terça-feira, 29 de novembro de 2016
SOMOS TODOS CHAPE
É um dia muito triste. Avião que levava a delegação da Chapecoense com destino a Medelin, na Colombia, caiu matando 76 pessoas, entre jogadores e membros da comissão técnica.Estavam na tragédia, funcionários e jornalistas da RBS e TV Globo. Estou angustiado com o que aconteceu. Sou natural de Chapecó e no início da minha vida no esporte, joguei no juvenil da Chapecoense. É uma grande tragédia que vai ficar na memória da minha terra natal. Estava feliz e orgulhoso com o momento magico da Chapecoense. Tenho certeza que quem nasceu em Chapecó, não está acreditando no que aconteceu. Que o Pai Eterno cuide muito bem dos atletas, comissão técnica,jornalistas, pilotos e comissários de bordo. Somos todos Chape... O mundo inteiro está triste... Porque um time inteiro pereceu na tragédia...Os que saíram feridos, se conseguirem sobreviver terão sequelas para sempre.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
EMOÇÃO DA CONQUISTA
Não quero levar para a sepultura/
Nenhum sonho.../
Levar apenas saudade.../
Das emoções da vitória.../
Quero realizar todos os meus sonhos.../
Inclusive aqueles não realizados.../
Até por que.../
Se não conseguir.../
É porque não era para ser.../
Não quero ficar no tormento.../
De estradas não trilhadas.../
Quero fazer tudo o que tenho direito.../
Sem me preocupar com os outros.../
Ninguém é dono da minha vida.../
Não sou proprietário de nenhum coração.../
Nem quero ser.../
Sou ave de arribação.../
Vou viver o resto da existência.../
Abrindo novas portas.../
Conhecendo novos ares.../
Novas pessoas.../
Como um incansável bandeirante.../
Há um ano atrás.../
Correr no Deserto do Atacama no Chile.../
Era um sonho inatingível.../
Que acabo de conquistar.../
Com muita emoção.../
Hoje.../
Tenho outros sonhos/
Ainda não realizados.../
Tenho absoluta certeza.../
Que até o final da minha vida.../
Irei realizá-los.../
domingo, 27 de novembro de 2016
FALSO SENTIMENTO
Não adianta lamentar o que se foi.../
Pouco vai adiantar.../
Chorar depois que perdeu.../
Valorizar o que não te pertence mais.../
Não adianta sentir saudade.../
De alguém.../
Se enquanto estava ao lado.../
Não dava importância.../
Importância que dava a outros.../
Valorizar a pessoa que foi embora/
Pode ser uma forma de pedir desculpas.../
Talvez a consciência pese.../
Dizer que ama.../
Quem um dia.../
Fez parte da tua vida.../
Não vai trazer essa pessoa de volta.../
Não derrame lágrima.../
Por quem um dia.../
Foi teu amor.../
Mas se entregou a outra pessoa.../
Agora é tarde.../
Às vezes.../
Parece que mais vale viver longe.../
Muito distante.../
Das pessoas que dizem que nos amam.../
Interessante.../
Como é o ser humano.../
Fica triste.../
Cai no choro.../
Escreve lindas palavras.../
Da pessoa amada.../
Do pai.../
Da mãe.../
Do irmão.../
Do amigo.../
Quando esses.../
Morrem.../
Ou foram viver distante.../
Ou fizeram uma viagem.../
Mas quando se vive ao lado.../
Nenhuma palavra de carinho.../
Nenhum gesto.../
São expostos.../
O ser humano.../
Só valoriza o que perdeu.../
Depois de perder/
Enquanto vivia perto.../
Discutia... Criticava... Desamava.../
É na distância.../
Longe... Muito longe.../
Que às vezes.../
Somos lembrados.../
Sendo assim.../
Que tal irmos embora?/
Tenho essa vontade.../
De desaparecer.../
Ficar apenas na memória.../
Na saudade dos falsos amores.../
Dos invejosos.../
Dos fracassados.../
Daqueles que mentem sobre os sentimentos.../
E no sonho.../
Ver quem realmente/
Está falando a verdade.../
Assim.../
Seremos lembrados.../
Pelas pessoas.../
Acariciados.../
Exaltados.../
Pelas qualidades que temos.../
Que quando distantes.../
Dizem que nos amam.../
Perto... Açoitam-nos/
Fiquemos então.../
Na distância.../
sábado, 26 de novembro de 2016
FIDEL, CIDADÃO DO UNIVERSO!
