domingo, 23 de agosto de 2015
CEREJAS MADURAS
Não sei por onde começar/
Talvez tenha que iniciar pelo fim/
Para poder entender a essência da história/
Talvez seja assim que tudo termina/
Porque é difícil caminhar/
Ouvindo histórias/
Compreender que tudo tem/
Um início e um fim/
Porque as coisas inevitáveis acontecem.../
Muitas vezes sem a nossa assinatura/
E contra a nossa vontade/
Não consigo navegar pelos oceanos/
Atravessar os rios.../
Não quero me machucar/
Muito menos ferir alguém/
Simplesmente caminhar/
Conhecer as pegadas/
Descobrir outros caminhos/
Ir ao encontro da planície da paz/
Colher flores do campo/
Beber água cristalina na fonte/
Ficar embaixo de um pé de cereja/
Apanhando as mais maduras/
Sem que ninguém diga/
Que estou no caminho errado/
E que não sou digno de ter/
Alguns momentos de felicidade/
Viver sem pensar que/
Um dia iniciei a caminhada/
Que não sabia o que iria acontecer no fim/
Que bom seria se todos perdoassem/
Por caminhar e caminhar/
Errando e errando.../
Que nos deixassem aprender com/
Os nossos próprios erros/
Que maravilhoso seria se/
Em vez de levantar a mão para agredir/
Levantássemos a mão para tocar violino/
Numa grande praça pública/
Que bom seria se em vez de julgar/
Os erros dos outros/
Olhássemos para nós mesmos/
Admitíssemos que também podemos errar/
Seria grandioso/
Que nossos pensamentos fossem/
Apenas para criar lindas histórias/
E saídas saudáveis para os mais fracos/
Não para inventar mentiras sobre/
A vida dos outros/
Mesmo assim.../
Imagino caminhar em outro mundo/
Talvez na nossa verdadeira morada/
Conhecer outras pessoas/
Contar a minha história/
Dizer que apesar de tudo/
Caminhei às vezes chorando/
Outras vezes cantando/
Para ir ao encontro do sono/
De uns instantes de alegria/
Revelar que meu mundo/
Está distante do ideal/
Longe do sonho/
Daquele paraíso que/
Nos afaga o coração/
Dizer que as rosas... Os gerânios.../
E as margaridas/
Nos jardins lamentam/
Que muitas pessoas/
Passam.../
E não os admiram/
Não sentem o seu perfume/
E não caminham entres eles/
Como tenho sonho/
E não vivo sem sonhar/
Imagino e penso/
Andar nos caminhos/
Mais lindos do universo/
Vivo querendo somente/
Que todos vivam/
Da forma mais linda possível/
Como seres angelicais/
Com a alma e o coração em paz/
domingo, 16 de agosto de 2015
RAZÃO DE TUDO
O momento é de êxtase profundo/
Com ambiente carregado/
Alcoolizado ao extremo/
Emoção estonteante/
Perto da grande final/
Que vai justificar tudo/
Final esperado há muito tempo/
Tempo calculado com cuidado/
Para que não haja/
Mais outro arrependimento/
Vida repleta de vários erros/
A razão é simples/
Não haverá outra viagem/
Viagem que sempre foi desgovernada/
Tudo em volta/
Se volta para imagens/
Que dançam ao meu redor/
Pensamentos repletos/
De palavras distorcidas/
Mastigadas com remorso/
Misturado com saudades/
Que maltratam o coração/
Algumas pessoas/
Também estão sentadas/
Nesse bar/
Escondido no final de/
Uma rua sem saída/
Pensando e agindo /
Como eu/
Avermelhadas de sentimentos/
Que não conseguem extirpar/
Da mente/
Ontem não era assim/
Parecia que o caminho era correto/
Veio a noite/
Tudo aconteceu/
O dia foi de longo sono/
Tentativas de fuga aconteceram/
A noite chegou/
Não deixou a paz agir/
A bela lua surgiu no firmamento/
A única que traz/
A certeza de que ainda sou amado por alguém/
Como é um astro/
