segunda-feira, 20 de junho de 2011

Olhar Peregrino

Uma tarde sem sol
Sentado em cima de uma pedra
Olhando o invisível
Que viaja na minha consciência
Silenciosamente percorre minha alma
Como se fosse um detetive
Querendo encontrar o início de tudo

Olho para o campo
Procuro ouvir a orquestra do tempo
Que toca em perfeita sintonia com o universo
Meus olhos acompanham os raios de sol
Que penetram nas sombras das ávores

Caminho pelo jardim
Quero sentir o pulsar da natureza
Que a cada momento
Mostra que tudo tem um sentido
Até o cair de uma folha
Tem uma razão
Uma indicação

Espero a chegada da noite
Preciso do perfume da escuridão
Quero ouvir o canto da coruja
Caminhar na direção da lua
Namorar a sua beleza
Ser acariciado pelos seus raios de luz

Vou até a fonte de água cristalina
Que desce da montanha
Mato a sede
Lavo as mãos
A minha vontade é adormecer
Ouvindo o barulho da água
Que caminha na direção do mar

O silêncio é uma doce oração
Minha voz fica sem sentido
Os raios do meu pensamento
Espalham-se no espesso tapete
De folhas secas adormecidas

Olho para os lados
Sinto a alegria tomar conta de mim
O vento bate nos galhos das árvores
Num gracioso balançar
Uma dança se inicia
Uma melodia é tocada
As pétalas da rosa amarela
Entregam-se suavemente
Ao cair das gotas de orvalho

Depois de tudo
Sem falar com ninguém
Deixo os pensamentos seguirem o seu rumo
Volto para a realidade
Não permito que o futuro
Estrague o que aconteceu
Abro espaço dentro do meu coração
Guardo tudo a sete chaves
Levanto os olhos
Caminho sem olhar para trás

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