quarta-feira, 30 de março de 2011

Sonho de Uma Paixão

Como o vento vindo do Sul
O florido de uma mágica Primavera
Numa tarde fresca em dia de Outono
O calor numa noite quente de Verão
Numa manhã de frio intenso
E inverno cinzento
Assim você chegou...
Na mansidão daquela noite de lua cheia

Eu...
 Amor dos teus sonhos
Transportei-me para um mundo irreal
Construí castelos
Cheguei a ver anjos entre nós...

Mas ao cair de uma folha seca
Despertaram os meus loucos sonhos...
Alegria da chegada de uma nova estação!
Mas aos poucos tudo começou a desmoronar
Tudo voltou ao real
Olhei em minha volta
Vi o Verão chegando...
Com o Sol brilhando em todos os recantos
Olhei as árvores que se agitavam para todos os lados...

Que começaram a se transformar
Dando um novo colorido à paisagem
Notei que a Primavera estava parando...
Indo embora...
Deixando um suave perfume de despedida
Eu precisava voltar...

Levantei pensando em tudo que aconteceu...
Caminhei em direção ao Verão...
Comecei a imaginar as noites quentes e sensuais
Andei loucamente...
Andando ainda estou...
Não sei para onde vou...
Estou perdido nos braços da saudade...

Talvez ainda espere
Outra Primavera voltar...
Para sentir o perfume embriagante
De uma nova paixão...

(Poema vencedor do Primeiro Concurso Literário da Fusesc em 2005)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mulher Completa

O último cliente continua no salão
Meu pensamento é puro turbilhão
A noite não foi em vão
Cada tostão
Foi ganho sem emoção
Sem excitação
Vivendo na solidão
Levo a vida de acordo com meu coração

As noites são eternas para mim
Comecei na vida ainda menina
Ainda não sei o que é ter uma vida tranquila
Cada dia é uma página
Que escrevo sobre a minha história
Trágica e melancólica
Meu grito vive preso na garganta

Preciso satisfazer os mais variados homens
Educados e imundos
Bêbados e feios
Casados ou velhos
Cada um fazendo o que não faz
Em casa com a esposa...

Sei que não irei muito longe
A beleza não dura muito
O álcool e o cigarro
Castigam o corpo da mulher da vida
Noites de orgias
Trazem rugas
Tornando a linda mulher
Na mais velha e feia dos cabarés

A minha profissão não é legalizada
Nem poderia ser
Mas é a mais antiga do mundo
Vem da época de Cristo
Mostrando que a hipocrisia
Sempre reinou
Em todos os impérios

Desde o primeiro dia
Que cheguei aqui
As noites têm sido uma tortura
Às vezes choro pelos cantos
Até hoje nunca consegui amar
Ou ser amada
Sempre usada
Em seguida desprezada
Como pessoa suja
E imoral
 Sinto-me como uma palhaça
Preciso rir para todos
Em troca de poucos trocados
Tirar a roupa
Dar prazer total
Mulher completa
Beber todas as bebidas que oferecem
Doces e amargas

No final da noite
Quando todos vão para suas casas
Dormirem com suas mulheres
Eu vou para meu quarto
Ainda com cheiro de vários homens
Tentar encontrar o sono
Que quase sempre se esconde de mim

Como seria bom
Ter alguém para amar
Uma casa para morar
Com uma vida digna
Sem humilhação
Ser mulher de um homem só
Fiel em todos os sentidos

Como essas coisas são inatingíveis
Continuarei vivendo como mariposa
Mulher de todos os homens
Prostituta para alguns
Mulher da vida para outros
Até que um dia
À noite...
Amante dos andarilhos noturnos
Me leve para bem longe
Onde os meus sonhos de mulher
Sejam realizados em sua plenitude...

domingo, 20 de março de 2011

O Teto do Quarto

O meu coração canta por mim
O dia clareia a visão
Os meus olhos não querem enxergar
O fim que se aproxima
O teto do quarto
Está repleto de mosquitos
Que teimam em fazer companhia
Cantando uma linda música
Para alegrar o ambiente

Ao lado da cama
Um disco toca uma música
Que ouço em todo momento
Momento que para mim é longo
Longo como foi o caminho
Para me aproximar de você
Você que não sabe amar
Amar uma existência
Que não pediu para fazer parte
Parte cruel
Como cruel é ficar sem absinto

O teto do quarto
É o limite dos meus sonhos
É a fronteira do real
É a separação do céu e do inferno
Depois do teto
É o irreal
Local onde mora o pesadelo
Mora a morte
Morte da liberdade
Agonia da democracia
Avanço da tirania

No meu bidê
Do lado da cama
Tem de tudo
Um copo de vodka está seco
À espera de mais uma dose
Tem ainda um livro de memórias
Memórias da boemia
Onde conto tudo
Até mesmo a tua infeliz história






