Vale do pé da Serra/Disputando as primeiras colocações/Vou voando baixo/Sem medo de cansaço/Ou dor no corpo/Porque não sou covarde/Sou valente/Guerreiro solitário/Cada Maratona/É um grande degrau que vou subindo/Rumo a perfeição do corpo e da alma/Acordei hoje/Com uma imensa força espiritual/Os apoiadores do universo estão jorrando aromas de força/Fé/Determinação/Fortalecendo a minha alma/O Sol/A lua/As estrelas/Os rios/Os mares/As montanhas/Estão soprando energias revigorantes/Para fortalecer o meu corpo físico/É assim que vou correndo por todas provas do mundo/Em setembro estarei desafiando a Maratona de Punta Del Este/No Uruguai/Como um lobo solitário/Uivando de saudade/Com os dentes serrados/Afiados/Pronto para guerra/Vou brigando/Sem receio de tempestades/Conhecendo novas cidades/A minha idade já não importa mais/É a minha alma/O meu coração/Que vão provar/Que sou/Acima de tudo/Um gladiador das Maratonas do mundo.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

A PROFECIA

Há certas horas na vida/Que somos levados para bem longe/Distante do presente/Por mais que lutemos para não lembrar/Acabamos sendo carregados para imagens que ficaram na prateleira do passado/Quando caminhei sozinho/Quando andei pelas longas noites/Perambulando sem destino/Procurando um sentido na vida/Quando achava que tudo tinha terminado/Você apareceu/Ouvindo de mim/Que até que enfim/Tinha encontrado uma namorada/Faz tempo que essa conversa aconteceu/Talvez mais de uma década/Você foi profeta em tudo/Ao dizer adeus/Explicitou o meu futuro/Afirmou que a minha escolha/Seria desastrosa/Infeliz/Triste e melancólica/Revelou que me amou muito/Estava preparada para envelhecer ao meu lado/Por amar tanto/Estava respeitando a decisão/Ao descer as escadas da minha casa/Olhou pela última vez/Talvez esperando que reconsiderasse a minha escolha/Como não expressei nenhum gesto/Continuou descendo os degraus/Hoje vive com outro/Como disse lá atrás/Que se um dia viesse a viver com outra pessoa/Na calada da noite/Com a cabeça encostada no travesseiro/Iria sentir saudade/E falta de mim/Isso também/Está acontecendo comigo.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

O PERFUME DA FLOR DE ONTEM

Lâmpada queimada/Escuridão/Solidão/Parece uma caverna escura/Não tem saída/Lá fora/Uma linda flor exala perfume/Que adentra a solidão/Do meu coração/No alto/O céu brilha/O sol ilumina o planalto/E a planície/Procuro buscar o perfume de uma nova flor/Esquecer a flor antiga/Busco refugio na escuridão do quarto/O perfume me acompanha/Uma voz vem lá do fundo/Não busque o perfume do teu coração em outra flor/Sou igual a uma ilha/Aqui dentro/A escuridão/Lá fora/A luz de um lindo dia/A saudade martela/Aperta o peito/Engasga a voz/Abraço o travesseiro/Única companhia da minha vida/Vou esperar a noite chegar/Pedir ajuda para a lua/Não quero ver a luz/Sou um ser da noite/Com ela/Vou sair/Vou a procura da flor antiga/Seguir o perfume dela/Com certeza/Estará me esperando/No local/Dos nossos encantados encontros.

terça-feira, 11 de julho de 2017

O ÚLTIMO OLHAR

Parece que foi ontem/Foi no começo de um outono/De um ano/Que o tempo/Não vai trazer de volta/A tua imagem/Ainda está bem nítida/Na minha memória/Pele branquinha/ Olhos verdes/Pareciam tristes/Cabelos loiros/Encaracolados/Como um anjo/ Olhou-me pela última vez/Sorriu/Sorriso que queria dizer alguma coisa/Caminhou alguns passos/Parou/Em seguida continuou andando/Andando desapareceu na névoa de uma manhã/Na bela Champs Élysées/Fiquei observando os teus passos/Que aos poucos/Foi se transformando/Em passos do adeus/Passos da despedida/Não sei por que/Naquele momento/Pensei que você voltaria no próximo final de semana/Para nos amarmos/Mais uma vez/No nosso recanto/No Belleville/Bairro popular de Paris/Você foi trabalhar/Como repórter de guerra/Num lugar distante/Eu fiquei/Cuidando da nossa filha/Que como você/Continua linda e inteligente/Várias imagens vieram à minha mente/Vários filmes foram projetados/Fiquei ali parado/Enquanto você desaparecia nos minutos do tempo/Para nunca mais voltar/Foi morta cobrindo uma batalha/Trouxeram o teu corpo/A tua alma/Até hoje continua vivendo comigo/Para nunca mais sair/O teu amor/Está guardado dentro do meu coração/Há dias em que fico parado/Perdido nas lembranças do passado/Vejo você sorrindo para mim/Dizendo que um dia/Vamos nos reencontrar/Em algum lugar do tempo/Revela/Que não falta muito tempo/Para isso acontecer/Preciso ter paciência/Lembra-me que tudo tem uma razão de ser/Volto à realidade/Lágrimas escorrem pelo meu rosto/Estou aqui/Num lugar que não amo/Como exilado/Nas longas noites escuras/A minha alma viaja/Vai até ao Belleville/E lá/Caminho pelos locais/Que um dia caminhávamos de mãos dadas/Como dois apaixonados/Paixão que nunca morreu/Está hibernando/O inverno da minha vida vai acabar/E voltarei à primavera do meu amor/Por você/Inesquecível Justine.

domingo, 2 de julho de 2017

INDOMÁVEL GUERREIRO

INDOMÁVEL GUERREIRO O brilho é intenso/A luz resplandece por todos os lugares/É carismático/Firme/Mas tem ternura/Adentra nos confins do coração do oprimido/Com sua luta/Acalenta nos dias de frio/A esperança dos desesperançados/Com a sua voz/Faz diminuir a dor dos feridos nos campos de batalha/Enfrenta os renhidos ataques do destino/Supera as bordoadas das adversidades/Atravessa os tempos/Nunca aceita um adeus/Chorando vai caminhando/Lamentando vai caindo/Olhando para o céu/Se levanta/Gritando de saudade/Vai correndo/Uivando de dor/Vai para o campo de batalha/Participar da sua última luta/Não tem medo da morte/Se a morte chegar/Abraça com sentimento de despedida/E nobreza na alma/No coração/Não tem ódio/Joga fora o rancor/Faz da vingança/Energia para vencer o lamaçal da covardia/Esquece o passado/Ri dos ataques dos pobres de espírito/Na mão direita/Leva o fuzil/Na esquerda/Carrega uma granada/Para explodir a tocaia dos poderosos de plantão/Durante a batalha/Canta uma canção/Onde entoa palavras de ordem e mudança/Ele não é um ser de outro mundo/É apenas um guerreiro/Que nunca cansa/Sabe a hora que vai morrer/Sabe que a sua atuação na sociedade/É fundamental/Na mente/Leva a honestidade/A lealdade/A coerência de um verdadeiro lutador/De causas revolucionárias/Não aceita nenhum tipo de corrupção/A sua ação/Não é rico/Vive a simplicidade de um grande ser/ transformador e brilhante/Como uma imensa rocha de ouro...

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A CASA DA ALMA

Ontem à noite/Quando o sono estava demorando a chegar/Resolvi/Bater à porta da alma/Bati duas vezes/Na terceira batida/A porta se abriu/Adentrei/Fui convidado para sentar na sala/Fazia muitas décadas/Que não interagia com os arquivos da alma/Com nostalgia/Curiosidade/Fiquei observando as histórias/Que estavam devidamente catalogadas/Os aposentos estavam bem cuidados/Organizados/Limpos/No ar/O perfume de jasmim/Dominava o local/Ao abrir cada pasta/Uma música era tocada/De acordo com o momento que vivi no passado/Tudo estava à disposição/Não sabia que a casa da minha alma/Era tão grande/Fiquei ali/A noite inteira/O sono chegou/E me fez companhia/Os personagens das histórias/Apareciam/E comigo conversavam/O ambiente era mágico/Agradável/Perguntei a um personagem/Que por ali passava/Quem cuidava do ambiente/Ele revelou/Que a saudade vinha/Todos os dias/Organizar/Limpar/Abrir as portas e janelas/De acordo com o grau de emoção dos protagonistas/Na medida em que ia fazendo as tarefas/A saudade cantava/A melodia de um amor/Que nunca se acaba/Deixa sempre algo guardado/Em algum lugar da alma.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

ADEUS TERRA NATAL

Com o nascer de um novo dia/Os raios do sol vão surgir/A noite vai se despedir/Vai adormecer no colo de doces sonhos/Um novo dia vai aparecer nas ondas do mar/E com a claridade do sol/O meu adeus vai despontar no horizonte/Adeus terra natal/Vou partir para outras terras/Deixar por aqui/Ingratos amores/Que vão chorar em abundância/Adeus loirinha/De olhos verdes/Que muito me fez chorar/Adeus moreninha/De longos cabelos pretos/Que me fez mendigar amor e carinho/Adeus branquinha/De pele suave e perfumada/Mulher de estranho amor/Que me fez/Muitas vezes/Ir e voltar/Adeus para nunca mais voltar/Vou embora/Mas vou cantando/Para muito longe/Para rever terras do velho continente/Que fizeram da minha alma/E do meu coração/Épocas de grande emoção/Com um linguajar diferente/Outra vida/Outra canção/Outro poema/Outra poesia/Vou rever o nascer de um novo dia/Que um dia/Brilhou para mim/E ainda não se apagou...

