domingo, 26 de junho de 2011

Sinfonia de um Tempo

Não sei se sou dono do tempo
Ou o tempo é dono de mim
Ontem estava vivendo na França de Napoleão
Hoje estou aqui procurando
Fazer parte de um tempo
Que não tem tempo para mim

Não consigo parar no tempo
O tempo corre atrás de mim
Às vezes me vejo correndo atrás de uma bola
Em outros momentos
Estou galopando num cavalo
Com uma espada na mão
Lutando contra os romanos
Para fazer parte de um tempo

Quando penso no dia de ontem
Abro os olhos
Estou caminhando nas principais
Ruas de Moscou
Nos tempos dos czares
Em seguida
Esqueço-me do dia de hoje
A Rússi não me sai da visão
Os meus olhos voltam a fechar
Quando acordo
Estou perdido no tempo

Com a chegada da noite
Corro sem parar
Fujo da madrugada
Estou com medo
Caminho nas ruas escuras de Londres
Época vitoriana
Prostitutas são assassinadas
Crimes do estripador
São manchetes nos jornais
Que fazem história de um tempo

Quando tudo parece calmo
Alguém me pega pela mão
Estou sendo levado para ouvir um concerto
Um grande teatro surge a minha frente
Mozart toca a nona sinfonia
Permaneço até o final
De repente estou sozinho
O teatro está vazio
Adormeço numa poltrona
Sonho que sou filho do tempo

Quero parar de sonhar
Ordeno que meu pensamento
Volte ao leito natural
Não consigo
Uma força sobrenatural me domina
Vejo uma sombra seguindo os meus passos
Mostra os horrores da Segunda Guerra Mundial
Uma criança maltrapilha
Chega perto de mim
Entrega-me uma rosa vermelha
Ela aponta para um imenso cogumelo no céu
É Hiroshima e Nagasaki
Ardendo no fogo
Que mais parece o inferno
De um doloroso tempo

Ando com a criança
Por todos os lugares
Em cada lugar uma batalha
Em cada batalha pessoas morrendo
A dor no coração é grande
As lágrimas correm
No rosto do anjo
Que me acompanha
A tristeza é profunda
Depois de muito andar
A criança caminha lentamente
Na direção do horizonte
Desaparece sem deixar rastros
Permaneço perdido no tempo
Sem poder fazer nada
Raça humana desgraçada
Que deixa a morte
Acabar com os melhores dias de um tempo

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