domingo, 24 de abril de 2011

O Concerto


Gotas de orvalho
 Molham suavemente o chão
A espera é longa
Estou contando cada segundo
Não sei o que será
Se o tempo maltratar a esperança
Talvez seja tarde
Porque os minutos passam

Cada gota de orvalho
Faz um longo barulho
Imagino que ocorra uma mudança
Porque por mais demorado que seja um tempo
Vai chegar a hora em que o relógio baterá meia noite

A grama está molhada pelo sereno
A madrugada vai trazer o frio
O silêncio vai tomar conta do jardim
As flores conversarão entre si
Ouvindo o canto do grilo

O vento foi-se embora
Deixou atrás de si
Alguns segredos da calmaria
Nesse momento de paz
Nada pode atrapalhar
Nem mesmo a canção das cigarras

Enquanto as gotas de orvalho
Continuam emudecendo as folhas das árvores
A coruja preta
Voa na direção do lago azul
Na expectativa de encontrar a sua alma gêmea

Nesse bailado da natureza
O meu coração tenta viajar
Procura ouvir a musicalidade
Que abraça tudo em volta
Quer fazer parte desse clímax
Com isso
Quem sabe a dor que sente
Possa ser curada

Na imensidão da longa noite
Do escuro que foge da luz
Os transeuntes da névoa escura
Aproximam-se lentamente para ouvir
O concerto musical
 Que é tocado no firmamento

Cada um senta onde acha melhor
Estão atentos...
Necessitam do som que vem do infinito
Não é sempre que as alturas
Promovem o encontro das maravilhas
Nenhum barulho é ouvido
As flautas iniciam a bela música
O grilo e a cigarra silenciam
Precisam desse espetáculo

Lá em cima
As estrelas param
Olham para baixo
Emitem luzes de todas as cores
Participam do concerto que acontece
Este instante é raro
Talvez demore a voltar acontecer

Os músicos querem apenas
Trazer para a noite
O sentido da vida
O valor de um novo tempo
Mostrar que vai chegar uma época
Em que os seres humanos
Não saberão o que é a desgraça

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