domingo, 25 de junho de 2017

AMANTES EM SONHOS

Quando adormecemos/Corremos para os nossos braços/Beijos/Carinhos infinitos/Fizemos amor/Passamos a noite juntos/Caminhamos pela praia/Escrevemos poemas/Em homenagem ao nosso amor/Cantamos/Choramos/Gritamos/É lembrando/Que vamos caminhando/Nas longas noites de prazer e amor/Chegamos ao ponto de procurar salão de baile/Para dançar a valsa da nossa preferência/Ao acordarmos/Cada um segue o seu destino/Escondendo e maltratando o nosso coração/Negando a nossa alma/Que chora silenciosamente/A espera da nossa coragem/Em assumir na realidade da vida/O profundo amor/Que sentimos um pelo outro/Este coração ainda é teu...

sexta-feira, 23 de junho de 2017

TRISTE UIVO DA ALMA

NOITE/ALIMENTO DA MINHA ALMA/CAMINHANTE E FELINA ALMA/SOLITÁRIA E BOEMIA ALMA/APAIXONADA ALMA/ALMA LIBERTÁRIA/ALMA GUERREIRA/QUE FAZ DA NOITE/A PONTE DOS LOUCOS SONHOS/SONHOS REALIZADOS NAS LOUCAS MADRUGADAS/NUNCA IREI ME DESPEDIR DA BOEMIA/VOU MORRER NOS BRAÇOS DA NOITE/FOI NA NOITE/QUE TIVE MUITOS AMORES/AMORES QUE ATÉ HOJE GUARDO PROFUNDA SAUDADE/FUI AMADO NO BALANÇO DA NOITE/OUVINDO GAITA E VIOLÃO/NOS MAIS DIVERSOS SALÕES/COMO FILHO DA NOITE/AMANTE DA MADRUGADA/SOU UM EXILADO/NÃO TENHO PARADA/SOU CIGANO/COMO NÃO TENHO MAIS TEMPO/ENQUANTO VIVER/VIVEREI CANTANDO/DECLAMANDO/POEMAS E POESIAS/NOS RECANTOS/NOS CANTOS/NOS INTERIORES/DA TERRA SANTA/ONDE NASCI,

quarta-feira, 21 de junho de 2017

INEVITÁVEL ALOMORFIA

Momentos que não terminam/Sentimentos/Cinzentos/Obscuros/Intrínsecos/No jardim/As flores estão murchando/Nos campos/Os lírios vão desaparecendo/O perfume está deixando de exalar/O cheiro de esgoto começa a se expandir/No céu/ As nuvens vão escurecendo/Os olhos observam a mudança/Com profunda amargura/A transformação está vindo/Aos poucos vem chegando/Os rios estão secando/A cantoria da virada começa a ecoar no horizonte/Nada vai ficar/A fatura está a caminho/Plantou/Vai colher/É livre para semear/A obrigação da colheita vem junto/Não vai adiantar reclamar/É a inevitável alomorfia de uma lastimada vida.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

ESMOREÇA NOS MEUS BRAÇOS

Não demore/Estou com sede/Estou com fome/Tenho desejo/Venha acabar com os meus desejos/Venha eliminar as saudades/Que tenho/Abra a gaiola/Me liberte/Seja a liberdade que tanto espero/Seja a ponte que separa/O inferno do céu/Quero te ver/Quero adormecer nos teus braços/E me enrolar nos teus lindos cabelos cumpridos/Quero olhar nos teus olhos/Beijar os teus lábios/Doces lábios/Me afogar nos teus calientes beijos/Quero ficar arrepiado/Ao sentir o teu provocante abraço/Sentir o avanço das tuas meigas mãos/Em meu carente corpo/Acariciar o teu lindo corpo/Levar você para o recanto do prazer/E ser a mulher dos meus loucos sonhos.

sábado, 27 de maio de 2017

POEMA DE UM FILME

Não consigo me acostumar/Preciso voltar a concluir aquele filme/Que ficou pela metade/Onde éramos os protagonistas/A história era nossa/O enredo foi montado por nós/De uma hora para outra/Paramos sem nada dizer/Eu fui embora/Você seguiu outro caminho/O local das filmagens ainda permanece esperando por nós/Os coadjuvantes do filme/Não conseguem entender/O que aconteceu/A história era de um lindo casal de amantes/Acabou sem uma explicação/Tinha tudo para terminar a montagem/Mostrar ao mundo/Que apesar das imensas dificuldades/Ainda vale a pena ter um amor/Mas por um motivo banal/Um ciúme infantil/Viramos as costas/Fomos lamber as feridas do coração/Bem distante/Sem olhar para trás/Com o orgulho ferido/Estragamos um belo caminho/Até quando vamos ficar assim?/O tempo passa/Os dias/As noites/Passam como um vento forte/Quando morrer o sentimento que tínhamos no coração/Não adiantará falar da saudade.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

POEMA AO MAR

A noite começava a adormecer/E o dia acordando/Caminhava pela praia/Sentei-me um pouco/Resolvi escrever um poema para você na areia/Para lembrar o verão passado/Quando caminhávamos na praia/A canção que cantarolávamos ainda está na memória/Não posso negar que foi uma paixão de uma noite/Mas que teima em ficar nos meus pensamentos/A maré estava baixa/Consegui escrever um belo poema/Lembrando daquelas horas que passamos juntos/No céu/Os pássaros migratórios voavam à procura de alimentos em outras terras/Ao terminar o poema/Fiquei lendo e lendo o que escrevi/A tua imagem formou-se na minha frente/Aparecia e desaparecia/De acordo com o balançar das ondas/Em seguida a maré começou a subir/De repente o poema desapareceu/Para minha surpresa/O poema continuou sendo levado pelas águas do mar/Nenhuma letra ficou faltando/No vai e vem das ondas/O poema foi sendo levado/Como uma carta/Navegando sobre as águas/Quem sabe o oceano sabia onde você morava/E iria entregar o que escrevi para você/Fiquei ali sentado até a última letra desaparecer na imensidão das águas/Todas as sextas-feiras/No mesmo horário/Fico sentado no mesmo local/Esperando a resposta do poema que escrevi para você/Até agora/A única coisa que ouço/É o canto das gaivotas/Celebrando o nascer de um novo dia.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

POEMA DE UM SONHO

Lá fora/A chuva não para de molhar o chão/Aqui dentro/O meu coração lamenta viver aqui/Quer de todo o jeito/Voltar a adormecer/Quer procurar você/Quer voltar a sentir os teus molhados beijos/Quer eternizar os gloriosos segundos que passamos juntos/Quer que nunca mais/Volte a acordar/Que o nosso sonho/Seja infinito/Que o relógio do tempo pare/Que quebre de uma vez por todas/Na noite passada/Sonhei com você/Você sonhou comigo/Tivemos momentos maravilhosos/Éramos felizes/Sabíamos o que estava acontecendo/O local era esplendido e mágico/Tínhamos certeza de muita coisa/Conversamos muito/Éramos donos da situação/Como dois eternos apaixonados/Fizemos amor/Como sempre/Fomos profundos/Esquecemos o tempo/Estávamos loucamente amorosos/Depois de um longo período/De imensos carinhos/Sabíamos que o sonho ia acabar/Sabíamos que éramos namorados num sonho/Que sempre terminava/Você pegou na minha mão/Fomos dar uma caminhada pelos jardins do paraíso/Conversamos muito/Na despedida/Lágrimas molharam os nossos rostos/Precisávamos acordar/Voltar ao mundo cruel/Mundo desumano/Mundo que não permite/Que a felicidade se eternize/Mas tínhamos uma certeza/O prazo nesse mundo/Tinha um tempo/Quando acabasse/Voltaríamos ao nosso sonho/Ao nosso recanto/Que não será mais sonho/Será a nossa vida/Reiniciando para sempre/Acordo chorando/Triste/Estava voltando para prisão/Prisão da Terra/Prisão da vida/Com ódio de viver aprisionado num mundo que nunca gostei/Agora é esperar/Para voltar ao mundo que a minha alma é feliz/

