terça-feira, 14 de junho de 2016
EXILADOS DA PAIXÃO
Não posso devolver/
Por mais que eu queira/
Não vou conseguir/
Terei que levar comigo/
Foi um presente/
Que você me deu/
Em um belo momento/
Não é um objeto que/
Possa ser devolvido.../
Tudo está quieto/
Dentro de mim/
Sem mágoa/
Nenhum rancor.../
O silêncio será a chave/
Do nosso destino.../
Toda vez que sentir saudade/
Vai lembrar que foi você/
A responsável pelo descompasso/
E o descuido.../
É melhor assim/
Pior seria se eu resolvesse/
Devolver.../
Ou se você/
Devolvesse os presentes/
Que um dia encheram/
Os teus olhos de alegria/
Leve-os contigo.../
E as doces lembranças/
Deixe que as lambanças/
Feitas por você/
Sejam apagadas pelo tempo.../
Ou ficarão para sempre/
Dentro do teu coração.../
Como vou viajar para longe/
E não terá volta.../
Precisarei levar alguns objetos/
Farão parte da mudança/
Quando montar outra moradia/
Quem sabe colocarei a foto/
No criado-mudo do meu quarto.../
Outra coisa.../
Jogue fora a escova de dentes/
Que muitas vezes limpou/
A minha boca/
Usada por você.../
Em falsas declarações de amor.../
Têm muitas coisas/
Na vida/
Que começam/
Às mil maravilhas/
E terminam na porta/
Da delegacia.../
Ou na cova de um cemitério.../
Antes que isso aconteça/
É melhor seguir/
Caminhos diferentes.../
A solidão também pode ser/
Uma morada/
Para algumas pessoas/
Que possuem a essência reclusa.../
Talvez seja o nosso caso/
Éramos dois indiferentes/
Cada um com seu próprio mundo/
Mortos um para o outro.../
A vida é curta/
Para ficar com quem/
Não se tem nenhum sentimento/
Viva com teus fantasmas/
Que irei viver com os meus/
Eles nunca foram amigos.../
Lutaram contra nós/
A vitória é deles/
Mas a liberdade é nossa/
O que resta/
É seguir outros rastros/
Que talvez possam oferecer/
Outros desejos/
Que nos ajudem na/
Calmaria da alma.../
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