Dentro do bidê
Há duas garrafas de absinto
Que acabei de comprar
Quero beber tudo
Sem deixar nada para depois
É o fim de tudo
Quero fazer do quarto
Um mundo infinito
Onde a minha imaginação
Viaje sem limitação
Num turbilhão de loucuras

Quando acordar
Voltarei ao meu mundo
Criado por mim
Inventado pela noite
Assim é a minha imaginação
De um poeta
Que nunca teve medo
De ser infeliz
Que faz da infelicidade
Uma avenida
Uma longa estrada sem fim

Não peço ajuda
Porque sou um poeta
Prefiro morrer dentro desse quarto
Escrevendo sobre os infortúnios
A fazer parte de um falso mundo
Onde as pessoas vivem por viver
Para mostrar uma falsa imagem
Prefiro ouvir eternamente
O som de uma bela melodia
Do que fazer parte dessa hipocrisia

O teto do meu quarto
É um imenso campo de flores
Que meus olhos viajam
Sinto o perfume dessas flores
Cada uma mais bela que a outra
É um jardim criado por mim
Flores que acalentam o meu coração
Rosas vermelhas e amarelas
Todas abençoam as minhas poesias
Não é nenhum desalento falar de flores
É um alento
Para a vida de um poeta
Assim como para a vida de um vivente
De um mundo descrente



O momento está chegando
Vou abrir uma garrafa de absinto
Sinto que vou escrever um conto
Contando uma triste história
História de uma mulher infeliz
Que nunca amou
Que é rica
Tem de tudo
Só não tem amor

Não é amada
Quer morrer grudada numa
Garrafa de absinto
Vive no mundo
Pensando num outro mundo
Que não existe
E se existe
É em sua cabeça

quarta-feira, 16 de março de 2011

A Luz do Sol

O sol que ilumina o dia de hoje
Será o mesmo que iluminará o dia de amanhã
Os raios de sol do dia de hoje
Serão os mesmos que iluminarão os dias de amanhã
Mas as emoções não serão as mesmas
A claridade que hoje clareia o mundo
Será a mesma
Mas as emoções não serão as mesmas

O brilho que o sol traz ao amanhecer
Será o mesmo amanhã
Mas a saudade será outra
Diferente da saudade do dia de hoje
Cada momento tem um sol
Mas os raios são iguais
Porque é preciso iluminar os
Buracos negros da humanidade

O sol não é solitário
Porque é alegre
Brilha para todos
Para os ricos e
Para os pobres
O sol é democrático
Enxuga as lágrimas de um amor que foi embora
Enxuga o lenço
Molhado de tanto chorar
Enxuga o chão molhado
Por uma chuva de verão

A neve tem medo do sol
Tem tanto medo
Que ao receber os primeiros raios solares
Chora intensamente
Desmancha-se de tanto chorar
Acaba virando um imenso rio
Que desemboca no oceano
Com medo de voltar a ser neve

O sol é como a liberdade
Brilha sem medo
A liberdade é filha do sol
Porque é infinita
Chega a criar um belo
Pôr do sol
Que nada mais é do que
A claridade de um novo tempo
Sol do mundo
Nunca nos deixe
Nem tente perder para a noite
Seja sempre o rei do universo
Onde estiver a escuridão
Penetre com os teus raios
Faça brilhar o mais escuro dos regimes
Continue sendo a porta da liberdade
Seja eterno
Como eterna é a tua luz