terça-feira, 16 de maio de 2017

PEDAÇOS DO CORAÇÃO

Quarto de pensão de um velho casarão na Rua Conselheiro Mafra, no ano de 1971, numa noite escura, que nunca terminava. Pensamentos voando, procuravam uma sustentação emocional, que não existia. Sozinho, ouvindo o eco do tempo que penetrava na minha alma. Desde que tudo terminou, nunca mais deixei algum sentimento entrar no meu coração. Queria esquecer tudo, mas a sombra dela me acompanhava lentamente. Nenhum caminho apareceu a minha frente, a não ser aquela fisionomia que tanto me atormentava. Tentei me esconder e mudar a rotina, mas não conseguia. Quanto mais tentava distrair-me, mais o retrato da infeliz me acompanhava. Era início de outono, quando as folhas das árvores da Praça XV, começavam a cair. Deitado em minha cama, lia uma obra clássica de Dostoivieski e bebia uns goles de vodka. Como o pensamento não focava a leitura deixei de lado o livro. A angústia tomava conta de meu ser. Várias vezes olhei pela janela, para ver se havia alguém caminhando pela rua. Queria conversar e acalmar a solidão que me invadia. Para aumentar mais a melancolia, começou a cair uma garoa, acompanhada de um leve vento. Não podia negar o que sentia. Eu não sabia que iria atravessar aquela tempestade. Fazia dois anos que a Mara tinha desaparecido pela porta, como um fantasma. Não olhou para trás, saiu batendo a porta. Concordo que a nossa relação não era um paraíso, mas estava distante de ser um inferno. Ela vivia reclamando, e que gostaria de conhecer o mundo, sair do mundinho em que vivia. Eu ponderava, dizendo que era normal na vida de um casal, ter alguns momentos de tédio, mas não adiantou. Antes de partir, ela começou a beber e a se vestir com roupas provocantes. Ligava o rádio e ouvia música por um longo tempo. Eu ficava sentado no sofá da sala, vendo Mara dançar sozinha, como se estivesse numa boate. Ela não se importava mais em cuidar da casa, queria apenas ouvir música, fumar e beber. Conversava muito pouco comigo e quando eu tentava algum diálogo, ela não respondia, apenas olhava para mim, com ar de deboche. No final do ano de 1970, Mara aproximou-se e disse-me: - Estou indo embora. Cansei dessa vida. Não tenho vontade de fazer amor com você. Perdi o tesão que tinha no início da nossa relação. Não tenho culpa se não amo mais você. Você não é o culpado. Até que é um homem legal, mas não consigo te ver como o meu homem. Não adianta vivermos dessa maneira. Estamos parecendo dois irmãos. Quero ter uma vida livre e curtir a noite com quem tenha desejo. Quero ser uma mulher amada por outros homens. Você merece ter alguém que te ame e te faça feliz. Eu até tentei. Até pensei em viver assim, massacrando o meu coração. Eu até tentei ser uma hipócrita e viver de aparência, mas não deu. – Revelou com profunda determinação, me deixando sem palavras. - Você não vai falar nada? – Perguntou, olhando fixo para mim. - Estou tentando entender a tua decisão. Eu sempre te amei e estou disposto a fazer o que você quiser. Mas não quero te perder. – Respondi, com dor no coração. - Essa conversa não existe mais. Pare com essa ladainha. Está decidido. – Assinalou. Ela pegou a mala, que já estava pronta, encaminhou-se para a porta. Parou e disse: - Fernando, escute aqui: nem tente me procurar. Quero você longe de mim. – Falando com autoridade e rispidez. Eu nunca tinha visto Mara tratar-me assim. Depois desse dia, tudo mudou na minha vida. A casa foi vendida e o dinheiro foi repartido. Fui morar numa pensão, ficando recluso no meu quarto. No final da rua existia uma casa noturna, que funcionava nos finais de semana. Às vezes eu ia, mas não ficava com nenhuma mulher. Ouvia música, bebia algo e caía fora. Não era por falta de convite. Até que tinha mulheres bonitas, mas ainda estava com o coração machucado. Era um sábado, a casa noturna estava lotada. Resolvi tirar o atrasado em todos sentidos. Entrei e logo procurei uma mulher para beber comigo. Segundo o proprietário do estabelecimento, havia chegado do interior quatro belas mulheres. Ele me apresentou uma morena com um lindo corpo. Bebemos e conversamos bastante. De repente, olhei para um canto e algo me chamou à atenção. Um casal fazia amor de pé, sem nenhuma preocupação. Achei engraçado a coragem da mulher se entregar num local público. Fiquei observando e para a minha surpresa, era Mara, a minha ex-mulher. Tive vontade de tirar ela dali, mas resolvi deixar as coisas relarem. Ela percebeu que era eu e mudou de atitude. Ficou olhando o tempo todo para mim, enquanto fazia sexo oral. Após terminar, veio ao meu encontro dizendo: - Gostou do que viu? – Perguntou com ironia. - Não gostei nem um pouco. – Respondi, sem vontade de conversar. - Estou fazendo o que mais gosto na vida. Hoje sou uma mulher livre. Saí da tua prisão, para viver na liberdade do sexo. – Afirmou. - Era essa liberdade que você tanto queria? – Perguntei. - Com certeza que era. Hoje sou mulher de vários homens. Tenho o meu dinheiro e me visto bem. Sempre sonhei ter essa vida que estou levando. Se estivesse vivendo com você estaria cheia de filhos e gorda. Hoje não. Sou bonita e desejada por vários homens. – Acrescentou. Resolvi ir embora. Deixei-a falando sozinha. Não fui para casa. Caminhei até a Praça XV, sentei-me num banco, para meditar sobre a vida. De repente, ouvi gritos de socorro. Caminhei em direção à Rua Tiradentes. Estava escuro e não conseguia ver quem era. Ao me aproximar vi que era Mara, que apanhava muito de um homem. Ele gritava dizendo que era pouco dinheiro. Cheguei perto e perguntei: - Por que está batendo nela? - Isso não é da tua conta. Essa vagabunda está querendo me passar para trás. Sou dono dela. Ela faz sexo com os clientes e tem que passar oitenta por cento para mim, porque me deve. – Respondeu. - Quanto ela te deve? – Perguntei. - Você paga o que ela me deve? Ela me deve muito e além do mais, é minha prostituta. – Respondeu. - Faça o preço. - Afirmei. - Mas quem é você, para ter pena de uma vagabunda que vende o corpo? – Perguntou. - Não importa quem seja eu. –Respondi. - Está bem! Eu a vendo, mas nunca mais quero ver essa vaca na minha frente. – Disse. Paguei o preço que ele pediu e levantei Mara do chão. Estava totalmente machucada e com um braço quebrado. Ela mal podia caminhar. Chamei um táxi e levei-a ao Hospital. Ficou internada uma semana. Quando recebeu alta foi me procurar. Bateu à porta, eu abri e ela foi direta: - Quero falar duas coisas para você: primeiro, vim agradecer por te me tirado das mãos daquele cafajeste. Era o meu gigolô. Se eu não desse todo dinheiro para ele, me batia até cansar. A segunda coisa, preciso do teu perdão. – Falou com lágrimas nos olhos. - Mara, errar é humano. Você vivia bem, com alguém que te amava muito. Cuidava de você, mas resolveu largar tudo. Eu te perdôo, porque ainda te amo e podemos reconstruir a vida. – Acrescentei. Ela conversou um pouco mais e disse que voltaria no dia seguinte, para viver comigo. Abraçou-me, chorou bastante e saiu. No dia seguinte esperei por ela. Não apareceu. Ao passar em frente à Catedral, ouvi uma conversa de alguns transeuntes, de que uma mulher tinha se atirado do alto da ponte Hercílio Luz. Parei e perguntei maiores detalhes do ocorrido. Pelo que ouvi, era Mara que cometera suicídio. Fui ao IML para reconhecer o corpo. Era Mara, a mulher da minha vida, que fez de tudo para não viver comigo. Por que ela fez isso? Preferiu a morte a ficar com o meu amor. Como não tinha parentes, assinei o termo de entrega do corpo e providenciei o enterro. Todo o dia de finados vou ao cemitério levar flores e acender uma vela para uma linda mulher que foi dona do meu coração. Amei muito e até hoje não consigo esquecê-la.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

TRANSCENDENTAL VIVER

A chuva cai intensamente/ Não escolho sol/ Nem chuva/ Nem frio/ Nem calor/ Continuo a correr/ Sentindo a água deslizar/ Sobre o meu corpo/ Não tenho preocupação/ Sou livre no mundo/ Não me importo/ Com o olhar das pessoas/ Prefiro sentir a extraordinária/ Sensação de ser livre/ Não quero mais nada/ Quero simplesmente viver/ Enquanto a vida permitir/ Não me importo com o mundo/ Quando morrer/ O mundo/ Não vai se importar comigo/ Porque serei mais um/ Que desapareceu/ Por detrás da montanha/ Que chova/ O quanto a natureza quiser/ Porque é preciso/ Que a terra seja molhada/ Que as sementes possam germinar/ Que os frutos possam crescer/ Amadurecer/ E o ciclo se complete/ Assim como é preciso/ Que a vida seja sentida/ De forma profundamente mágica/ Transcendental/ Quero sentir cada gota de chuva/ Fria ou quente/ Fraca ou forte/ Assim como/ Viver cada segundo/ Observar o bailar/ Das gotas de chuva/ Molhando as florestas/ As montanhas/ As planícies/ Porque não me importo/ Com a opinião dos ignorantes/ Eles passam/ Desaparecem/ Eu permaneço no comando/ E no jeito da minha vida/ A vida é uma usina de energia/ Tanto positiva/ Quanto negativa/ Prefiro me ligar à positiva/ Enquanto tiver força para correr/ Vou correndo/ Vou vivendo/ Sem olhar para trás/ Nem pensar no que vai acontecer/ No dobrar da esquina/ Não sou dono do futuro/ Não tenho nenhum poder/ Para modificar o passado/ Estou aqui/ Correndo e correndo.../ A vida é igual a uma nuvem/ Passa rápido/ Num piscar de olhos/ Envelheci/ Então.../ Não vale a pena/ Interagir com a negatividade da vida/ Não quero me arrepender de nada/ Distância dos vícios/ Continuar sendo/ Zelador da saúde/ Quero abraçar a musicalidade do momento/ Transformar os restos dos dias/ Numa bela canção/ Para ser cantada/ A cada nascer de um novo dia/ Sorrir e sorrir/ Compartilhar as alegrias/ Que a vida oferece/ Desconectar de pessoas/ Que vivem tristes/ Amargas/ Raivosas/ Que brigam por qualquer coisa/ Não levar a sério/ Nenhuma provocação/ Bloquear a inveja/ O ciúme/ A vingança/ O rancor/ Porque sou um ser acima/ Do clima hostil/ Dos seres humanos/ Não vou mudar o mundo/ O mundo é muito grande/ Complicado/ Pesado/ Violento/ Desumano/ Quero continuar/ Correndo na chuva/ No sol quente/ Nas areias quentes do mundo/ Correndo como um lobo/ Permitindo que os deuses/ Construam a minha estrada/ Da forma que eles quiserem/ Por onde eu passar/ Correndo e correndo/ Saltitando como um menino/ Alegre e feliz.../

