sexta-feira, 8 de abril de 2016
TERNAS LEMBRANÇAS
A gente nunca cansa/
De esperar/
Depois de tanto tempo/
Ainda guarda na memória/
Não desaparece/
Fica guardado/
Protegido/
Protegemos porque necessitamos/
Que assim seja/
Foi muito caro/
No arquivo do coração/
Algumas coisas são extintas/
Outras guardadas a sete chaves/
Em algum momento da nossa existência/
Algo aconteceu/
Foi importante/
Por alguma razão/
Não foi possível continuar/
Talvez não fôssemos merecedores/
Ou não era o momento/
No balanço da saudade/
Esse acontecimento/
Como outros/
Floresce/
Renasce.../
Como não podemos reconstituir/
Àquelas emoções/
Apenas assistimos ao filme do qual/
Fomos protagonistas/
O filme não foi assistido por ninguém/
Mesmo assim/
Muita gente não gostou/
Ficaram com inveja/
O tempo amarelou o filme/
Muito tempo ficou escondido/
De vez em quando/
Volta à tona/
Para dizer que não morreu/
Está ali/
Aguardando/
Para que um dia/
Não muito distante/
A história retome a/
Sua trajetória/
Em algumas noites/
Quando tudo está quieto/
A saudade aparece/
Vem nos buscar/
Livres.../
Felizes/
Ficamos como criança/
Saltitando/
Somos levados/
Até ao local/
Onde vivemos uma/
Bela e mágica vida/
Ao lado das almas/
Do coração/
Trocamos conversas/
Rimos/
Choramos de alegria/
Perguntamos sobre o/
Casarão que construímos/
Há mais de 180 anos/
Lá na velha Europa.../
Que até hoje é bem cuidado/
Pelos descendentes/
Que teimaram em permanecer/
Não importando o tempo.../
Andamos pelo jardim/
Repleto de gardênias/
Lírios do campo/
Jasmins.../
Chegamos até a colher/
Uma rosa amarela/
Depois de visitar/
Todos os aposentos/
Conversar com os criados/
Degustar o pão de forno/
Feito pela Tia Émile/
A saudade vem nos avisar/
Que está na hora de voltar/
Com emoção/
Lágrimas e o coração apertando/
Vamos aos poucos/
Saindo do local/
Deixando para trás/
A magia que tomou conta/
Do nosso coração/
A saudade cumpriu seu papel/
Antes porém/
Diz que um dia voltaremos/
A viver/
No Casarão/
Junto da nossa verdadeira família/
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