quarta-feira, 9 de março de 2011

Não Peça Perdão

Não faça isso! Pelo menos agora seja coerente com tudo o que você fez. Não fique de joelho e não diga nada, deixe que as coisas continuem como estão. Volte para aonde estava, e perca a esperança, o teu tempo já terminou. Onde você estava é o lugar dos demônios e dos criminosos, não pense que vou querer você aqui por perto. Houve uma época em que éramos ligados e trabalhávamos juntos. Até que um dia, você resolveu roubar tudo de mim. Não peça desculpa e nem perdão, eu sabia que um dia o dinheiro que você roubou iria acabar. Volte para o teu canto, a estrada da vida espera por você. Não procurei a polícia e muito menos perdi o meu tempo indo atrás de você, porque pessoa que faz o que você fez, acaba caindo cedo ou tarde.
                Quanto mais eu falava, mais ela abaixava a cabeça, pedindo perdão e implorando ajuda. Chorava como criança. Estava irreconhecível, nem parecia aquela linda mulher, que um dia tirou de mim uma quantia enorme de dinheiro. Estava ali, na minha frente, pedindo clemência. Perdeu o encanto, e envelheceu junto com a maldade, até mesmo os cabelos, outrora lisos e belos, agora era uma cabeleira sem nenhuma beleza. A pele do rosto mais parecia uma velha lixa usada.
                Naquele dia não era para eu ter saído, era melhor ter ficado em casa dormindo, ou mesmo assistindo à televisão. A minha casa ficava distante do centro da cidade, próxima do mar, escondida atrás de uma montanha, era o refúgio que me refazia das energias negativas do passado.
                Nem sempre, ou quase nunca, escuto a voz que fala de dentro da minha consciência. Como não levei a sério as ponderações do destino, peguei o meu carro e resolvi dar uma volta no centro, atrás do nada, ou quem sabe, de alguma confusão.
                O tempo estava chuvoso, indicando mudança de estação, era a chegada do inverno e a despedida do outono. Estava ideal para beber uma ou duas, ou três taças de vinho tinto seco, de preferência. A cidade estava quieta, tranquila, certo ar de mistério esperava por mim. Logo em seguida, estacionei o meu carro na Avenida Hercílio Luz, e fui para o Bar do Roma. Não consultei o relógio, mas deveria ser próximo das 23 horas, momento ideal para dialogar com os meus mistérios. Sentei numa mesa bem no canto do bar, chamei o garçom e pedi uma taça de vinho. Como sempre, o garçom, prestativo, logo trouxe o meu pedido. Na segunda taça de vinho, olhei na calçada e avistei uma mulher aparentando 45 anos, olhava para mim, parecia que queria falar alguma coisa. Fiz um sinal e ela aproximou-se dizendo:
                - Posso falar com você? – a sua voz era rouca e tinha uma aparência horrível.
                - À vontade, em que posso ajudá-la?
                A mulher sorriu para ela mesma, olhou para mim, como se fosse pedir algo. Ela parecia que me conhecia.
                - Olhe bem para o meu rosto e veja se não me reconhece. Eu sei que estou maltrapilha, velha e suja. Mas os meus traços permanecem os mesmos de 25 anos atrás.
                Olhei, procurei alguma coisa para ver se lembrava, mas não consegui. Ela chegou mais perto de mim, levantou bem a cabeça, aí começou surgir-me uma vaga lembrança da mulher que destruiu a minha profissão há muito tempo. Não tive dúvidas, era ela, a Simone, triste criatura!
                - Você ainda tem coragem de me procurar?
                - Eu só quero pedir perdão pelos meus erros. Eu roubei o dinheiro da empresa.
                - Eu sei que foi você, mas quem acabou pagando tudo fui eu. Você era a minha secretária, eu tinha confiança em você.
                - Fui imatura e não conhecia o mundo. Não quero culpar ninguém, mas o dinheiro que roubei da empresa acabou caindo nas mãos do meu namorado. Ele traficava drogas, e não demorou muito, precisei me prostituir para pagar os meus vícios.
                - Simone, era muito dinheiro! O dono da empresa, que morava em São Paulo, nem ficou sabendo do roubo. Eu tive que vender o meu apartamento na Agronômica e um sítio, para cobrir o rombo. Levei vários anos para me reequilibrar.
                - Eu sei.
                - Você não sabe de nada! Se eu soubesse que encontraria você, não teria vindo hoje aqui. Teria ficado em casa.
                - Estou à tua procura há um bom tempo. Precisava te encontrar para pedir perdão. Eu sei que errei com você e estou pagando muito caro por tudo que te fiz.
                - As tuas palavras não vão mudar o rumo da minha história. Você lembra que ajudei também o teu pai, que estava doente no hospital?
                - Lembro sim, e como lembro. Agora não posso fazer mais nada. Virei um farrapo humano, estou com AIDS, usei seringa com outros drogados. Não vai demorar muito e a morte será o meu final.
                - Não adianta querer me impressionar! Não te desejo mal nenhum, e, na verdade,  olhando para você, a gente fica é com pena.
                - Antônio, eu não quero a tua piedade, somente o teu perdão. Eu sei que vou morrer logo, quero antes que você diga que me perdoa. Quero morrer em paz. Sei que não será fácil. Você tem um bom coração e vai me perdoar. Deixe-me morrer feliz, ouvindo de você a palavra perdão.
                A minha noite tinha acabado. Perdi a vontade de continuar bebendo o meu vinho. Estava ali na minha frente um ser humano, alguém que errou muito. Roubou uma grande quantia de dinheiro da empresa que eu administrava com muita honestidade. Precisei usar os meus bens para repor o valora roubado. Sempre fui um homem bom, perdoei Simone, e para dizer que não guardei rancor, acabei pagando um jantar para ela. Conversamos mais um pouco e em seguida ela foi embora.
                Dois dias depois, eu li no jornal que uma andarilha tinha se jogado da ponte Hercílio Luz. Fui até o Instituto Médico Legal e, para a minha surpresa, era a Simone. Ela procurou o suicídio, como forma de fugir da sua desgraçada vida. O delegado, vendo-me triste, aproximou-se de mim e disse:
                - O senhor é parente dela?
                - Não sou parente, apenas um amigo de longa data. Eu acho que ela não tem família.
                - Engraçado, porque encontrei no bolso do casado dela, uma caderneta de poupança em nome de Antônio Fragoso. Eu já me informei no Banco, e o valor depositado lá é grande, muita grana! Pelo histórico dos depósitos feitos, o primeiro foi há mais de 20 anos. Estranho, se era ela é quem fazia esses depósitos, por que viveu todo esse tempo nessas condições?
                - Delegado! Antônio Fragoso sou eu! Eu fui chefe dela há 25 anos.
                - Mas o senhor não falou que não era da família?
                - Disse sim, mas como eu falei anteriormente, sou amigo dela. Esse dinheiro que ela depositou durante todo esse tempo, foi uma forma que ela encontrou para saldar uma dívida que tinha comigo. Eu gerenciava uma empresa de representação e ela era a minha secretária. Num belo dia, mandei-a num banco depositar uma quantia em dinheiro. Ela aproveitou a ocasião e sacou tudo. Daquele dia em diante, eu nunca mais a vi. Eu fui obrigado a vender alguns bens para cobrir o roubo. Há uns três dias atrás fui procurado por ela lá no Bar do Roma. Pediu perdão, jantou comigo e foi-se embora.