Ainda jovem, apenas 18 anos de idade, no outono de 1973, em plena ditadura militar, estudante, surge a minha primeira paixão: a ideologia comunista contagia o meu coração. Fiquei profundamente apaixonado pelos revolucionários e disposto a dar a minha vida em favor do sistema comunista. Corri vários riscos, por pensar e agir como tal, na época do regime militar. Mesmo assim, não me calei.
Lia sobre o marxismo todos os dias e todas as noites. A vida de Marx, Che, Lênin, Rosa Luxemburgo, Luiz Carlos Prestes, Ho Chi Minh, do grande poeta, Pablo Neruda, e Fidel Castro fizeram parte das minhas infindáveis leituras.
No rastro da ideologia comunista, estudei a história das revoluções Russa e Chinesa. A literatura russa, nas páginas de Fiodor Dostoievski, nas grandes obras “Humilhados e Ofendidos” e “Crime e Castigo”, Leon Tolstoi, em “Anna Karenina”, colocam a realidade russa do século dezoito, em plena evidência.
Com Jean Paul Sartre, comunista francês, aprendi como é ser um jovem, rebelde e encantado pela revolução comunista no mundo. Lendo Neruda, poeta chileno, aprendi a ser poeta. Estudando jornalismo, na grande obra “Os Dez Dias Que Abalaram o Mundo”, do americano, John Reed, aprendi sobre a Revolução Russa de 1917.
Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, ensinou-me que um revolucionário tem que ter “um moral inabalável”. Ele mostrou que é possível fazer um povo feliz, dando-lhe acesso à saúde e à educação. Fez a Reforma Agrária, distribuiu a riqueza, diminui a mortalidade infantil, distribuiu médicos pelo país, nacionalizou as multinacionais, e, principalmente, erradicou o analfabetismo.
Fidel viajou para outras galáxias, junto com outros camaradas que lá vivem. Deixou aqui grandes legados. Combateu o Imperialismo e o poder norte-americano. Foi um governante amado pelo povo cubano. Ele disse um dia: “hoje milhões de crianças estão morrendo de fome no mundo, menos em Cuba”.
A minha paixão pela ideologia comunista continua... Nunca vai morrer. Porque foi lendo e relendo os grandes clássicos da esquerda, que consegui ver o mundo de forma clara. Como poeta, continuo imaginando um mundo sem discriminação, sem ódio, sem racismo, sem preconceitos.... e que todos sejam felizes...
Fidel não morreu... Ele vive nos corações e mentes dos povos humilhados e ofendidos. VIVA FIDEL!
