segunda-feira, 18 de maio de 2015
FLORES SECAS
Ontem à noite...
Antes do descanso do meu corpo...
E próximo da viagem que a minha alma faz todas as noites...
Aos confins do universo...
Fiquei observando o cair das flores secas...
Do meu jardim...
Outrora verdes...
Floridas e lindas...
Agora secas e em estado terminal...
Vão fazer parte de um imenso tapete que cobrirá a terra...
Em cada flor uma história que ia sendo consumida pelo tempo...
O cair das flores secas não fazia barulho...
Ao som da música da noite...
Embaladas pelos últimos passos da dança mortal...
Elas seguiam meigamente para o fim...
De forma charmosa e sem revolta...
Antes de se chocarem com o chão...
Faziam um belo bailado...
Obedecendo ao vento...
Que suavemente...
As conduziam à morte...
Algumas vieram na minha direção...
Como se estivessem pedindo ajuda...
Delicadamente as beijei numa última tentativa...
Mas meu gesto foi inútil...
Depois de receberem o meu carinho...
Foram ao encontro da morte...
Que as levou para o túmulo das esperanças do além...
Como amante da noite e poeta da escuridão...
Escrevo esse poema em homenagem às flores secas...
Quem sabe as nossas vidas e as nossas estações sejam assim...
Obedecem o desfolhar do destino...
Que delicadamente nos conduz para a musicalidade da eternidade...
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