quinta-feira, 24 de setembro de 2015
O TUDO DE NÓS
Cada palavra/
Um significado/
Uma vertente que se abre/
Abre e indica que tudo pode acontecer/
Duas ou três palavras/
O sentido se amplia/
E tudo pode se modificar/
Ouvindo uma linda música/
Os sonhos e as fantasias/
Apresentam-se como alternativas/
De uma nova saída/
Talvez aquela que nós/
Jamais admitiríamos/
Em outros tempos.../
Como a vida é um longo poema/
Depende de nós/
Os versos e as poesias/
Que vamos escrever/
Muitas vezes tudo vem pronto/
Pronto para querermos ou não/
Não podemos negar/
Que o tempo pode mudar tudo/
Como tudo na vida anda/
Querendo nós ou não/
O fim de tudo.../
Os ventos da mudança são fortes/
Levam tudo.../
Tudo vai para o brejo/
Brejo que temos medo/
Medo que todos têm/
Mas não admitem/
Admitem que aconteça com os outros/
Podemos até querer algo de novo/
Mas o destino é cruel/
Mostra que não somos dono de nada/
Engolimos goela abaixo/
Tendo fome ou não/
Somos obrigados/
Ingerir situações criadas/
Na novidade das coisas/
Vem empacotada/
Somos parceiros de tudo/
Mas esse tudo/
Quase sempre é contra nós/
Os porquês da vida/
Não foram e não são criados por nós/
Simplesmente se colocam a nossa frente/
Não sai... Ficam e ficam.../
Atormentando as nossas noites/
Pesadelos e mais pesadelos/
Enquanto não aceitarmos a nova situação/
Somos escravos/
Viramos doentes da alma/
A depressão se aloja/
Sem pedir permissão/
A verdade de tudo/
É que somos usados/
Abusados e abusados/
Resta pouca coisa para nós/
O resto vem e vem contra a nossa vontade/
Vontade nunca respeitada.../
Porque queremos fugir desse tudo/
Sermos felizes/
Mesmo que para isso/
Tenhamos que enfrentar tudo/
Somos pobres de tudo/
Sonhamos ser ricos em tudo/
Mas esse tudo/
Fica cada vez mais longe de nós.../
domingo, 20 de setembro de 2015
MEU CORAÇÃO
Meu coração não é de granito/
É renhido/
Destemido.../
Também não chora/
Não lamenta/
Dores do momento/
Não tenta viver duas vezes/
A mesma paixão.../
Até mesmo pelo respeito ao/
Primeiro e inesquecível momento.../
Vive gritando pelos canyons e montanhas/
Como lobo solitário e predador/
Uiva com os dentes afiados nas noites escuras/
Às vezes se perde em busca de uma linda presa.../
Meu coração... Amado coração de poeta!/
Bate forte sem machucar ninguém/
Não deixa nenhuma veia entupida/
Muito menos alguma gordura/
Repleta de veneno/
Quer viver para sempre/
Na mente das dançarinas e dos/
Amantes apaixonados.../
Também não é de pedra/
Pode até rolar pelas noites/
Como pedregulho.../
Não tem orgulho/
Obedece ao destino/
É ainda carinhoso e liso como pedra de rio.../
De tanto andar de mão em mão/
Meu coração é igual a uma máquina/
Vive maquinando/
As melhores formas de ouvir/
As batidas de corações/
Carentes e solitários/
Nas madrugadas sujas.../
Meu coração não é solitário/
Nem otário.../
É um grande salão de baile/
Onde todos dançam/
Tem até gaiteiro... Violeiro/
E uma linda dançarina/
Que ao dançar/
Com o melhor dançarino/
Ajuda o cantor na segunda voz/
Meu coração é veloz/
Nasceu numa noite de lua cheia/
Com grande ventania/
E céu estrelado.../
Às vezes também fica triste/
Quando bate à porta de um ex-amor/
Não para voltar/
Simplesmente para perguntar/
Como está indo a vida.../
Meu coração não é falso/
Nem um cadafalso/
Muito menos masmorra/
Não prende ninguém/
É o rancho da liberdade.../
Pulsa sempre em resposta/
A pulsação dos amores/
Que sabem que ninguém/
É dono de ninguém/
Apenas simples locatários/
De gloriosos momentos/
Sem pagar ou cobrar aluguel.../
Nos dias de chuva/
O meu coração abre as portas/
E as janelas para deixar entrar/
Algumas gotas de chuvisco/
Quem sabe para refrescar o calor de alguma paixão/
Que teima em não seguir outros rumos/
Meu coração.../
Amado coração...!/
Vive e se alimenta do aroma/
Que nasce no fim de cada noite/
Não pare de viver/
Sobreviva às tempestades/
Se um dia resolver descansar/
Que descanse quando eu estiver dormindo/
Assim não saberei onde estarei/
Se vivendo neste mundo/
Ou em qualquer outro.../
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
A VOZ
Cante...!/
Mulher da voz/
Macia e cativante/
