sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Florbela Espanca

Hoje vou fazer uma homenagem a grande e bela poeta Florbela Espanca, cujos poemas registram as angústias e as contradições da modernidade e apresentam o amor como sentimento efêmero, passageiro.

Em muitos de seus sonetos, estão presentes: amargura, dor, solidão, angústia e, principalmente a morte.

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

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