segunda-feira, 8 de maio de 2017

AMANTE DA RUA JOÃO PINTO

A Rua João Pinto estava misteriosa e não tinha ninguém. O frio era intenso e a noite estava silenciosa. Já passava da meia-noite. Era inverno de 1969 e as rádios noticiavam que o homem tinha pisado na lua. Não tinha acreditado. Estávamos vivendo uma época de escuridão política. Muitos companheiros de luta tinham desaparecido nas masmorras do regime militar. Tudo era proibido, inclusive pensar em novas estradas. Para um escritor, era um momento perigoso. A angústia invadia o meu coração. Caminhava sozinho à procura de uma mulher. No céu, as estrelas brilhavam, fazendo companhia para a lua cheia. Um leve vento soprava os papéis da rua. Procurava um bar aberto para beber alguma coisa e não tinha encontrado. Encostei-me na parede de um casario e fiquei observando o silêncio que tomava conta da noite. Tinha saído de casa perto da meia-noite, estava sem sono e queria ter um momento de prazer ao lado de uma linda mulher. Estranho, alguma força guiava-me para um lugar que não sabia para onde. Eram três horas da madrugada, quando ouvi passos vindo em minha direção. Olhei para o lado e vi uma bonita mulher, trajando um vestido vermelho, colado ao corpo. Ela tinha um belo par de coxas e lábios carnudos, que deixavam qualquer homem em ponto de bala. Morena, olhos castanhos, rosto de anjo, sorrindo, perguntou: - O que faz um belo homem sozinho numa rua escura e fria a essas horas da madrugada? - Caminho à procura de alguém para conversar. – Respondi. - Só quer conversar? – Questionou a sensual morena, deixando a porta aberta para outras interpretações. - Acho que uma conversa é o início de algo promissor. – Revelei. - Concordo. Eu meu chamo Lídia. Também procuro alguma coisa que preencha o meu momento de uma mulher que adora ter instantes mágicos. Como você se chama? – Perguntou, com ar de total entrega. - Pedro. À sua disposição, para tudo que desejar. – Respondi, com sorriso de alguém que não quer esperar muito para avançar o sinal. - Bonito nome! – Revelou Lídia, demonstrando que tinha entendido a minha malícia. Olhamos nos olhos. Sem rodeios a trouxe para os meus braços. Longo beijo na boca aconteceu. Encostei a linda mulher com o rosto voltado para a parede do casario, deixando o bumbum dela à minha disposição. Ela levantou o vestido, baixando a calcinha. Baixei a calça e fizemos amor ali mesmo, de pé. Enquanto a noite reinava, a rua João Pinto ouvia os nossos gemidos. A lua sorria ao ver os amantes em loucas trocas de carícias. Logo adiante um cachorrinho de rua, nos observava abanando o rabo, demonstrando que estava entendendo o nosso momento. Ficamos longo tempo fazendo amor, sem nenhuma preocupação com o horário. Lídia era uma mulher completa. Fizemos sexo oral e anal sem nenhum preconceito. Ela sabia satisfazer um homem. Ao terminarmos, ela levantou a calcinha, baixou o vestido, olhou-me mim e disse: - Pedro, você é um grande amante. Selvagem na forma de fazer amor. Esgota qualquer mulher. Tem uma grande ferramenta que nunca senti na minha vida de mulher. Mesmo quando vivia na Terra, jamais experimentei alguém tão forte e grande como você. Eu fiquei parado e estremecido com a revelação dela. Lídia deu mais um longo olhar para mim e saiu caminhando vagarosamente em direção à Praça XV. Ao dobrar a esquina, ela olhou pela última vez. Abanei para ela e fiquei ali parado por um bom tempo. Já era quase cinco da manhã, quando um senhor de meia idade aproximou-se de mim e disse: - Você viu uma mulher usando um vestido vermelho, caminhando por aí? - Vi. – Respondi, intrigado. - Ela é minha mulher. – Respondeu, com ar malicioso. - Sua mulher? – Perguntei. - Sim é a minha mulher. Estamos casados há cinqüenta anos. Ela tem por costume sair aos domingos de madrugada. Gosta de caminhar pela Rua João Pinto. – Respondeu com naturalidade. - Mas ela disse que é do outro lado da... Nem terminei de falar e o misterioso homem revelou: - Somos seres do além. Fomos assassinados no início do século nesta rua e até hoje não descobriram o assassino. Você fez amor com ela. Eu estava junto quando você a encostou na parede e fez o que eu sempre gostava de fazer. Nos domingos costumávamos vir a esta rua, para fazer amor. Foi numa dessas saídas noturnas que fomos assassinados, estávamos fazendo amor exatamente no local que você fez com ela. Ela gostou de você. Venha aos domingos aqui. Eu não posso dar a ela o que ela mais quer. – Revelou. Virei amante de uma mulher do outro do mundo. E assim, todos os domingos me arrumo, e vou ao encontro de Lídia.

sábado, 6 de maio de 2017

QUE O CORAÇÃO SEJA LIVRE

Quando chegar à hora/Tudo vai mudar/Mudar para sempre/Sem volta/Apenas seguir outro caminho/Caminho escolhido/Livre e sem pressão/Outras paisagens/Vão curar a dor/Sem fuga/A escolha/È a essência da liberdade/Escolher a luz/É melhor que a noite/Escolhe o sol/É melhor que a escuridão/Escolher viver em outro lugar/É melhor que viver dentro de uma jaula/Às vezes caminhar sozinho/É o melhor remédio/Acompanhado/Nem sempre é salutar/Alguém acaba sendo prisioneiro/O ser humano é possessivo/Quer comandar o destino do outro/Caminhar numa praia deserta/Ouvindo o barulho das ondas/Abraçando a areia/É melhor que viver triste/Numa avenida de uma cidade grande/Ou mesmo morando numa mansão/Com o coração amargurado/Dormir e acordar/Sentir a brisa da manhã/Tocando o rosto/Sem ninguém para atrapalhar a liberdade/Sair bem cedo/Para um lugar escolhido/Curtir as paradas/Observar os pássaros/Que voam alegres no horizonte/Interagir com a natureza/Ouvir o barulho das águas de um pequeno riacho/Que viaja feliz/Em direção do oceano/Sentar na beira da estrada/Colher uma fruta silvestre/Ouvindo o cantar de um pássaro/Que canta para a sua amada/Deixar esse mundo violento/Criar um mundo livre/Repleto de lindas canções/Onde ninguém/Seja dono de ninguém/Onde todos/Caminhem o seu próprio caminho/Que ninguém seja violentado/Nos seus mais sagrados direitos/Que o homem/E a mulher/Possam escolher/Livremente/A direção da vida/Que possam amar/Livremente/O que o coração escolher/Que tentar mudar/Seja uma apaixonada determinação/Que a consciência nunca pese/Quando acontecer uma derrota/Que a derrota/Seja transformada numa bela lição/Para a próxima vitória/Que o coração nunca seja aprisionado/Que a alma/Seja como um pássaro/Voa alto/Bem alto/Depois volte/Para o seu verdadeiro ninho/

quinta-feira, 4 de maio de 2017

A TROVA DO VIVENTE

Faço o que penso/Dispenso conselho/Desaconselho ouvir palpite/Que desconstrói os passos da estrada/Faço a minha estrada/Porque somente eu caminharei/Discordo dos palpiteiros/Que se metem na vida dos outros/Ao invés de cuidar da sua vida/Cuido de mim/Sou surdo de conversa que não construa/Ouço de bom grado/Uma prosa onde enalteça os bons momentos da vida/Não gosto de elogio/Sempre tem algum interesse/Não critico/Detesto critica/Cada um tem a sua vida/Assumo os erros/Não culpo ninguém pelos meus descompassos/Não enjeito em viajar/Gosto de conhecer novos ares/Tenho nojo de mentira/Não mexa comigo/Porque não mexo com ninguém/Respeito a mulher dos outros/Mas não mexa com a minha/Sou valente/Mas reconheço o vivente fraco/Não provoco ninguém para brigar/Mas não corro de uma boa briga/Não tenho medo de cara feia/Nem de tempestade/Não jogo pedra no telhado do vizinho/Mas nem tentem/ Jogar pedra no meu telhado/Sou do tempo/Que documento não era importante/A honestidade estava no fio do bigode do sujeito/Hoje quanto mais documento se assina/Mais desonesto o sujeito fica/Sou vivente/Descrente das religiões/Acredito que o meu destino/É feito no andar dos meus passos/Não posso acreditar nas coisas que não vejo/Não confesso a ninguém os segredos do meu coração/Não dou ouvido para choradeira dos outros/Porque o que tem que acontecer/Vai acontecer/Independente de qualquer reza/Muitos menos/Da prova de outro vivente/Tão errado/Quanto eu/

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O QUE IMPORTA?