Para que eu possa alegrar a minha alma/
Mostre que o som do violão/
Pode ser a gota da água que vai/
Saciar a sede que trago ao longo da vida/
Toque o violão que eu trouxe para você/
No último outono/
Não deixe que o momento termine/
Eternize tudo que vem da alma/
Cante...!/
Voz eterna voz...!/
Ouvindo você cantando/
Todas as dores do mundo viajam/
Para um lugar distante/
A casinha onde moro/
Ao lado do riacho/
Foi construída na inspiração de uma canção/
Que preconiza a natureza/
Fica ao lado do jardim mais lindo que/
Algum jardineiro ousou construir.../
Hoje...Depois de tudo.../
Quero ouvir para sempre a tua voz/
Acompanhada do violão choroso/
Vamos fazer da vida/
Uma longa música/
Que transforme a caminhada/
Num belo concerto/
Você sabe que/
Não sei cantar/
Também não sei tocar violão/
Apenas sei jogar as palavras/
Às vezes se transformam em poema/
Outras vezes em poesia/
Com encantada rima/
Há momentos que o vento as/
Leva para o desfiladeiro do fim do mundo/
No entanto.../
Unindo o violão/
A tua voz/
E os meus poemas/
Poderemos compor/
O canto profundo da alma/
Talvez a melodia/
Que os amantes mais precisem/
Para sobreviver aos tormentos da separação/
Enquanto o mundo briga/
Por questões materiais/
E outras picuinhas sem nenhuma importância/
Nós cantamos em todos os cantos/
Cantamos para viver/
Mostramos que a canção é o fim/
E o início de tudo.../
Vamos viver para eternizar o canto e a poesia/
Que as nossas palavras/
Com fundo musical/
Possam banir a depressão das pessoas/
Que a dança da alegria/
Limpe os corações mais tristonhos/
Que eles não escutem mais/
Os gritos desesperados dos raivosos/
Vamos ouvir somente a canção do porvir/
E que a musicalidade se expresse na profundidade/
Do nosso ser/
Ontem...Ainda quando o céu brilhava/
Você entoou a “canção do adeus”/
Pensando que nunca mais iríamos nos ver/
Mas isso não aconteceu/
A despedida está longe de acontecer/
Porque o céu ainda vai esperar muito por nós/
A nossa canção ainda não terminou/
Venha e continue perto de mim.../
A tua voz me é agradável/
Me degusta muito.../
Traz a certeza de que somos/
Criaturas diferentes/
Na forma de agir e de pensar/
Quem sabe exilados/
Ou imigrantes.../
Que saíram de outras terras/
Para trabalhar ao lado dos ouvintes/
Mais necessitados/
Mais carentes/
Do pão musical/
Do poema que molhe suas gargantas/
Secas de tanto sofrer/
E da poesia que amoleça os seus duros corações.../
A PREDADORA DOR
A pessoa precisa de várias coisas/
O pão de cada dia/
Mas tem dia que nem isso/
Alegra o dia a dia/
É que as dores da alma e do coração/
Batem mais forte/
Levando ao desespero/
Na riqueza e na pobreza/
A pessoa sofre e lamenta/
Porque não é rica/
Aí quer ser rica/
Fica rica/
Mas nada adianta/
O sofrimento é latente e invisível/
Vem de algum lugar/
Desconhecido e predador/
Não consegue entender/
Porque o mundo é tão cruel/
Não vê saída/
Está tudo bloqueado/
Imagina que está doente/
Sente o corpo fraco/
Dói tudo/
Procura o médico/
Sai do consultório/
Com receita repleta de remédios/
Nasce mais um escravo dos comprimidos/
Que não resolvem o principal problema/
É a dor invisível/
Que mata aos poucos/
Chora pelos cantos/
Lamenta estar vivendo/
Quer morrer de qualquer jeito/
Pensando que essa é a solução dos seus problemas/
Abandona a família/
Cria um mundo para si/
Mundo criado pela dor/
Dor que veio para matá-lo/
De qualquer jeito/
Jeito que se olhasse para o céu/
Com fé poderia ser tudo diferente/
Fica sem vontade de seguir em frente/
Não acredita nas alturas/
É mais fácil crer na ilusão/
De que nasceu para sofrer/
Acha melhor remediar/
Com remédio dos homens/
Sendo que o melhor é aquele/
Que um dia mostrou o/
Verdadeiro caminho de todas as dores/
Assim vai vivendo/
Jogando ódio e rancor por todos os lados/
Sempre achando que não existe solução/
Esconde-se das saídas/
Que são colocadas a sua frente/
Vai morrendo aos poucos/
Muitas vezes levando consigo/
Os mais próximos/
A morte nesse caso/
Nem precisa fazer força/
A pessoa já fez a opção /
Por morrer aos poucos/
E com ela/
A alegria de viver/
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