domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Fúria do Vento no Oriente Médio

O que está acontecendo no Egito e nos demais países árabes, é uma demonstração de que quando o povo quer mudança, não há regime que suporte. O ditador Mubarak, governando há trinta anos, com apoio explicito dos Estados Unidos, não quer largar o osso de forma alguma.
                Os ecos da Revolução dos Jasmim que derrubou o ditador Zine AL-Abidine Ben Ali, na Tunísia, no mês passado é a prova mais cabal que se possa ter, de que uma ditadura por mais violenta que possa ser, o povo na rua, forma uma violenta tempestade e derruba qualquer regime autoritário.Chega ser encantador e repleto de glamour ver nos meios de comunicação o povo gritando, mesmo apanhando, por liberdade e democracia.
                Não há ditadura no mundo que tenha sobrevivido quando a sociedade se organiza e pede mudanças, assim foi na América Latina e principalmente no Brasil. Como em toda revolução, há mortos e feridos, até porque não existe outra forma de luta, a não ser através da violência. Quando não existe democracia e canais de escape de uma sociedade, o caminho é a luta em todos os sentidos.
                Ainda ontem, a televisão mostrava o protesto de um milhão de pessoas no Cairo, clamando democracia, a minha memória voltou nos tempos da luta no Brasil, quando em São Paulo, na praça da Sé, os movimentos democráticos, reuniram mais de um milhão de pessoas pedindo eleições diretas já. A força foi tão grande que o regime militar foi afogado e morto pela encantadora magia do povo brasileiro.
                 Mas nunca devemos esquecer que tudo começou com a famosa novembrada aqui em Florianópolis, em 30 de novembro de 1979, ocasião em que o general Figueiredo quase acabou apanhando do povo, reunido na Praça XV.
                Segundo este poeta, num poema sobre a fúria do vento, na obra, “Loucos Pensamentos”: “Povo é igual um vento forte/Que vem da montanha/Uiva quando quer/Sopra quando quer/Da forma que quer e derruba o que quiser”. Diante disso, estamos assistindo o vento quente das areias do deserto no Oriente Médio, varrendo a podridão das ditaduras muçulmanas.

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