Não importa que o dia acabe/Não importa que a noite termine/O que importa/Que o momento seja eterno/Não importa que as horas passem/O que importa/Que os segundos sejam infinitos/Não importa que os anos passem/O que importa/Que consiga degustar as mais belas sensações/Que a vida coloca a disposição/Não importa que a vida seja uma só/O que importa/Que os anos sejam aproveitados/De forma bela e apaixonante/Não importa a dor/O que importa/Que ela seja provisória/Não importa/Se o dia de hoje seja triste/O que importa/Que amanhã/O sol vai nascer outra vez/E seus raios iluminem os cantos escuros da alma/Não importa que o amor termine/O que importa/Que enquanto durar/Seja pautado por infinitos carinhos/Não importa a pobreza/O que importa/Que o coração seja rico em doces emoções/Não importa que a chuva demore para molhar a terra seca/O que importa/Que a sede da terra seja saciada/Não importa a solidão/O que importa/Que enquanto a solidão permanecer no coração/A musica acompanhe cada goda de tristeza/Não importa se o mundo é violento/O que importa/Que o meu mundo/Seja uma ilha de paz/Não importa que haja alguém que não goste de mim/O que importa/Que eu não tenha ódio no coração/Não importa que haja alguém que fale mal de mim/O que importa/Que eu fale bem de todos/

LAMENTO DAS ALMAS

Almas que penam pelo mundo/Pelas escolhas erradas que fizeram/Almas covardes/Sem coragem para buscar novos caminhos/Caminhos destruídos pela incompreensão da sociedade/Noites mal dormidas/Vivem esperando o desfecho final/Perto fisicamente/Longe de nobres sentimento/Amor que virou ódio/Ódio expressado nos olhos/Olhos distantes/Melancólicos/Fazem do álcool a bandeira da vida/Vida sem graça/Desgraçada vida/Filhos de famílias desnorteadas/Desfiguradas por crises existenciais/Almas penadas/Destronadas/Viventes de um gueto/Numa metrópole violenta/Criaturas sem ninho/Almas penadas e sujas/Usuários de drogas/Lento suicídio/Fim sem enterro/Enterradas como indigentes/Num velho cemitério/Nunca viveram como gente/Consideradas como gente loucas/Marginais/Que fazem da sarjeta/A cama fria da noite/Noite escura/Derradeiro fim das almas penadas/Que penam/Choram/Lamentam/O Destino cruel/Que fazem das suas vidas/Uma corrente de lágrimas/Lágrimas da alma/Do coração/De corpos dilacerados pelas estocadas de uma vida/Que não é vida/E sim/Violentos lamentos/

terça-feira, 25 de abril de 2017

ESSE ALGUÉM

Nem lá no céu/ Muito menos aqui na terra/ Você vai encontrar/ Alguém que te amou tanto/ Quanto eu te amei/ Hoje você é uma alma vazia/ Sem parada/ Repleta de incertezas/ Não tem amor/ Muito menos paixão/ Não tem sexo/ Vive por viver/ Com alguém/ Que não tem nome/ Muito menos sobrenome/ Tem apenas uma sombra/ Que te acompanha/ De noite e de dia/ Nas horas amargas/ Muitas vezes/ Vê nesse alguém/ A minha imagem/ Que reflete nos teus olhos/ Um passado de profunda/ Sensibilidade amorosa/ Um dia você jogou a chave/ Do teu coração/ Para que o meu amor/ Dali nunca saísse/ Por um motivo fútil/ Seguiu esse alguém/ Esquecendo que dentro do/ Teu coração/ Vou permanecer para sempre/ Nunca joguei fora/ A chave do meu coração/ Porque sempre senti/ Que você era uma mulher/ Fácil de influenciar/ Por efêmeros momentos/ Como o tempo é senhor/ Do destino/ Você vive desatinada/ Tentando me encontrar/ Ou em último caso/ Encontrar a chave do teu coração/ Que um dia jogou fora/ Vai viver ao lado desse alguém/ Que nunca te amou/ Serão apenas dois irmãos/ Sem nada para oferecer/ Um para o outro/ Sofrendo pelos caminhos errados/ Que tomaram/ Como duas almas penadas/ Perambulando entre a terra e o inferno/ Certa primavera/ De alguns anos passados/ Quando tivemos a última/ Noite de amor/ Numa despedida que não/ Sai da minha memória/ Profetizei a tua vida/ Falei o que seria/ Você sem mim/ Ao lado desse alguém/ Estava escrito nos teus olhos/ Não acreditou/ Seguiu esse alguém/ Por uma estrada repleta/ De obstáculos/ Longe do calor do meu amor/ Tenho pena/ Porque você sofre/ Na calada da noite/ Dorme ao lado desse alguém/ Como dois estranhos/ Sei que você chora/ O teu coração lateja/ Sente saudades de mim/ Lembra do nosso tempo/ Procura pelas estradas/ Alguém que me substitua/ Bate em várias portas/ Portas que se fecham/ Ao primeiro toque/ Das tuas fracas mãos/ O amor/ É algo único e profundo/ Agora/ A única maneira de restabelecer/ O nosso grande amor/ É você largar esse alguém/ Voltar.../ Bater à minha porta/ Que estará aberta para você/ Porque até agora/ Não vivo com ninguém/ Se não for com você/ Prefiro viver sozinho/ A estar ao lado/ De quem não gosta de mim/

sexta-feira, 21 de abril de 2017

SOU DESCRENTE DA PALAVRA VAZIA

SOU DESCRENTE DA PALAVRA VAZIA Sou um vivente de grandes desafios/Vida de provas/Provas de uma vida eloquente/Descrente de falsas promessas/Não sou vidente/Videntes existem muitos/Muitos são falsos/Não acredito em coisas que não vejo/Até mesmo as coisas que já senti/Muitas vezes fui enganado/Sou um transeunte/Que caminha/Mas que não acredita mais/Em palavra bonita/Quando não vem acompanhada de uma bela atitude/Sou um vivente de um mundo/Onde palavras são expressadas sem nenhuma responsabilidade/Acredito e não duvido/Quando na mão direita vem uma frase bonita/E na esquerda a prova do que se está dizendo/O importante não é a palavra/Porque a palavra o vento leva/O fundamental na vida/É mostrar com atitude de que o sentimento só é verdadeiro/Quando a prova vem embalada num lindo pacote de presente/Ás vezes o silencio fala mais alto/Quando o exemplo é colocado na frente de todos os viventes do mundo/

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A FLOR SILVESTRE

Estou aqui para aquecer/O frio que ronda a vida/Vida renhida/Teimosa vida/Construída em cima de combativos percalços/Embates que resultaram em diversas cicatrizes/Tanto na alma/Quanto no coração/Estou aqui para matear todas as conversas/Que ficaram arquivadas nas prateleiras do raivoso tempo/Do nosso jeito de trocar carícias/O teu meigo jeito de olhar/A tua forma determinada de me querer/Quebraram o meu xucro jeito de te querer/Linda mulher/Flor do campo/Flor silvestre/Que nas longas caminhadas/ Quando sentíamos o perfume das flores silvestres/Espalhadas pelas planícies e pelos campos/Você esquentava o meu rosto frio com quentes beijos/Estou aqui sentado/Na beira de uma encruzilhada/Ao lado da sanga/Conhecida por nós/Palco das nossas primeiras caricias amorosas/Eu sei/Que você não vive mais/Entre os viventes deste chão batido/Mesmo assim/Estou aqui/Para entre um e o outro suspiro nostálgico/Conversar com as rajadas do vento sul/Que por alguma razão/Trás de volta/As imagens/O som das nossas conversas/Que ainda perambulam solitárias/Pelas imensas paisagens campestres da nossa terra natal...

A FRIEZA DO TEMPO

Ontem eu vi você/Mas não era você/Era outra pessoa/Totalmente diferente/Você tinha glamour/Espalhava beleza por todos os cantos/Era linda/Até os teus olhos mudaram de cor/Vi apenas uma mulher sem nada para oferecer/Aquela que um dia amei/Estava ali na minha frente/Com os olhos perdidos/Tristes e sem carisma/Olhava para mim/Procurando aquele que um dia foi dono do seu coração/Olhei duas vezes/E não consegui senti saudade/Apenas um grande vazio tomou conta do momento/Você que um dia/Tive o privilégio de conhecer/Desapareceu com a névoa do tempo/Quem estava ali/Era uma fotografia amarelada pelo tempo/Não tive vontade de conversar com você/Porque não era você que um dia foi a dona do meu coração/Quando fui embora/Senti certa tristeza/Pena/Porque imaginei que seria diferente aquele encontro/Que sentiria alguma vontade/Até mesmo de trocar algumas palavras/Para minha decepção/Você não era você...

domingo, 16 de abril de 2017

SOU ASSIM

Sou da escola trovadorista/Sou um poeta trovador/Sou um pássaro que não tem ninho/Faço da vida/Uma grande aventura/Paro em qualquer lugar/Não tenho medo de cara feia/A morte não me amedronta/Estou pronto para viajar/Para nunca mais voltar/Sou do tempo que o amor de uma mulher/É a razão na vida de um homem/Quando for abandonado/Não vou procurar quem me abandonou/Nunca vou bater numa porta/Que um dia foi fechada na minha cara/Não tenho medo de ficar doente/Porque sei/Que nada é eterno/Até a mesmo a dor tem uma prazo de duração/A minha alma nunca vai morrer/Faço da solidão/A força do meu destino/Faço da dor/A energia vital da vitória/Nasci num rancho de terra batida/Num cantão do Rio Grande/Sou filho de mãe prostituta/Vendo a noite sendo trocada pelo dia/Desde cedo/Muito cedo/Ganhei a estrada/Rolei pelo mundo/A procura de um aconchego/Que demorou para chegar/Quando chegou/O destino assassinou/De lá prá cá/Sou do mundo/Como caminhante/Vou deixando rastro/Se pensar em voltar/Para resgatar algum sentimento que ficou perdido na imensidão do estradão das terras que visitei/Sou assim/Não tenho medo de ser assim/Porque assim vou morrer

