quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CONFINS DA MEMÓRIA

Ainda repousa na memória/ Aquele dia/ Em que peguei/ Caderno... Lápis e borracha/ E fui à escola.../ Que ficava no alto de um platô.../ Estrada de chão/ Com muita poeira.../ Terra vermelha do velho Oeste.../ Usando camisa branca/ Calção azul/ Calçando alpargatas/ Lá ia eu.../ Menino pobre.../ Filho de lavadeira.../ Mulher determinada.../ E amada por mim.../ Feliz por saber que ia/ Aprender a escrever.../ Morava numa pequena/ Casinha de madeira.../ Nos fundos.../ Um riacho corria alegre/ E barulhento/ Na direção do Rio Uruguai.../ Ainda lembro/ Do dia que/ A professora/ Profetizou/ Que alguém daquela sala/ Seria um poeta.../ Na época/ Não entendi/ O que ela/ Queria dizer.../ Hoje eu sei.../ Também está guardado/ Nos cacos do tempo/ A minha primeira redação.../ Redação que não foi feita.../ E sim um poema/ Sobre a beleza do Rio Uruguai.../ Foi tão bonito.../ Que fui chamado na frente/ De todos os colegas/ Para declamar o poema.../ No final a professora/ Reafirmou a sua profecia.../ O tempo andou.../ Mais rápido que as águas/ Do Rio Uruguai.../ Hoje.../ Depois de muitas tempestades/ Navego sobre as águas da poesia/ E do poema.../ Sem esquecer/ Que a alegria/ Do primeiro dia de aula/ Ressurge dos confins da memória/ Toda vez/ Que sento/ Para escrever um poema.../ Sinto-me aquele menino/ Alegre por simplesmente escrever.../

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