Longe de mim/
Mas bem perto do coração/
Pode sim/
Servir como remédio/
Para as minhas loucas amarguras/
Que só aumentam/
Com o levantar do whisky sem gelo/
A razão de tudo está na escolha errada/
Que os viventes fazem sem pensar/
Depois dos erros.../
Vem o arrependimento/
Que corrói o peito/
Sem deixar alguma solução/
Agora e depois.../
Viverei no colo da noite/
Abraçarei os fantasmas/
E juntos vamos dormir/
Com a chegada da noite
Fechar os olhos com /
Os primeiros raios da luz do dia/
Como bêbados/
De loucas emoções/
Não resolvidas/
Seguiremos os passos/
Das corujas/
Que irão nos guiar/
Para algum lugar /
Que se quer sabemos/
onde fica.../
LOBOS DAS SOMBRAS
Na visão de um mundo/
Onde tudo é possível/
Onde reina guerra e agonia/
A busca de poder e dinheiro/
Deixa os honestos à beira do abismo/
Visão de uma grande cegueira/
Porque não enxerga um/
Mundo melhor depois de uma crise/
É curta a imagem de uma sociedade/
Que recebe influência da escuridão/
Que não perdoa ninguém/
Quer somente o fim da raça humana/
Vivemos bloqueados/
Muitas vezes somos deletados/
Nos raros momentos de alegria/
Os poderosos nos cercam de todas as formas/
Não se apresentam de frente/
Escondem-se.../
Vivem nas sombras.../
Aproveitam as nossas fraquezas/
Somos atacados como caças frágeis/
Em campo aberto/
Não nos deixando alternativa/
De reação a esses ataques covardes/
Ao longo do tempo/
Fomos obrigados a aprender/
A lutar com os olhos/
E com a imaginação/
De felinos solitários/
Não podemos ser ingênuos/
Acreditar em promessas/
Estamos caminhando em desfiladeiros/
Repletos de armadilhas/
Os lobos da noite/
Querem nos abater/
Para saciar a fome a e sede/
Não importando se somos adulto ou criança/
Para os donos do poder das sombras/
Somos alimentos/
Para as suas insaciáveis loucuras/
De todos os tipos/
Desde muito cedo/
Ainda quando usávamos fraldas/
Os senhores da névoa da noite/
Nos atormentavam/
Sem que tivéssemos condições de rebater/
Assim somos nós.../
Criaturas que vivem nesse submundo/
Cheio de coisa feia e nojenta/
Que por algum descuido/
Alguém resolveu brincar de construtor/
Deste pobre mundo/
Colocando seres indefesos/
Para serem vitimas nas jaulas de leões sanguinários/
Todos os dias/
Todos os momentos/
Em algum lugar desse podre mundo/
Uma lágrima/
Um grito de dor/
São sentidos/
Sem que alguém venha socorrer/
Somente palavras.../
E mais palavras.../
Dizendo que é preciso sofrer/
Que é preciso apanhar/
Que é preciso isso e mais aquilo.../
Para um dia.../
Que ninguém sabe quando/
Vivermos num mundo de felicidade/
Há milhares de anos/
Somos alimentos de leões... Lobos/
E hienas com dentes afiados/
Agora mesmo.../
Em alguma residência desse podre mundo/
Uma criatura está sendo/
Consumida por uma doença terminal/
Famílias choram seus filhos/
Mortos em guerras sem causa/
Mães lamentam a perda de seus rebentos/
Na luta contra todos os tipos de drogas/
Mas não adianta/
Tudo foi feito para exterminar a felicidade/
A bondade e o amor/
A dor governa o mundo/
As lágrimas dos inocentes/
Não são levadas a sério/
Pelos brincalhões que inventaram/
Essa desumana fábrica de seres humanos.../
Até mesmo para virmos ao mundo/
A mulher sofre como um animal/
De um parto totalmente/
Violento e distante/
Do amor e carinho que/
Muitas religiões vivem pregando.../
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