quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

FEBRIL SILÊNCIO

Todos os dias/ Reflito o mundo.../ É no silêncio que/ Construo a minha paz.../ Mas não sejamos hipócritas/ Em achar que o silêncio é paz/ Porque é também no silêncio/ Que invadimos as alcovas.../ Nessa reflexão da existência/ Quero um silêncio febril.../ Sutil.../ Fértil.../ E não um silêncio/ Taciturno.../ Noturno.../ Quero um silêncio diuturno.../ Procuro caminhar na visão da mudança.../ A necessidade da correção de rumo.../ E as razões da minha turbulência.../ O tormento da minha alma.../ Questiono a civilização.../ Qual é o nosso papel.../ O que estamos fazendo/ Num mundo tão cruel.../ Reflito a vida.../ Analiso a caminhada.../ Os erros.../ As escolhas.../ O que pode ser alterado.../ A decadência dos valores/ Outrora tão cultivados.../ É o meu papel de poeta/ De ser inconformado.../ A bendita ira dos deuses.../ Que invade o meu coração.../ Não aceita as injustiças.../ Venha de onde vier.../ Procuro me reinventar/ Todas as vezes/ Que sou derrotado.../ Aceito com humildade.../ Os tropeços.../ Debito a mim/ O objetivo não alcançado.../ Os outros não têm culpa da minha derrota.../ Não me vitimizo.../ Encaro a vida/ Como uma grande luta.../ Que se trava diariamente.../ É na derrota.../ Que surge uma vitória no futuro.../ Reflito a insanidade/ Praticada pelos donos do poder.../ Eles têm os meios de fazer/ O povo feliz.../ E não o fazem.../ Roubam a riqueza da pátria.../ Questiono o papel da justiça/ Que condena somente os pobres.../ Tenho pena das igrejas/ Que usam o nome de Deus/ Para justificar os seus desmandos.../ Fico angustiado/ Ao ouvir os lamentos/ Das crianças/ Gritando de fome.../ Aperta o meu coração/ Com a imensa/ Intolerância praticada/ Por alguns setores da sociedade.../ Porque não é crime.../ Ser negro.../ Ser homossexual.../ Ser pobre.../ Ser comunista.../ Ser judeu/ Ou simplesmente pensar diferente.../ Reflito as razões que levam/ As pessoas a praticarem/ Crimes violentos por coisas banais.../ Ou crimes passionais.../ Quando a mulher/ Quer viver a sua vida.../ E o homem insensato.../ Tira a vida dela.../ Reflito se o mundo/ Merece continuar/ Sendo a casa dos homens.../ Homens insensíveis.../ Cruéis.../ Que não aceitam a derrota.../ Apelam para a irracionalidade.../

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