CARTAS DA MEIA-NOITE

Meia-noite/ Noite das misteriosas cartas/ Cartas de amor/ Amor que surge/ Com a escuridão da noite/ Noite da cumplicidade/ Entre dois corações/ Cartas da meia-noite/ Quando tudo é permitido/ Até mesmo sonhar/ Sonhar que nunca vão acabar/ As cartas da meia-noite/ Momento dos amantes/ Que se escondem/ Atrás de pequenas máquinas/ Para a entrega total/ Numa louca ficção/ Longe da realidade/ Cartas que serão lidas/ No dia seguinte/ Quando o silêncio/ Tomar conta do coração/ Do outro amante/ Cartas que declaram amor/ Paixão.../ E acima de tudo/ A confissão que sai/ Do coração/ Para ir ao encontro dos amantes/ Cartas da meia-noite/ Noite dos lobos/ Felinos da paixão/ Predadores da sensualidade/ Caçadores de insustentáveis/ Momentos de amor/ Noite que recebe as cartas/ Escritas na solidão à meia luz/ Entre um gole e outro/ De uma bebida/ Com um som musical/ Que atravessa o ambiente/ Para tornar o recinto inspirador/ Conspirador das/ Cartas da meia-noite/ Instrumento de prazer/ Prazer que só os amantes/ Conseguem externar/ No toque sensual dos corpos/ Cartas/ Escritas/ Legíveis/ Ou datilografadas/ Num papel branco/ Ou numa máquina fria/ Que às vezes/ É um frio traidor/ Cartas da meia-noite/ Sem carteiro/ Sem endereço fixo/ Palavras levadas por/ Pequenas máquinas/ Que fazem de tudo/ Chegam até mesmo/ Tirar retratos/ Que servem para ilustrar/ As cartas da meia-noite/

sexta-feira, 7 de abril de 2017

O GRITO

Sou um grito/Grito de amor/Grito de ódio/Grito de liberdade/Grito na escuridão da noite/Grito de despedida/Grito quando amanhece o dia/Quando escurece/Quando estou dormindo/Quando morrer/Grito de paixão/Voz que sai da garganta/Levada pelas nuvens e pelo vento/Grito quando estou caminhando pela vida/Grito na janela/Para dizer ao mundo/Que sou poeta/Grito no silêncio da dor/Grito pela saudade que tenho/Dos meus amores que ficaram no passado/Grito na vitória/Grito na derrota/Grito porque sou livre/Grito porque não tenho nenhuma corrente/Prendendo a minha alma/Grito porque quero gritar/Grito porque ninguém vai cortar a minha garganta/Garganta que só vai silenciar/Quando estiver morrendo/Mesmo assim/Farei do meu suspiro/O grito de viva a liberdade

segunda-feira, 3 de abril de 2017

POEMA AO AMOR QUE TENHO POR TI

Pegue-me/ Leve-me/ Para bem longe/ Perto da curva do rio/ Que te conheci/ Segure-me pela mão/ Mão aberta por ti/ Não perca tempo/ Tempo que não retorna/ Mas retorna por ti/ Atire-se em meus braços/ Braços abertos por ti/ Por ti que tenho/ Um sonho/ Sonho de morrer juntos/ Juntos enterrados/ Enterrados no alto/ Da montanha/ Mais alta do mundo/ Mas depois de viver bastante/ Bastante o suficiente/ Para provar/ Que o amor e a paixão/ Ainda existem/ Num mundo repleto/ De desilusão/ Pegue-me pela mão/ Não demore/ Demore o suficiente/ Para fugir comigo/ Você não pode demorar/ Pode apenas/ Agarrar-me com força/ Força do amor/ Amor que sinto por ti/ Se fugir comigo/ Não olhe para trás/ Passado infeliz/ Feliz será o teu futuro/ Grudada nos meus braços/ Braços que sempre estiveram/ Abertos por ti/ Não tenha medo da fuga/ Fuga organizada por mim/ Tudo vale/ Será a fuga dos amantes/ Fuga tanto sonhada por ti/ Jogue tudo para o ar/ Ar que respiro/ Respiro por ti/ Dê adeus à vida/ De mesmice/ Mude de uma vez por todas/ Adentre no trem da paixão/ Não perca o horário/ O trem vai passar à meia-noite/ Noite da nossa paixão/ Paixão que tenho por ti/ Jure que nunca mais vai voltar/ Ao lar que habitou/ Antes de conhecer/ O teu trovador/ Trovador que cantou/ Uma serenata no pé/ Da janela da tua casa/ Venha cantando/ A bela voz que tem/ Tem amor por mim/ Que seja a canção do adeus/ Adeus para aquele/ Que nunca te amou/ Amou todas da rua/ Deixando de te amar/ Por ti/ Vou esperar/ Como sempre esperei/ Naquela curva/ Da estrada dos nossos encontros/ Encontros batizados de adultério/ Adultério abençoado/ Pelo filho do homem/ Quando passou pela terra/ Não traga nada/ Deixe tudo/ Até as roupas que ele te deu/ Deu para enganar a tua inocência/ Inocência reconhecida/ Por aqueles que te conhecem/ Venha apenas/ Com o amor que tem por mim/ Amor que tenho por ti/ Vamos morar na velha casinha/ Casinha de madeira/ No alto da montanha/ Montanha repleta de/ Árvores floridas/ Que vão florir/ O nosso destino/ Destino escrito/ Descrito por todos os poetas/ Poetas de ontem/ De hoje/ E de amanhã/ Vamos viver/ Até quando a morte chegar/ Chegar ao portão do/ Nosso jardim/ Jardim com perfumosas rosas/ Rosas vermelhas/ Brancas e amarelas/ Venha/ Mas venha cantando/ A canção que embalou/ A nossa paixão/ Paixão construída/ Nas madrugadas/ No silêncio da noite/ Noite que nunca tinha fim/ Fim que nunca teremos/ O amor do travador/ E o amor da princesa abandonada/ Pelo marido que nunca teve/ Vamos atravessar as fronteiras do além/ Além que ninguém veio/ Para dizer que tem/ Ao cantar a canção/ Do teu adeus/ Sinta apenas o/ Amor que tenho por ti/

sábado, 1 de abril de 2017

MULHER QUE LÊ SORTE

Cigana/ Morena da sorte/ Sorte de ter te encontrado/ Tirou a minha sorte/ Sorte de ser linda/ Linda que não sabe viver/ Viver ao lado/ De outro cigano/ Vida cigana/ Cigana vida/ Que escolheu/ Cigana/ Olhos pretos/ Cabelos longos/ Cheirosos/ Que um dia me enrolei/ Enrolei até que desapareceu/ Cigana que caminha na praça/ Lendo a sorte/ Não tem sentimento/ Não tem sorte/ Sorte que escapou/ Da estrada da vida/ Cigana/ Pobre mulher/ Mulher que não tem dono/ Em cada cidade/ Cidade que encontra/ Um amor temporário/ Nada é para sempre/ Tudo é rápido/ Começa e logo termina/ Cigana/ Mulher que lê sorte/ Nunca mais apareça/ Querendo ler a minha sorte/ Sorte que nunca dependi de ti/

terça-feira, 28 de março de 2017

POEMA AO NASCER DO SOL

Quando o sol começa a nascer/ Saio bem cedo/ Num ligeiro galope/ Vou ao encontro/ De outras paragens/ Saio me despedindo/ Saio cantando/ Com o coração apertado/ Triste e solitário/ Sinto o vento bater no rosto/ Certo frio me acompanha/ Sem preocupação/ De um dia voltar/ Porque não deixo saudade/ Sou apenas mais um/ Na irmandade de uma/ Família fracassada/ E egoísta/ Falta não vou fazer/ Não compartilho nenhum sentimento/ Com a voz engasgada/ Continuo cantando/ E o canto sai emocionado/ O violão que carrego/ Na garupa do meu cavalo/ Começa a emitir uma canção/ Os campos aparecem/ E desaparecem em cada olhar/ Pareço ser um galopante fantasma/ Nos versos que vou cantando/ Vou dizendo/ Que tudo valeu a pena/ Até mesmo os desencontros da vida/ Em cada riacho/ Que vou atravessando/ O meu cavalo relincha/ Tentando imitar/ O meu cantar/ Como uma segunda voz/ Ele sabe a hora de parar/ E acompanhar o som agudo/ Que sai da minha garganta/ A luz do sol/ Começa aparecer/ Por detrás da montanha/ Olho para trás/ Ainda vejo a chaminé/ Da casinha de madeira/ Soltar as primeiras fumaças/ Do velho fogão a lenha/ Os viventes ainda não sentiram/ A minha falta/ Nunca fiz diferença/ Pensam que fui cuidar da boiada/ Com o decorrer do dia/ Vão perceber/ Que desapareci/ Fui para nunca mais voltar/ Porque agora/ Não gastarão nenhum tostão/ Com a minha pessoa/ Serei o galopante da vida/ Distante/ Viandante/ Em outro patamar/ Em algum lugar da terra/ Continuarei o meu canto/ Em algum recanto/ Que tenham apreço/ Pelo cantar do poeta.../

domingo, 26 de março de 2017

POEMA AOS FELINOS DO AMOR

Beije a minha boca/ Bela mulher/ Ser inseparável da alma/ Deite em meus braços/ Encoste a cabeça/ No meu peito/ Entregue o teu desejo/ Vamos morrer juntos/ Fazer desse momento/ Uma passagem para o/ Infinito amor/ Deguste os meus carinhos/ Aproveite esse embriagante instante/ Feche os olhos/ Deixe que tudo aconteça/ Feche também os ouvidos/ Para o barulho exterior/ Beije a minha boca/ Mulher dos meus desejos/ Alma linda/ Que caiu na vida/ Vida solitária/ Do lobo da noite/ Agarre-se nas malhas/ Dos meus felinos olhares/ Seja a prisioneira/ Da minha alcova/ Ocupe o espaço/ Do vazio das nossas vidas/ Beije a minha boca/ Veja a pele arrepiando/ Corpo desfalecendo/ Nos analgésicos carinhos/ Vamos curar os males/ Sonhar e sonhar/ Um nos braços do outro/ Navegando por todas as emoções/ Que estão à nossa disposição/ Sem receio/ Sem preocupação/ Qualquer que seja/ Seja de dia/ Seja de noite/ Tudo é prazer/ Na arte do amor/ Para dois felinos/

sábado, 25 de março de 2017

POEMA À LUA

Ontem o céu estava estrelado/ Estrelas brilhavam no meio da noite/ A lua cheia iluminava/ E contaminava a escuridão da noite/ Quanto mais caminhava/ Mais a lua me olhava/ Perseguindo os meus passos/ Passos seguidos pela sua luminosidade/ Certo momento/ Parei e fiquei olhando a lua/ Ela linda e resplandecente/ Sorria para mim/ Queria saber da minha vida/ Por longo tempo/ Conversei com ela/ Falei das paixões/ Da boemia/ Da cumplicidade que une/ Os boêmios/ Dela ouvi palavras bonitas/ Que me acompanham há muito tempo/ Sabe dos segredos/ Mas nunca contou/ Para ninguém/ Porque me acha/ Um poeta caminhante/ Que faz da vida/ Extensa jornada/ De belos momentos/ Que ficarão guardados/ No arquivo do firmamento/ Já era tarde/ Quando me despedi/ Da lua/ Ela continuou lá em cima/ Prateada e linda/ Contagiando os caminhantes da terra/

