sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A PROSA DA MINHA CANÇÃO

Cá estou/ Nesta mesa/ Tocando o meu violão.../ Silêncio toma conta do recinto.../ Cada pessoa/ Ouve atentamente/ As cordas do meu violão/ Gritarem sobre as paixões/ Que tomaram conta do meu coração.../ Faço do violão/ O meu ganha pão.../ Os dedos estão marcados/ Das vezes que mexeram nas cordas/ Do meu violão.../ Tenho liberdade de tocar/ Qualquer música.../ Quem me assiste/ Já me conhece.../ Respeitam-me/ Admiram o meu jeito/ Sabem que sinto/ O pulsar de cada coração.../ As músicas que toco/ Estão carregadas de puro/ Sentimento da boemia.../ Que chia baixinho/ Que estremece o peito.../ Muitas vezes/ Não tenho hora para terminar/ A apresentação do meu violão.../ A noite fica pequena/ O local transforma-se/ Num paraíso musical.../ O próprio violão/ Abre o livro da minha vida.../ Sempre foi assim.../ Cada música/ É uma história.../ Que teve início/ Teve fim.../ Carregadas de sentimento/ Escritas na magia da noite.../ Na ardente madrugada.../ No profundo desejo.../ Nos encontros casuais.../ Com as damas de vermelho.../ De branco.../ E de preto.../ Sem promessas.../ Sem despedidas.../ Histórias destemidas.../ De tão calientes.../ Não mereceram continuidade.../ O meu violão/ Cúmplice de tudo.../ Fez sempre das suas cordas/ A aprovação/ Das paixões vividas/ Na minha ardente vida.../ Como cantor.../ Poeta da noite.../ O meu violão/ Foi o maior escritor.../ Escreveu as notas mais sentidas.../ Nunca fugiu/ Sempre colado aos meus braços/ Às vezes chorou.../ Principalmente quando viu/ A linda mulher/ Na calada da noite.../ Tomar outro rumo/ O rumo da solidão.../ Porque tem coisas na vida/ Que são boas.../ Mas tão boas.../ Que não se consegue repetir/ A mesma dosagem de sensualidade.../ Quando a apresentação termina/ Coloco no ombro/ O companheiro de emoção.../ Saiu de mansinho/ Abrindo a porta da noite/ Para entrar na janela do dia.../ Vou à procura de outro caminho.../ À procura de outro salão/ Para continuar tocando.../ Cantando e proseando.../ Com outras damas/ Carentes.../ Precisando ouvir/ Uma linda canção.../ Assim a minha vida/ Vai sendo contada.../ No triste som do/ Meu violão.../

Nenhum comentário:

Postar um comentário

NÃO VOU ADORMECER SEM DEGUSTAR OS MEUS SONHOS

Ninguém prende um pensamento. Ninguém aprisiona uma alma ou um coração. O amor é livre e o gostar caminha junto com a liberdade. O desejo ...