domingo, 20 de setembro de 2015
MEU CORAÇÃO
Meu coração não é de granito/
É renhido/
Destemido.../
Também não chora/
Não lamenta/
Dores do momento/
Não tenta viver duas vezes/
A mesma paixão.../
Até mesmo pelo respeito ao/
Primeiro e inesquecível momento.../
Vive gritando pelos canyons e montanhas/
Como lobo solitário e predador/
Uiva com os dentes afiados nas noites escuras/
Às vezes se perde em busca de uma linda presa.../
Meu coração... Amado coração de poeta!/
Bate forte sem machucar ninguém/
Não deixa nenhuma veia entupida/
Muito menos alguma gordura/
Repleta de veneno/
Quer viver para sempre/
Na mente das dançarinas e dos/
Amantes apaixonados.../
Também não é de pedra/
Pode até rolar pelas noites/
Como pedregulho.../
Não tem orgulho/
Obedece ao destino/
É ainda carinhoso e liso como pedra de rio.../
De tanto andar de mão em mão/
Meu coração é igual a uma máquina/
Vive maquinando/
As melhores formas de ouvir/
As batidas de corações/
Carentes e solitários/
Nas madrugadas sujas.../
Meu coração não é solitário/
Nem otário.../
É um grande salão de baile/
Onde todos dançam/
Tem até gaiteiro... Violeiro/
E uma linda dançarina/
Que ao dançar/
Com o melhor dançarino/
Ajuda o cantor na segunda voz/
Meu coração é veloz/
Nasceu numa noite de lua cheia/
Com grande ventania/
E céu estrelado.../
Às vezes também fica triste/
Quando bate à porta de um ex-amor/
Não para voltar/
Simplesmente para perguntar/
Como está indo a vida.../
Meu coração não é falso/
Nem um cadafalso/
Muito menos masmorra/
Não prende ninguém/
É o rancho da liberdade.../
Pulsa sempre em resposta/
A pulsação dos amores/
Que sabem que ninguém/
É dono de ninguém/
Apenas simples locatários/
De gloriosos momentos/
Sem pagar ou cobrar aluguel.../
Nos dias de chuva/
O meu coração abre as portas/
E as janelas para deixar entrar/
Algumas gotas de chuvisco/
Quem sabe para refrescar o calor de alguma paixão/
Que teima em não seguir outros rumos/
Meu coração.../
Amado coração...!/
Vive e se alimenta do aroma/
Que nasce no fim de cada noite/
Não pare de viver/
Sobreviva às tempestades/
Se um dia resolver descansar/
Que descanse quando eu estiver dormindo/
Assim não saberei onde estarei/
Se vivendo neste mundo/
Ou em qualquer outro.../
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