segunda-feira, 23 de maio de 2016

A VOZ QUE VEM DO CAMPO

Quando o dia amanhece/ E o sol resplandece// No alto da montanha/ Meu coração aperta de saudade/ Lembro do tempo que morava/ No meio de gente cabocla/ Pessoas pobres/ Bonitas e limpas.../ Ouvindo o cantar do galo/ Avisando que um novo dia/ Ia chegar.../ Lá no mato/ Ao lado das plantas/ Das mandiocas e das batatas doces/ Das galinhas poedeiras/ Das vacas leiteiras e/ Dos carros de boi.../ Perto dos rios e cachoeiras/ De águas cristalinas/ A vida demorava bastante/ Para passar/ Tudo era mágico/ Nada era trágico/ Existia qualidade de vida/ Vida que na cidade/ Com o progresso desenfreado/ A solidão é grande/ Mesmo no meio da multidão/ Ninguém conversa/ Todos interligados com/ Aparelhos frios/ Vivem na imaginação/ Da internet.../ Que os remetem/ A mundos distantes/ Da generosidade e da amizade/ Ainda guardo na memória/ A época em que vivia no campo/ A conversa acontecia/ Enaltecia-se o carinho/ O calor humano/ Coisa que na cidade/ A desumanidade não tem idade/ Pela idade/ Que tenho/ Conheci as duas etapas/ A do campo/ Simples e amoroso/ E a da cidade e do progresso/ Com pessoas despreocupadas/ Com o capricho e a limpeza/ Porque tudo faz parte da modernidade/ Onde faltam simples gestos/ Que torna as pessoas mais amáveis/ Tudo isso passa pela minha cabeça/ Quando o dia amanhece/ Tenho que enfrentar a modernidade/ Fazendo com que o gosto pela vida/ Fique mais amargo/ Frio e desumano/

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