terça-feira, 1 de março de 2011

Perfume de Felina

Sinto o teu perfume
Por ele sou teleguiado
Ele quer que eu vá
Até você
Você sabe que morro de vontade
Vontade de ficar tonto e
Desmaiar nos teus braços
Braços que me apertam
Apertam tão forte
Que até parece um polvo
Sedento de amor

Os teus lábios de mulher felina
Deixam marcas
Pelo meu corpo
Corpo escravizado por você
Você conhece os pontos fracos
Fracos porque foram descobertos
Pela tua louca vontade de ser
Prontamente acariciada por mim

Estou a caminho
Sou guiado pelo teu perfume
Quanto mais rápido eu vou
Mais imagino o que me aguarda
Eu sei que você me espera
Usando lingerie vermelha
Bebendo vinho branco seco
Para molhar a tua boca seca
Seca e com fome
Fome de morder cada parte do meu corpo

Estou suado
Pela pressa de estar o quanto antes
Perto de você
Linda mulher
Dona das minhas vontades
Vontades que os meus olhos conhecem
Conhecem tanto que nem preciso falar
Falar somente através do pensamento
Palavras desnecessárias
Desnecessárias porque o encanto do olhar é mais forte

Quando eu chegar perto de você
Sei que serei devorado
Os teus olhos mastigarão cada membro do meu corpo
Corpo que irá ficar despedaçado
Despedaçado pela tua tirania de louca mulher

Mulher insaciável
Fala pouco quando quer amar
Amar com qualidade
Qualidade de uma felina
Que sabe escolher o macho
Macho que não sabe parar
Parar somente quando
As energias forem sugadas
Sugadas como vampiro
Vampiro que maltrata o corpo
Corpo pronto para ser mordido

Não quero dizer nada
Quando olhar nos teus olhos
Olhos que irão me dominar
Fazendo com que cada peça de roupa
Seja tirada aos poucos
Sem que necessite tocar
A magia do olhar fará com que
Os nossos corpos fiquem nus

Mulher tirana
Tirana porque sabe o que fazer
Fazer bem feito
No momento certo
Na hora em que o desejo
Não suportar mais
Ai eu serei o teu dominador
Arrancarei os suspiros mais profundos da tua alma
Alma sem rumo
Porque o rumo está destroçado
Que não aguenta mais ser a felina de um amante
Que não perde tempo
Com pouca coisa
E não sabe esperar

O teu perfume é o meu vicio
O teu cheiro me deixa perdido
A minha pele fica arrepiada toda vez
Que o vento traz o aroma do teu enfeitiçado perfume
Se a morte tem um cheiro
Um perfume
Quero morrer sentindo esse perfume
Assim poderei morrer embriagado
Sem sentir nenhuma dor
Como se fosse um profundo sono
Não faça isso comigo
Mulher desvairada
Quero morrer na névoa do teu cheiro
Ser mordido pelos teus dentes afiados
Quero ouvir pela última vez
O teu louco ai
Quero olhar no fundo dos teus olhos
Na hora do prazer
Quero que você deixe que eu explore
Cada centímetro do teu corpo

Por favor!
 Não tenha pressa
Faça de conta que o mundo vai acabar amanhã
Assim poderemos imaginar
Que são os últimos momentos de amor
Ensina-me as últimas lições do prazer
Seja a minha primeira e a última professora
Quero que me esgote
Quero esgotar você
Beber freneticamente todas as tuas energias
Como um apaixonado vampiro
E depois de tudo
Poderemos morrer
Como dois loucos selvagens

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...