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
EU SEI PARA ONDE VOU
Eu não esqueci.../
Jamais vou esquecer.../
De onde eu vim.../
Qual será o meu fim.../
Está escrito nas páginas/
Do livro.../
Escrito nas páginas da minha alma.../
As minhas raízes.../
A minha origem.../
Da terra.../
Do local onde nasci.../
Fazem parte da minha vida.../
Lembro dos detalhes.../
Dos encantados momentos/
Da minha infância.../
Sou fruto de uma boa semente.../
De uma família de guerreiros.../
Alma valente.../
Coração corajoso.../
Filho de uma estirpe familiar que/
Jamais se rendeu.../
Eu não esqueci.../
Da região onde nasci.../
Dos meus pais.../
Dos meus avós.../
Dos meus irmãos.../
Hoje.../
Cada um.../
Segue seu destino.../
Desbravando outras terras.../
Mas sintonizados na harmonia das almas.../
Semente boa.../
Germinou.../
Foi plantada em terras/
Do velho oeste.../
Que não se perdeu.../
Enfrentou as geadas/
De rigorosos invernos.../
Terra vermelha.../
Cor da paixão.../
Paixão pela determinação/
De lutar um bom combate.../
Semente que deu um fruto forte.../
Que nunca se quebrou.../
Algumas vezes se dobrou.../
Continuou.../
Combatendo as tempestades da vida.../
Caminhante que nunca baixou a cabeça.../
Não é perfeito.../
Apenas um viajante.../
Que faz da vida.../
Uma bela viagem.../
Eu sei para onde vou.../
Os caminhantes sabem.../
Os poetas sabem.../
São herdeiros de uma legião/
De seres que vieram de outros mundos.../
Reencarnaram aqui.../
Para espalhar a determinação.../
Viajam levando a luta.../
Como forma de vida.../
É um lugar/
Onde os anjos vivem.../
Nas terras verdejantes do céu.../
Onde é feito o planejamento/
Da vida na terra.../
Onde os poetas aprendem/
A declamar as suas poesias.../
Onde os professores.../
Aprendem a ensinar.../
É um lugar.../
Repleto de boas criaturas/
Onde não há ódio/
Nem rancor.../
Onde a paz é permanente.../
Onde as lágrimas são de alegria.../
Onde todos se amam.../
É lá.../
Que a minha alma vai descansar.../
sábado, 19 de novembro de 2016
VENCI O DESERTO DO ATACAMA
Deserto... Você me conheceu.../
Eu conheci você.../
Não tive medo da tua cara feia.../
E empoeirada.../
Você não teve medo da/
Minha determinação.../
Árido... Quente.../
Misterioso.../
Tentou me colocar receio.../
Pretendeu me amedrontar.../
Não conseguiu.../
Não me venceu.../
Eu venci.../
Cada metro.../
Eu conquistei.../
Tentou confundir a minha mente.../
Criando quadros fictícios.../
Confesso que teve um momento.../
Que balancei.../
Você chegou a pensar/
Que eu ria desistir.../
Pedir ajuda.../
Para ser resgatado.../
Fugir de você.../
Apenas parei para amarrar/
O meu tênis.../
Tirar a areia da meia.../
Depois.../
Bebi água.../
Voltei para o combate.../
Você me ensinou muitas coisas.../
A primeira.../
É nunca ter medo.../
Mesmo que tudo pareça/
Estar perdido.../
Que mais vale tombar lutando/
Que ser covarde.../
Por nunca ter tentado.../
Mostrei que não sou conformado.../
Sou um guerreiro inconformado.../
Travamos um bom combate.../
Respeitei você.../
Fui humilde.../
Lutei com as minhas armas.../
Você me respeitou/
Você foi humilde.../
Sabia que não estava/
Lidando com um fraco.../
Venci.../
Recebi a medalha de vencedor.../
Foi a maior vitória da minha vida.../
Exigiu de mim/
Todos os esforços.../
Possíveis.../
E impossíveis.../
Jogamos.../
Eu ganhei o jogo.../
Todos que te desafiaram/
Acabaram morrendo de sede/
Ou perderam-se.../
Nas falsas areias/
Ou armadilhas.../
Criadas pela tua mente diabólica.../
Deserto de Atacama!/
Lugar místico.../
Onde a natureza tem o/
Seu principal laboratório/
De sobrevivência.../
Milenar.../
Milhares tombaram tentando/
Atravessar as tuas areias/
Quentes e áridas.../
Quando corria pelo Vale da La Luna.../
Vi centenas de cruzes espalhadas.../
Mais uma prova.../
De que você é um guerreiro/
Combativo e destemido.../
Não perdoa ninguém.../
Eu venci você.../
Também sou guerreiro de fibra.../
Que vai deixar/
Nas estradas de terra.../
No asfalto.../
Nos desertos.../
Nas montanhas.../
A marca registrada.../
De um poeta corredor.../
Que nunca teve medo de lutar.../
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
A GRANDEZA DAS CORDILHEIRAS DOS ANDES
O sol estava brilhando...
escaldante...
Nenhuma nuvem...
Voando ao lado da
Cordilheiras dos Andrés...
Com seus picos
Repletos de neve...
