segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE "CANÇÃO DOS TRISTES AMANTES"

"JÁ TIVE MULHERES DE TODAS AS CORES. DE VÁRIAS IDADES, DE MUITOS AMORES. COM UMAS ATÉ CERTO PONTO FIQUEI. POR OUTRAS APENAS UM POUCO ME DEI" (...) Nos versos em epígrafe, o grande sambista Martinho da Vila, fala sobre MULHERES e retrata em versos, os tipos que passaram por sua vida. Como nada acontece por acaso, após anos de sua edição, eiS que recebo a gentileza de Carlos Miguel Torres em me ofertar seu livro de poemas "CANÇÃO DOS TRISTES AMANTES" e tive oportunidade de conhecê-lo através desta obra. Editada pelo meu amigo Nelson Rolim de Moura, Editora Insular, em 2004, Carlos apresenta sua arte em prosa poética que retrata a busca incessante de alguém para completar, física e espiritualmente, seu caminho. O autor é um caminhante na vida e em seus caminhos encontra mulheres que de uma forma ou de outra dão a ele seu amor, seu corpo para saborear os momentos. Mas o que se depreende é a inconstância destes amores que o Autor retrata na grande maioria de seus versos. Porém a esperança ainda vive em seu coração, quando diz: CONTINUO A BUSCAR O ENCANTO DE UM CORAÇÃO PERDIDO NAS ESTRADAS DA NOITE, DOS DIAS CHUVOSOS DE UM INVERNO SOMBRIO" (pág. 82) Outro fato de sua personalidade é o gostar de dançar. Na dança sente o perfume da parceira e o enlaçar sua cintura vibra com o compasso da batida dos corações. Também bailando busca aquela cujos passos juntos aos seus, pretende que venha completar sua existência. Mas a dança acaba e vai cada um para o seu lado. Quando a orquestra dá o último acorde, a fantasia se desfaz e o poeta aguarda outra dança sua busca de um pleno amor. Carlos dá ao leitor a ideia de que sabe dedilhar um violão.No verso, seu violão jaz esquecido a um canto, após a desilusão de mais um amor: "O MEU VIOLÃO JÁ NÃO CANTA MAIS, SOMENTE CANTA AS CANÇÕES DO NOSSO TEMPO, OS VERSOS DE NOSSAS EXISTÊNCIAS, ELE SABE QUE VOCÊ VIVE, MAS ESTÁ LONGE DE SUAS CORDAS" . (pág. 66) E o poeta Carlos Miguel Torres não cansa de ter esperança e retrata nos versos sua necessidade de amar: "ENQUANTO TIVER UM SUSPIRO, ENQUANTO VIVER NESTE MUNDO, CONTINUAREI A BUSCÁ-LA NAS NOITES AFORA E QUANDO TIVER EM MEUS BRAÇOS, DANÇAREMOS SEM PARAR AS CANÇÕES DAS NOSSAS EMOÇÕES". (pág. 82) No início da obra, diferente do restante, Carlos apresenta um poema épico lembrando os vultos que lutaram na GUERRA DO CONTESTADO, ocorrido na região de Irani, oeste de Santa Catarina. "A GUERRA DO CONTESTADO" foi um conflito armado que ocorreu, na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram força militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Paraná e Santa Catarina". (extraído de página da web). É isso. Pessoas passam por nossas vidas e deixam marcas. Umas mais suaves e outras mais profundas, mas o poeta, este caminhante e buscador, um dia encontrará aquela que de tantas mulheres conhecidas e amadas, irá, por fim, aquietar sua alma que tanto expôs em seus versos. T.S. Elliot, disse que "o poeta escreve para se livrar das emoções". E assim Carlos Miguel Torres se desnuda por inteiro em busca daquela mulher para continuar com ele a grande caminhada da vida. - PROF. MAURA SOARES - INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA - ACADEMIA DESTERRENSE DE LETRAS - GRUPO DE POETAS LIVRES.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...