terça-feira, 3 de abril de 2018

O POEMA E A GAIVOTA

Praia deserta/Final de tarde/Outono de um ano/Que o tempo não traz de volta/Somente o barulho das ondas/Abraçando a praia/Era ouvido/Sentei numa pedra/Fiquei pensando/Queria tirar a vida a limpo/Resolvi escrever um poema na areia/Nele descrevi os passos e os compassos/Da caminhada/No céu/Uma gaivota/Voava de um lado para o outro/Parecia que estava lendo o que eu escrevia/Com seu canto/Embalava a minha imaginação/De repente/Ela pousou em cima do meu poema/Exatamente na quarta linha/Onde dizia/Que a vida é uma canção/Uma melodia/Uma poesia/Um poema/Um romance/Que só termina/Quando partimos daqui/Quando o nosso dia terminar/Ou quando formos chamados/Para ir para outra dimensão/Ela ficou ali/Por um bom tempo/O suficiente para que outras palavras/Surgissem na mente/Quando ela voou/Escrevi na areia quente/O final do poema/Que relatava/As nossas paixões... /Amores... /Que cruzam em nossas vidas/Mas que deixam marcas... /Cicatrizes no coração/Que fazem de nós/Seres embriagados/Por fortes emoções amorosas/Como não queria perder o poema/Porque logo a maré viria/E levaria as palavras/Resolvi anotar num papel/Nesse instante/A gaivota voltou/Pousou novamente sobre o poema/Ali ficou/Olhando-me/No seu olhar percebi/Que ela não queria que anotasse o poema/Queria que o poema/Fosse levado pelas águas salgadas do mar/Que fosse distribuído por todas as praias desse mundão/Já era tarde/Quando a maré subiu/Levando com ela/O meu poema/Que hoje deve estar/Sendo lido pelas gaivotas/Pelos transeuntes... /E pelos inúmeros caminhantes dessa terra.

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