quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fantasma Libertino

Quero desfalecer nos teus braços
Braços que sempre embala meu corpo
Corpo que espera o apito final
Quero o prazer mais intenso
Intenso que poderá até embelezar
A minha triste alma

Sou o fruto de um amor fortuito
Fortuito porque não foi eterno
Nem poderia ser
Uma prostituta nunca ama
Quando ama
Não é amada
E quando é amada
É desgraçada
Pela sociedade

Preciso do teu desejo
Não vivo sem o prazer
De sentir a tua mordida
Nos meus lábios
Ressequidos pela falta dos teus gemidos
Não sei viver sem o teu perfume
Perfume que me embriaga
Embriaga até o fim da noite
E durante o dia
Ainda sinto o teu feitiço

Você deveria viver longe
Tão longe
Que nem mesmo a saudade seria capaz
De enlouquecer o meu coração
A minha casa continua a mesma
Imoral por excelência
Desarrumada como sempre
Não sei por anda
A única coisa que ainda sei
Que você é o meu fantasma
Perambula pela noite
Procura-me para fazer amor
Do jeito e da forma
Que somente nós sempre fomos capazes

Se eu sou libertino
Foi com você que aprendi
Aprendi tanta coisa
Coisa que ainda hoje esta guardada
Guardada para sempre
Na memória
Memória suja de um canalha
Canalha sem beira
Que algumas vezes beira a loucura
Loucura que chega a ser doce
Outras vezes apimentada
Apimentada pelo suor do teu corpo
Corpo que nas derradeiras madrugadas
Sente tocar o desejado corpo
Não tenha medo
Porque sou a tua vontade
Vontade de desaparecer através
Dos desfiladeiros
Desfiladeiros que guardam os segredos dos amantes
Amantes que morrem de tanto amar
Amar um amor proibido e fantasioso
Fantasioso porque não tem fundamento
Quebrar as amarras de uma sociedade hipócrita
Hipócrita porque vive atrás dos ventos conservadores

Quando resolver voltar
Estou aqui na varanda da casa dos imorais
Imorais porque acreditam na poesia
Poesia que alimenta a sede da paixão
Não demore em chegar
Porque talvez encontre a porta fechada
Fechada para a vida
Vida que para nós imorais
É passageira
Se resolver voltar com a primavera
Não se esqueça de trazer uma rosa vermelha
Para embelezar o quarto dos nossos prazeres
Prazeres que matam a nossa profunda vontade de amar

Se por ventura resolver
Continuar no mundo da vida fácil
Continuarei sonhando com você
Vendo a tua imagem grudada em mim
Observando os teus passos nas ruas
Nas noites e nas madrugadas
Vou imaginar você dormindo nos meus braços
Chorando de saudade
Gemendo de prazer
Brigando comigo
Tendo ciúmes violentos
Violentos como os ventos uivantes
Que massacram as montanhas
 Que circundam a casa dos imorais

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