Parecia que estava
Voando perto do céu...
o pássaro branco pendia
De um lado
Para o outro...
Dando a oportunidade
De se observar a beleza e
A majestade das Cordilheiras...
Estava voando bem perto dela...
Ela não se mexia...
Apenas olhava o grande
Pássaro branco
Passando ao lado dela...
Um pouco mais a frente...
Eis que surgiu o Deserto do Atacama...
Quieto...
Misterioso...
Árido...
Quente com um sol ardente...
Aguardava a minha espera...
Não iria desafiá-lo...
Apenas ser seu caminhante...
Sentir de perto a emoção...
Ver a beleza dos vulcões em atividade...
As salinas...
As dumas...
Aos poucos o grande pássaro branco
Foi pousando...
Parecia que estava abraçando o deserto...
Deserto que abria os seus braços...
Para saldar os visitantes...
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
A MEDIOCRIDADE VENCE NOS ESTADOS UNIDOS
Com a eleição de Trump os americanos mostraram que adoram Hitler. Ele é hipernacionalista, fascista, racista, não respeita a mulher, beligerante... Vamos viver um momento escuro no mundo e de incertezas. É inacreditável, mas teremos que conviver com um louco, governando a nação mais poderosa do mundo. Lá como aqui, a direita tomou conta.
domingo, 6 de novembro de 2016
REFLEXÕES DO POETA CORREDOR
Distância.../
Momentos de reflexão.../
Reflexão na encruzilhada.../
Seguir em diante.../
Ou.../
Parar por um momento.../
Sentar na beira da estrada empoeirada.../
Descansar por um instante.../
Beber água.../
Observando a bela magia/
Das montanhas.../
Pensar no que fazer.../
Distante do ninho.../
Pássaro voador.../
Nenhuma passarinha segura seu coração.../
Corredor.../
Conhecendo outras paragens.../
Caminhante da vida.../
Cigano.../
Não consegue parar.../
Poeta viajante.../
Paixão pela emoção.../
Faz da vida uma valsa.../
Nem mesmo/
O frio intenso da noite.../
Faz parar de correr.../
Muito menos o.../
Sol escaldante.../
Remove a determinação/
De continuar correndo.../
Heroica alma.../
Alma feroz.../
Amada alma.../
Linda alma.../
Coração felino.../
Guerreiro do tempo.../
Apaixonado pela aventura da vida.../
Os poetas são seres iluminados.../
Iluminados pela luz divina.../
Os poetas são cancioneiros.../
Amados cantores.../
Amantes.../
Belos amantes.../
Lindos dançarinos.../
Que nunca morrem.../
Seus poemas são eternos.../
Como eternos.../
São seus amores.../
Para esse mundo.../
Sozinho eu vim.../
Desse mundo.../
Sozinho também partirei.../
VIVÊNCIA DE MATURO
Na solidão do mato.../
Onde o único barulho/
É o cantar dos pássaros.../
E o corococó das galinhas.../
O matuto vive.../
Distante do progresso.../
Cria o seu próprio mundo.../
Conhece o tempo de plantar.../
Percebe quando a chuva/
Está para chegar.../
E a época da geada../
Foi sempre assim.../
Nunca quis morar na cidade grande.../
Herdou as terras/
Que cuida com carinho.../
Nesse tempo mágico.../
Ele vive.../
Como artista da terra.../
Remexendo aqui e acolá.../
Criando os mais variados/
Desenhos na roça.../
Onde vai plantar a semente do milho.../
Do feijão.../
Para o seu sustento.../
O matuto é a última figura.../
De um tempo.../
Que não volta mais.../
Até mesmo a música caipira/
Símbolo da inspiração cabocla.../
Está desaparecendo.../
Com o vento que sopra/
Lá pelo cantão da serra.../
Época dos nossos avós.../
Onde o respeito era sagrado.../
Tempo em que os filhos.../
Respeitavam os pais.../
Só lembranças.../
Nada mais restou.../
Dos dias maravilhosos.../
Onde o caboclo era respeitado.../
Trabalhava para levar alimentação/