sexta-feira, 24 de março de 2017

LÁGRIMAS DO POEMA

Você fala através de poemas/ Poemas que saem do coração/ Coração que se emociona/ Emoção toma conta do teu ser/ Ser que faz correr lágrimas/ Lágrimas da paixão/ Paixão que nunca aconteceu/ Na tua vida de mulher/ Você chora/ Agarrada ao amor/ Diz que nunca sentiu/ O que está sentindo/ Sentimento bonito/ Bonito porque é puro/ Pura adrenalina amorosa/ De uma mulher espantada/ Com o momento amoroso/ Que quer/ Que seja eterno/ Não pensa no amanhã/ Quer viver o presente/ Esquecer o passado/ Ser dona do coração do amado/ Amado dono do seu coração/ Quer entregar-se/ Sem limite/ Na hora do amor/ Amor exigente/ Que exige lindas palavras/ Que se transformam em poemas/ Depois em lágrimas/ Lágrimas que molham/ O seu lindo rosto/ Rosto esperançoso/ Esperança que renasce/ Ao nascer de um novo dia/ Dia do encontro/ Encontro de dois amores/ Amores expressos em poemas/ Poemas contagiantes/ Que contagia a relação/ De um homem embriagado/ Pela beleza de uma mulher/

segunda-feira, 20 de março de 2017

A MAGIA DO POEMA

O poema é a minha vida/É o sopro da alma/É a água que sacia a sede/É o alimento que fortalece o corpo/É a musica mais romântica do mundo/O poema é a canção ouvida ao lado da mulher amada/É o sol que ilumina os recantos escuros do caminhante/É oração do poeta nos momentos de solidão/É a declaração de amor de um homem e de uma mulher quando estão apaixonados/Ainda é, uma ponte que liga a vida e a morte/ /Gostaria que os meus poemas ao serem escritos, fossem jogados ao vento, que as mulheres do mundo, fossem lendo e colando na alma de cada uma delas...E que nos momentos de paixão lembrassem que o autor é um caminhante da vida...

POEMA PERFUMADO

Vou seguir o teu perfume/Perfume que me enfeitiçou/Seguirei o teu aroma/aroma dos campos, montanhas, mares, rios e planícies/Vou seguir as tuas pegadas/Por onde você andar/Lá estarei/Te esperando/Para mais uma vez/Fazer amor/Amor sem fronteira/Fronteira invadira pelo teu amor/Sim eu te seguir/Mesmo que você desapareça/Mas nunca vai desaparecer do meu coração e da minha visão. Nas noites estreladas/Quando a lua cheia desponta no firmamento/Lá estarei/Cantando a música do nosso coração/

sábado, 18 de março de 2017

O MEU BEM

Hoje não estou bem/ Estou à procura do meu bem/ Que me fazia tão bem/ Bem que desapareceu/ Desapareceu e não me deixou bem/ Bem que o coração sente falta/ Falta do meu bem/ Ontem pensei muito no meu bem/ Passei a noite sem dormir/ Pensando por onde andará/ O meu bem/ Bem que fugiu/ Fugiu do seu bem/ Que não suportou as/ Longas ausências do bem/ Amanhã não vou suportar/ A ausência do meu bem/ Bem que deixou saudade/ Saudade do meu bem/ Bem que foi embora/ Sem dizer adeus/ Adeus que não ouvi/ Da boca do meu bem/ Bem que não se despediu Despedida que não iria suportar/ Viver sem o meu bem/ Dormindo/ Acordando/ Ao meu lado/ Lado esquerdo da cama/ Cama com dois travesseiros/ Onde um/ Aguarda a presença/ Do meu bem/ Não quero envelhecer/ Sem a presença do meu bem/ Bem que poderá viver/ Até morrer/ Ao lado do seu bem/

LUZ QUE NINGUÉM TEM

Onde o sol se põe/ É de lá/ Que eu vim/ Vim pra cá/ Onde o sol nasce/ Nasce para iluminar/ Iluminar a terra dos homens/ Homens sem luz/ Luz da vida/ Vida adormecida/ Adormecida e/ Esquecida/ Sol/ Rei do universo/ Universo infinito/ Sem fronteira/ Fronteira infinita/ Finita para alguns/ Alguns sem alma/ Alma apequenada/ Repleta de alucinações/ Alucinados por vícios/ Vícios que os homens têm/ Têm e não admitem/ Admitem inverdades/ Verdades escondidas/ Escondidos de vergonha/ Vergonha dos erros/ Erros que todos têm/ Têm e escondem/ Para se passar por perfeitos/ Perfeitos que não são/ É isso/ É aquilo/ Mais fácil enxergar/ No outro/ O que não quer ver em si/

sexta-feira, 17 de março de 2017

O AMANHÃ PODE NÃO ACONTECER

Nunca é cedo/Nunca é tarde/Nunca devemos ter calma/Quando você sente algo bonito no coração/Você sente ou não sente/A paixão não é um relógio/A paixão é quente/Vibrante/Louca/Arrepia a pele/Chega a desnortear a cabeça/Vem e acontece/Não se deixa para depois/Porque o depois/Pode não acontecer/É preferível fazer acontecer do que não fazer/E depois se arrepender amargamente/A entrega deve ser total/A paixão é como uma pegada amorosa/Quem gosta/Faz a pegada acontecer/Quem pensa/É porque não tem certeza/E não tendo certeza/O melhor é deixar quieto/A vida é curta/O amanhã é incerto/

terça-feira, 14 de março de 2017

POSSESSIVOS OLHARES

Os teus olhares/ Nunca vou esquecer/ Olhares mudos/ Mudos e misteriosos/ Falavam tudo/ Olhos tristes/ Tristes por ter/ Perdido o meu amor/ Amor que acabou/ Durou certo tempo.../ Em alguns momentos/ Chegou a ser infinito/ Olhares que duraram eternidade/ Quietos e proféticos/ Proféticos porque sabia/ Da infelicidade que/ Estava por vir.../ Que a felicidade ficaria/ Longe de mim/ Longos olhares/ Distância de um tempo/ Certa saudade/ Que não desaparece/ Até parece/ Que jamais vou te ver/ Mas se algum dia/ Eu voltar a te ver/ Será um olhar estranho/ Raivoso e vingativo/ Distante do grande calor/ Que nos fazia tremer/ Quando estávamos juntos/ Olhares.../ Não deveria ser assim/ Quando tudo acaba/ E por que acaba?/ Ou por que começa?/ A imagem dos teus olhares/ Não sai da mente/ Parece que me vigia/ Conhece os meus pensamentos/ Os meus desejos/ São controlados pelos/ Teus olhares/ Vingativos olhares/ Que um dia/ Foram olhares de amor/ De carinhos/ De desejos/ Olhares que atravessam a noite/ Noite de tortura/ Sonhos de olhares/ Que tiram de mim/ O sono profundo/ Olhares que me prendem/ Dentro de uma gaiola/ Não consigo cantar/ Canto interrompido/ Faz de mim/ Um ser/ Com olhar triste/ Olhar que esconde a/ Chave da liberdade/ Liberdade clamada/ Até quando serei teu prisioneiro?/ Prisioneiro de um amor/ Que enfraqueceu pelo tempo/ E enlouqueceu/ Enlouqueceu/ Por que não era correspondido/ Correspondeu somente/ Às tuas possessivas vontades/ Que nunca foram as minhas/ Olhares.../ Que fazem de mim/ Uma alma desnorteada/ Atada a um louco amor/ Amor possessivo/ Que nunca perguntou/ Qual era a vontade/ Que reinava dentro do/ Meu coração/ Olhares.../ Assim/ Você nunca vai ter/ O meu amor/ Somente ódio eterno/ Nunca terá perdão/ Felicidade que não vai encontrar/ Com esses olhares/ Que parecem vir/ Do inferno/ Infernais olhares.../

sábado, 11 de março de 2017

O VENTO LEVA OS VERSOS

Os meus versos// Estão jogados/ Nos corações/ Nas mentes/ No mundo/ Levados pelo vento/ Vento que não sossega/ Todo dia/ Vem e leva/ As minhas palavras/ Em forma de versos/ Saem a perambular/ Navegar/ Voar/ Da porta da minha casa/ Vejo os meus versos/ Pegarem carona com o vento/ Que feliz/ Assobia em forma de canto/ De despedida/ Desencantado e triste/ Despeço-me/ Do poema de amor/ Que acabei de escrever/ A um antigo amor/ Versos!/ Filhos que partem para o mundo/ Deixo de ser pai/ Para ser apenas um admirador/ Nem mesmo posso mudar/ O contexto/ Porque o texto/ Já faz parte do mundo/ Do boêmio/ Que sentado na mesa de um bar/ Declama em homenagem/ Ao amor que lhe deixou/ Os meus versos/ Que não são poucos/ Estão espalhados nos vários corações/ Das mulheres que conheci/ Que amei/ Fui amado.../ Quem sabe um dia/ Me defronte/ Com um verso/ Que escrevi no início/ Da minha vida/ Talvez até pense que eu/ Não seja o autor/ Mas o verso me conhece bem/ Sabe das minhas dores/ Vai mostrar que/ Por mais distante que estivéssemos/ A palavra é a prova/ De que sou o autor/ O poeta/ Que num determinado momento/ Com profunda emoção/ Teve a coragem de fotografar/ A dor do coração/ E as lágrimas da alma.../

