quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Mosquito Morreu
Amilton Alexandre, o "Mosquito", amante da liberdade e da verdade, foi encontrado morto na sua residência ontem de tarde. Ele era blogueiro e escrevia no "Tijoladas do Mosquito".
Segundo Instituto Geral de Pericia, que acaba de concluir relatório sobre as circunstâncias da trágica morte do jornalista, "99% tratar-se de suicidio". Os técnicos não encontraram qualquer indicio de homicidio. De qualquer maneira foi aberto pela Secretária de Segurança Pública do Estado, inquérito policial para saber a verdade.
Conheci Mosquito no final da década de 70 na trincheira oposicionista. Militávamos no movimento de esquerda que combatia a ditadura militar. Pertencemos a uma geração que sofreu profundamente a angústia de viver num regime ditatorial. Ele sempre foi inquieto e combativo. Bateu sem piedade as falcatruas efetuadas pelos poderosos e denunciou violentamente a corrupção que se alastra em todos os recantos do Brasil. Sempre tive por ele um grande respeito e admiração.
Segundo Celso Martins, no "Sambaqui na Rede2", outro gigante do jornalismo e dos embates políticos, "é irresistível a tentação em descrer que ele tenha se auto-passado. Somos levados por um impulso inominado a crer na mão dolosa de outrem a arriar a corda no pescoço do Mosquito. Se porventura o sinistro laço foi por ele obrado e ajeitado, isso tem relação direta com a forte pressão a que vivia submetido por conta de denúncias formuladas, com ou sem fundamento."
Celso fáz ainda uma inteligente observação sobre a atividade do jornalista Mosquito: "Ele foi envolvido por uma corriola do gênero, encarregada de fornecer meias denúncias, informações pela metade, armadilhas sutis. “Bota que eu garanto!”, e ele punha, escancarada e malcriadamente.
Novo no ramo, mas querendo ser jornalista, e de fato tinha um faro (raro) de repórter, um raciocínio rápido, conhecimento técnico em Administração e certa erudição, lhe faltou a experiência para saber que o tapinha nas costas de hoje é a senha do tabefe na face mais tarde. E foi dessa forma que nosso fraternal Mosquito se viu apoiado por meia dúzia de sinceros e evitado pelas dezenas de integrantes das maltas da maledicência. Os mesmos que nesses momentos podem estar brindando com taça nos ambientes de “vítimas” ou “alvos” do Mosquito."
Mesmo assim ainda é cedo para tirar alguma conclusão sobre as verdadeiras circunstâncias da trágica morte do Mosquito. Acredito que o tempo vai falar através do vento da sincera justiça e muitas coisas ainda falarão sobre a sua vida. Que o Arquiteto do Universo ambale a alma e acalme e a sua dor.
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