sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Alto Preço do Turista

Duas coisas estão assustando os florianopolitanos: o preço da carne e o preço do turista. Como todo brasileiro, fui ao supermercado em dezembro, fazer compras, mais especificamente, comprar os alimentos para as festas de final de ano. O primeiro susto: o preço da picanha, 58,00 a 70,00 reais. A maminha, entre 30,00 a 45,00. No início de dezembro, os mesmos produtos poderiam ser comprados pela metade do preço. Foi só chegar o turista, os preços ficaram na lua. Nesse caso, resolvi não comprar, até porque o dinheiro está curto. Ao sair do supermercado, encontrei a Dona Zica, ali de Santo Antônio, comentamos sobre a barbaridade dos preços. Foi aí que Dona Zica disse: “o quê? Comprar picanha e maminha? Pois eu vou protestar passando o derradeiro do ano, com berbigão e garopeta, mas vou comprar dos pescadores, porque se eu for à peixaria, eles vão cobrar o preço de turista”.
                Até pode ser engraçado, mas na realidade é o que está acontecendo nessa época do ano.
                O segundo susto: eu e minha esposa fomos num restaurante, em Sambaqui, para tomar uma cervejinha e degustar frutos do mar, quase morremos afogados pelo alto preço cobrado. É preciso fazer uma avaliação sincera: até que ponto a chegada do turista ajuda quem reside em Florianópolis? Acredito que somente os empresários, pequenos e grandes, ganham com o turista. Hoje é mais barato pegar o carro e ir até Piratuba, no Oeste do Estado, passar um final de semana nas águas termais, do que aproveitar a praia durante a semana. Não existe uma fiscalização adequada quanto aos preços cobrados.
                Hoje em dia, todo poder ao empresário de fora, todo poder ao turista, e qual a política para quem vive em Florianópolis? Não temos uma saúde adequada, os postos de saúde trabalham como repartição pública, pois abrem às 8 horas e fecham às 17 horas. A Prefeitura de Florianópolis está à deriva, com um Prefeito prestes a ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, como prefeito itinerante. Em tudo que a Prefeitura mete a mão, alguma coisa sai errada, haja vista a moeda verde, a árvore de natal, a eleição da presidência da Câmara Municipal de Vereadores, e ainda a exorbitância do valor para transformar o antigo prédio da Câmara Municipal em Museu.
                Outro dado preocupante é o trânsito da SC-401. Mais uma vez, é mais fácil pegar a bicicleta e ir ao centro do que ir de carro. A cidade está tomada de turistas, que muitas vezes são mal educados e não respeitam absolutamente nada. Quando chove, a situação vira um caos total. O meu filho diz sempre: “Florianópolis tem maravilhosos pontos turísticos, mas não tem estrutura para ser considerada uma cidade turística”.
E os governantes não fazem nada, preocupam-se apenas com a arrecadação de impostos, o que, aliás, nunca foi tão expressivo como na atual gestão.
                Nós precisamos do turista, mas não podemos pagar um preço tão alto assim!
               

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