sábado, 4 de março de 2017

SONHO QUE VIROU MORTE

Certa noite/ Num longo sono/ Sonhei com você/ Eu estava nos braços/ De uma mulher/ Você chegou de surpresa/ Perto de mim.../ Você disse para a mulher/ Ele é meu.../ Sempre foi meu/ Você nunca será dele/ Saia daqui!/ Eu vim resgatá-lo/ Desse mundo.../ Vou levá-lo/ Para morar comigo/ No mundo em que vivo/ Sou dona do coração dele/ Ele é o meu dono/ Pegou na minha mão/ E disse.../ Vamos meu amado/ Vamos morar juntos/ Sem olhar para trás/ Fomos caminhando/ Seguindo uma linda luz/ Que brilhava a nossa frente/ Andamos por diversos lugares/ Relembrando os melhores momentos/ Da nossa vida.../ Ao pé de uma grande montanha/ Entramos numa linda/ Casinha de madeira/ Aos fundos/ Um riacho corria/ Entre grandes pedras/ Na frente da casinha/ Um jardim deixava o local/ Belo e encantador/ Abraçou-me com amor/ Beijou-me meigamente/ Revelou com alegria.../ É aqui que vamos morar/ Até o fim dos tempos/ Depois do meu assassinato na Terra/ Vim pra cá.../ Você é o meu grande amor/ Amo tanto você.../ Chorei nos seus braços/ Estava reencontrando a mulher/ Da minha vida.../ Pelo tempo que fiquei na Terra/ Ninguém tomou o meu coração/ Ficou fechado/ Fui um andarilho da paixão/ Um caminhante da vida/ À espera da minha paixão/ Agora que estou residindo/ No outro lado do tempo/ Sou um homem muito feliz/ De um sono/ Que virou sonho/ Sonho que virou desencarne/ Desencarne/ Que acabou virando/ O encontro de duas almas/ Que jamais deixaram de se amar.../

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A HORA

Em algum momento/ A hora vai chegar/ Hora de partir/ Para qualquer estrada/ Perto ou distante/ Hora incerta/ Cética/ Misteriosa hora/ Hora para todos/ Hora do adeus/ De um grande amor/ Hora do pôr do sol/ Chegada da noite/ Hora triste/ Hora da morte/ Triste hora/ Lágrimas por alguém/ Que foi embora/ Hora do aperto no coração/ Hora em que a saudade chega/ Hora de dizer não/ Hora de virar o rosto/ Rosto magoado/ Hora de fechar/ Ou abrir os olhos/ Olhos cansados/ Cansados de tanta mentira/ Covardia/ Desonestidade/ Corrupção/ Hora do fim/ Fim de tudo/ Todos têm um fim/ Mesmo que não queiram/ Não somos donos da hora/ Hora que manda em nós/ Prisioneiros da hora/ Impotentes perante a hora/ Hora na frente da porta/ Não adianta reclamar/ Reclamar da hora/ Hora que não se atrasa/ Hora pontual/ Que sabe a hora/ De nos convidar/ Para partir.../ Para onde?/ Só a hora sabe/ Somos cegos perante a hora/ Os olhos são da hora/ Hora ingrata/ Ingrata hora/

AS CORTINAS SE FECHARAM

A alma pediu/ Insistiu/ Acabei concordando/ Abri uma pasta/ Guardada num velho baú/ Onde guardo/ Cartas de um tempo/ De um momento mágico/ Da vida/ Longos anos do passado/ Que não voltarão mais/ Por mais que se queira/ Fiquei uma tarde inteira/ Lendo uma a uma/ Parecia que estava/ Assistindo a um filme/ Em preto e branco/ Mas que já estava/ Amarelado pelo tempo/ Quanta história interrompida.../ Quantos sonhos.../ Quantos projetos/ Que não decolaram.../ Quantas quedas.../ Quantas injustiças.../ Cometidas contra mim.../ Lágrimas escorreram/ Junto com inúmeras perguntas/ Indagações/ tristezas/ Emoções tomaram conta/ Em alguns momentos/ A consciência pesou/ Em outros instantes/ Alívio.../ Olhei para a janela/ Naquele momento/ Um canarinho pousou/ Na soleira/ Iniciando um canto/ Que ilustrou as minhas recordações/ Parecia que estava lendo comigo/ As cartas de um tempo/ Que não morreu/ Que ainda vive dentro do meu coração.../ As cortinas se fecharam/ O pássaro voou para longe/ Saiu cantando/ Fechei a pasta/ Retornei à realidade da existência/ De um caminhante solitário/ Que um dia/ Daqui vai voar/ Como um pássaro/ À procura de outro ninho.../

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

MARATONISTA TREINA NA LIFE-PRO ACADEMIA

O maratonista Carlos Miguel Torres está fazendo treinos de fortalecimento muscular, na Life Pro Academia, no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis, com vistas às diversas provas de longa distância, que vão acontecer no decorrer do ano. Os referidos treinamentos fazem parte da pré-temporada que o maratonista executa todos os anos, com início sempre nos primeiros dias de janeiro e vai até março. FORTALECIMENTO MUSCULAR Para enfrentar as referidas provas, Carlos enfrenta todos os dias um cansativo calendário de aulas na Life Pro Academia no bairro Rio Vermelho e corridas de asfalto e areia, três vezes por semana, na Beira Mar Norte e na Praia dos Ingleses. Na Academia, os treinos acontecem de segunda-feira a sábado, que começa às 18 horas e vai até as 19h30. A primeira aula é de musculação, com a coordenação do professor Lexander, a segunda aula, de abdominal, sob a coordenação da professora Mônica, que começa às 19h horas e vai até às 19h30. PATROCINADORES O corredor Carlos Miguel Torres é patrocinado pelo Supermercado Santo Antonio há cinco anos. Em 2016, a empresa Inusittá também se fez presente na participação do atleta no Montain Do, no Deserto do Atacama, Chile, com o trajeto de 23 km, quando, dentre os 350 atletas, do mundo inteiro, da sua categoria, ficou em 12° lugar. Para este ano, estuda-se a possibilidade de o atleta participar de uma prova internacional, que pode ser a famosa Maratona do Saara, em Marrocos, ou a da Patagônia, na Argentina. PROGRAMAÇÃO DA TEMPORADA DE 2017 A primeira e difícil prova será no dia 12 de março, quando Carlos vai participar da Meia Maratona (21 km) de São José. No dia 23 de abril, correrá a prova Caminho da Fé de São Pedro de Alcântara, com o trajeto de 21 km. Em 7 de maio ele corre na Costa da Serra Trail Run de Rancho Queimado, no trajeto de 21km. Em 11 de junho participa da Meia Maratona (21 km) de Floripa. Em 23 de julho correrá a Meia Maratona (21 km) Trilha das Bruxas de São Pedro de Alcântara. No dia 20 de agosto correrá a Maratona Internacional (42 km) de Floripa. No dia 3 setembro participa da grande prova Caminhos das Flores, em Rancho Queimado, no trajeto de 30 km. Já no dia 29 de outubro vai correr na Meia Maratona (21 km) de Pomerode. Para finalizar a Temporada de 2017, participará, pela terceira vez, da Meia Maratona Internacional (21 km) de Floripa.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

AMOR PEREGRINO

Cheirando álcool/ Fumaça de cigarro/ Em sua volta/ Muito diferente/ Não era mais a mesma/ Ontem era minha/ Bela/ Nova/ Corpo escultural/ Sonhos para o futuro/ Resolveu trocar de amor/ Como se troca de roupa/ Caminhou para a rede/ De aventuras/ Virou mulher de programa/ Dama da noite/ Entrega o corpo/ Corpo usado por qualquer homem/ Vende o insaciável desejo/ Faz qualquer coisa/ Na área sexual/ Não a reconheci/ Sorriu/ Tentou ganhar a minha simpatia/ Eu sorri/ Sem saber quem era ela/ Toda maquiada/ Fez algumas perguntas/ Respondi/ Olhei seu rosto/ Não era mais/ O rosto que um dia amei/ Perdeu a beleza/ Percebeu que/ Não tinha sido reconhecida/ Por um grande amor do passado/ Ficou triste/ Lágrimas escorreram pelo seu rosto/ Os lábios tremeram/ Meu coração apertou/ Vontade de chorar/ Imensa tristeza tomou/ Conta da minha alma/ Pensei.../ Esse encontro jamais/ Deveria ter acontecido/ Baixou a cabeça/ Olhou-me/ Com os olhos marejados/ Levou o copo à boca/ Bebeu mais um gole/ Disse com voz engasgada/ Que se pudesse voltar/ Iria voltar/ Para os meus braços/ Braços que um dia/ Foram dela/ Dela para sempre/ Ficamos um longo momento/ Olhando um para o outro/ Sem nada dizer/ Apenas revivendo/ Um lindo tempo/ Que jamais voltará.../ Está arrependida/ Desiludida/ Porque/ Resolveu seguir outro caminho/ Caminho da perdição/ Faz do sexo/ A razão da vida/ Vida triste/ Intensas orgias/ Que fazem parte/ Do seu dia a dia/ Triste verdade/ Verdade que machuca/ Arde o coração/ Dói na alma/ Não tem como voltar/ Ao tempo/ Belo tempo!/ Tempo de moça!/ Moça que se perdeu/ Perdeu para o primeiro amor/ Amor que enganou/ Jogou-se no mundo da ilusão/ Ilusão da beleza efêmera/ Beleza que tem um tempo/ Tempo que não para /Que somente para/ Para contar/ As rugas no rosto/ Rosto que um dia/ Foi admirado/ Admiração que logo desapareceu/ Desapareceu porque nada é eterno/ Muito menos/ A beleza da mulher/ Mais linda do mundo/ Mundo cruel/ Que na dá para ninguém/ A juventude eterna.../

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...