Aos habitantes da cidade.../
Ele sabia fazer quirera.../
Moendo o milho no pilão.../
Cozinhava o feijão no fogão a lenha.../
No final de semana.../
Ia à vila de carro de boi/
Trocar a colheita do milho/
Por corda... Fumo... Banha.../
No final do ano.../
Matava porco.../
Fazia salame.../
Reunindo a família/
Para comemorar o Ano Novo.../
Todo final do dia.../
Juntava os ovos.../
Um pouco era vendido na vila.../
O resto ficava para o alimento da família.../
Na roça.../
O caboclo sabia como lidar com a formiga.../
Até parece que conversava com elas.../
Era um mundo sem o veneno do progresso.../
No dia de São João.../
Pegava o cavalo mais veloz.../
Ia à raia.../
Disputar corrida.../
Entre um gole e outro de pinga.../
O caboclo tocava a vida.../
Sem falar de ninguém.../
Tinha um coração puro.../
Simples e sem malícia.../
Contador de histórias.../
Sabia reunir numa roda de amigos.../
Contar os misteriosos causos do saci-pererê/
No mês de junho.../
Levantava uma grande fogueira/
Entre cantos e quentão.../
O caboclo alegrava o coração/
Da sua gente.../
Esse tempo faz parte da história.../
Ninguém mais quer viver no interior.../
As máquinas estão fazendo tudo.../
Mas não fazem a magia.../
O encanto daquele tempo.../
AINDA ONTEM...
Ainda ontem.../
Pensava que continuaria vendo/
O mundo de forma tranquila.../
Cada um no seu canto.../
Ontem tinha uma opinião.../
Achando que assim sempre fosse.../
Ainda ontem.../
Via a estrada sem obstáculos.../
E o sol brilhava.../
E o céu estava azul.../
Não chovia muito.../
Tudo caminhava/
Como planejado.../
Ainda ontem.../
Eu fiz promessas.../
Jurei que seria leal ao trono.../
Fiz projetos.../
Ainda ontem.../
Todos sorriam.../
Viam o mundo/
Como um paraíso.../
Mas nada disso aconteceu.../
Alguém modificou os planos.../
Planos que naufragaram.../
Perdi tempo.../
Perdi a coroa.../
Até por que.../
Não sou dono do mundo.../
Talvez seja filho do dono.../
Mas não tenho mais poder.../
Nem mesmo para fazer/
Um rascunho de projeto.../
O meu castelo desmoronou.../
Porque tudo pode mudar.../
Mudanças que vêm sem avisar.../
Pelo menos/
Poderia sinalizar que as/
Coisas não seriam como o planejado.../
Futuro...! Futuro...!/
Não sei quem é você.../
Acredito que seja um fantasma/
Um monstro.../
Que atormenta.../
Como uma sombra/
Pairando sobre a cabeça.../
O passado ficou bem longe.../
Até conheço.../
Gosto de lembrar.../
Era cercado de criados.../
Riqueza por todos os lados.../
Ainda ontem.../
Era mais feliz.../
Porque tinha criado um mundo/
Iria governar.../
A minha nação.../
Nação que fugiu.../
Foi embora.../
Pertence a outro príncipe.../
Esqueceu-se de mim.../
Ficou escura.../
Mostrou uma realidade/
Que jamais pensei que poderia existir.../
Ainda ontem.../
Colhia flores no jardim.../
Nas cercanias do meu castelo.../
Caminhava na beira do rio.../
Corria como criança/
Protegida pelos soldados/
Leais à Coroa.../
Caminhava pelo imenso campo de flores.../
Banhava-me nas águas limpas/
De um pequeno riacho/
Que corria no fundo do meu palacete.../
Ainda ontem.../
Vivia como um príncipe.../
Herdeiro do trono.../
De um belo país.../
Onde todos viviam felizes.../
De príncipe virei escravo.../
Conheci o outro lado/
Do meu reinado.../
O meu reino/
Foi invadido.../
Tomado pelos bárbaros.../
Vindos do norte.../
Ainda ontem.../
Tudo era tão belo.../
Maravilhoso.../
Cheguei até a distribuir/
Parte da riqueza aos mais pobres.../
Que não me defenderam.../
Até estava/
Com data marcada/
