terça-feira, 28 de março de 2017

POEMA AO NASCER DO SOL

Quando o sol começa a nascer/ Saio bem cedo/ Num ligeiro galope/ Vou ao encontro/ De outras paragens/ Saio me despedindo/ Saio cantando/ Com o coração apertado/ Triste e solitário/ Sinto o vento bater no rosto/ Certo frio me acompanha/ Sem preocupação/ De um dia voltar/ Porque não deixo saudade/ Sou apenas mais um/ Na irmandade de uma/ Família fracassada/ E egoísta/ Falta não vou fazer/ Não compartilho nenhum sentimento/ Com a voz engasgada/ Continuo cantando/ E o canto sai emocionado/ O violão que carrego/ Na garupa do meu cavalo/ Começa a emitir uma canção/ Os campos aparecem/ E desaparecem em cada olhar/ Pareço ser um galopante fantasma/ Nos versos que vou cantando/ Vou dizendo/ Que tudo valeu a pena/ Até mesmo os desencontros da vida/ Em cada riacho/ Que vou atravessando/ O meu cavalo relincha/ Tentando imitar/ O meu cantar/ Como uma segunda voz/ Ele sabe a hora de parar/ E acompanhar o som agudo/ Que sai da minha garganta/ A luz do sol/ Começa aparecer/ Por detrás da montanha/ Olho para trás/ Ainda vejo a chaminé/ Da casinha de madeira/ Soltar as primeiras fumaças/ Do velho fogão a lenha/ Os viventes ainda não sentiram/ A minha falta/ Nunca fiz diferença/ Pensam que fui cuidar da boiada/ Com o decorrer do dia/ Vão perceber/ Que desapareci/ Fui para nunca mais voltar/ Porque agora/ Não gastarão nenhum tostão/ Com a minha pessoa/ Serei o galopante da vida/ Distante/ Viandante/ Em outro patamar/ Em algum lugar da terra/ Continuarei o meu canto/ Em algum recanto/ Que tenham apreço/ Pelo cantar do poeta.../

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