Para desposar a filha de um rei/
De um rico país.../
Nada disso aconteceu.../
Agora.../
Sou apenas.../
Um caminhante da vida.../
Vivo nas cabanas/
Dos meus antigos súditos.../
Pedindo comida.../
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
EXPURGOS DE SENTIMENTOS
Gostaria de pintar a cor da emoção.../
Vermelha ficaria parecida com/
A cor da paixão.../
Emoção...! Emoção...!/
Não machuque o meu coração.../
Seja mais leve.../
Mostre a realidade parcialmente.../
Deixe que aos poucos/
Eu vá entendendo a razão da tua/
Presença neste momento.../
Gostaria de fotografar a emoção.../
Entendê-la melhor.../
Para que um dia/
Ela não me faça chorar/
Como uma criança.../
Poderia ser amigo da emoção.../
Que um dia ela mostre para mim/
Somente os momentos bons.../
É difícil qualificar a emoção.../
Ela pode ser de alegria.../
Ou até mesmo.../
De imensa tristeza.../
A emoção de receber um não.../
Da pessoa amada.../
Dizendo que não quer mais/
Viver ao nosso lado.../
A emoção de uma vitória/
Depois de uma grande luta.../
A emoção do aviso/
Que alguém especial/
Acaba de morrer.../
A emoção engasga a garganta.../
Faz derramar lágrimas.../
De ódio.../
De revolta.../
A emoção em ver alguém/
Morrendo aos poucos/
No leito de uma cama.../
Os poetas entendem bem de emoção.../
Porque escrevem para expulsar/
Os seus próprios sentimentos.../
Que sufocam a sua alma.../
Gostaria de expurgar a emoção/
Das nossas vidas.../
Para que tivéssemos entendimento/
Em cada situação.../
Assim seríamos mais fortes.../
Mais combativos.../
Iríamos compreender o mundo/
De forma diferente.../
E não seríamos marionetes nas/
Mãos dos poderosos.../
A PERPETUIDADE DO CAMINHO
O tempo é o prazo que/
A eternidade ofereceu/
Para a caminhada.../
As pedras que encontrei/
Foram sinalizações.../
Indicações.../
Da direção que segui.../
Não posso voltar.../
Tenho que ir em frente.../
Ainda era bem cedo/
Quando resolvi conhecer o tempo.../
Abrir espaço rumo à eternidade.../
Meio sem jeito.../
Tímido.../
Caminhei.../
O relógio não parou.../
Não olhou para mim.../
Cada um seguiu a sua trajetória.../
Passei o amanhã da vida/
Conhecendo a realidade.../
Fiquei assustado.../
Muitas vezes errei a estrada.../
Demorei a voltar.../
O relógio bateu meio-dia.../
Na esquina da vida almocei.../
Talvez não fosse a melhor refeição.../
Mas foi a única que consegui.../
A tarde chegou.../
Caminhando ainda estou.../
Agora mais experiente.../
Mais tranquilo.../
Consigo caminhar seguro.../
Lá atrás da montanha.../
O sol indica que vai adormecer.../
A idade também está indicando/
Que logo a noite vai chegar.../
O corpo está castigado.../
Talvez cansado pela imensa caminhada.../
Confesso que a trajetória não foi inglória.../
Quando a noite tomar conta do mundo.../
Vou pegar o meu violão.../
Tocar uma melodia.../
Aquela que mexe com o coração.../
Que relembra os nossos amores.../
Sentar num banco/
Numa estação de trem.../
Esperar a chegada.../
Embarcar com o coração leve.../
Pronto para voar para outros ares.../
Talvez com saudade.../
Daqueles que ficaram caminhando.../
Assim vejo o tempo.../
Invisível.../
Implacável.../
Temido.../
Desconhecido.../
Sem emoção.../
Mas faz parte das nossas vidas.../
Mesmo não querendo.../
Ele é dono da nossa sina.../
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NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS
Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...
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